Arkham Horror: The Card Game possivelmente é um dos mais temáticos jogos de tabuleiro já feitos.
A premissa do jogo é relativamente simples: você é um investigador que procura cumprir os objetivos descritos no baralho de Atos; enquanto isso, o Mythos vai adicionando perdição ao baralho de agenda, que avança conforme os turnos vão se desenrolando.
No seu turno você pode efetuar até 3 ações, que variam entre se mover, atacar (usando força), investigar (usando intelecto) entre outros.
Na fase do Myrhos, cada um dos jogadores deverá comprar uma carta e normalmente fatos ruins irão ocorrer, como surgir inimigo ou será exigido de você algum teste de sanidade ou agilidade.
Caso você falhe do decorrer do jogo, sofrerá danos físicos ou horror, entre outros. Se a sua saúde ou sanidade chegar a zero, normalmente você é derrotado mas ainda assim, o jogo terá uma resolução e você deverá jogar a partida seguinte, sem repetir a que passou.

Descrevendo assim, não parece nada demais, quase um dungeon crawler mas com cartas, portanto sem- graça.
MAS... Arkham Horror tem levado o meu grupo, há mais de 100 partidas ou 3 anos, a uma improvável campanha de muito, muito tempo, e em que nossa jornada vamos nos especializando em alguns arquétipos (como guardião, ladino, místico) mas ao mesmo tempo trocamos de classes, de investigadores, mas considerando o que de bom foi feito em campanhas anteriores.
Ainda, o jogo não para de nos surpreender com o modo como transforma os elementos do jogo (cartas, contadores de recursos etc) em algo bizarramente temático e quase uma contação de estória.
Ontem, no cenário conhecido como "calor mortal", tivemos que entre outras coisas nos preocupar com os cidadãos de uma determinada cidade em um determinado país (não posso falar mais pomada não dar spoilers).
Mas não era tão fácil, pois nossa suspeita possuía uma chave e com um poder assombroso! Enquanto o investigador mais porradeiro do nosso grupo tentava segurar as pontas, partimos em busca de procurar pistas que nos possibilitasse salvar as pessoas.

Enquanto isto os mortos iam ganhando vida e a gente nunca sabia aonde exatamente eles estariam, somente que precisávamos manter os cidadãos a salvo pois caso morressem, nossos testes seriam cada vez mais difíceis.
Felizmente conseguimos uma resolução favorável e embarcamos para viajar para 2 países (que talvez tivéssemos que visitar mais tarde e não nesse momento da estória). De qualquer modo sabemos que nossa próxima investigação envolve um suspeito com uma força bruta imensurável.
Eu recomendo fortemente arkham horror se você busca tema em jogos de tabuleiro mas até hoje sente que a partir de determinado ponto é apenas um punhado de mecânicas com um jogador dizendo o que os outros tem que fazer.
Eu mesmo não consigo acreditar como um jogo de cartas pode ter tanto storytelling mas Arkham e em especial a campanha das Chaves Escarlates, te levam em uma viagem ao redor do mundo e que remonta, mas com muita superioridade, às nossas melhores estórias em livros jogos.