O recente lançamento de
Mass Effect: The Board Game – Priority: Hagalaz, desenvolvido por
Eric Lang em colaboração com
Calvin Wong Tze Loon e lançado pela Modiphius Entertainment em parceria com a BioWare e EA, tem gerado um misto de elogios e controvérsias. O jogo, descrito como uma aventura cooperativa e narrativa para até quatro jogadores, traz de volta o icônico protagonista Commander Shepard e seus aliados, mergulhando os fãs no universo de
Mass Effect de uma nova forma. No entanto, o destaque dado aos pronomes dos personagens acabou gerando uma onda de reações variadas entre os jogadores e, eventualmente, uma resposta de Lang.
O Jogo: Uma Experiência Mass Effect Clássica
No enredo de
Priority Hagalaz, Shepard e sua equipe são lançados em uma missão para investigar uma nave de pesquisa da organização Cerberus que caiu em um planeta remoto. A tempestade mortal iminente os pressiona a encontrar respostas antes que seja tarde demais.
O jogo se destaca pela narrativa que se adapta às escolhas dos jogadores, proporcionando múltiplos finais e experiências diferentes a cada partida. No entanto, um detalhe nos materiais do jogo chamou a atenção: cada ficha de personagem traz explicitamente os pronomes dos personagens, incluindo '
She/They' para Liara, '
He/Him' para Garrus e Wrex, e '
She/Her' para Tali.
Reação dos Fãs e a Resposta de Lang
Após o lançamento do jogo, um grupo de jogadores levou suas opiniões às redes sociais e ao site
BoardGameGeek (BGG), criticando a inclusão dos pronomes nos personagens como um gesto desnecessário. Alguns usuários consideraram o movimento "irrelevante" para a essência da franquia Mass Effect. Essa reação gerou uma série de avaliações negativas no BGG, em que os jogadores argumentavam que a presença dos pronomes desvirtuava a experiência do jogo.
Lang utilizou suas contas no
Twitter e
BlueSky para desabafar, chegando a pedir que os fãs do jogo avaliassem o título no BGG para contrabalançar os comentários negativos. “Odeio ter que falar sobre isso nas redes sociais, mas: se você jogou
Mass Effect [The Board Game], poderia deixar uma avaliação no BGG? Pra compensar os bebezões de mrda* que estão tentando derrubar as notas com 1s só porque não conseguem lidar com pronomes em uma ficha de personagem”, escreveu ele.
O Debate Intenso nas Redes Sociais
Após sua publicação inicial, o designer recebeu tanto apoio quanto críticas e, mais tarde, decidiu deletar o tweet original. “Odeio apagar postagens com as quais eu concordo, mas dane-se. O Twitter é uma porcaria”, afirmou ele.
Ainda assim, Lang manteve outros posts e interações, declarando que não mudaria sua posição em relação à inclusão dos pronomes e o motivo por trás disso: “Estou tão cansado dos bebezões de mrda* que tentam derrubar nossas avaliações no BGG só porque... gastamos 10 segundos adicionando pronomes...”.
Calvin Wong Tze Loon, co-criador do jogo, endossou as declarações de Lang, expressando apoio ao posicionamento do colega.
Ao final, o assédio se intensificou a ponto de Lang optar por apagar suas postagens nas redes sociais. Em uma atualização, ele afirmou que reportou ameaças de morte às autoridades e que estava disposto a tornar públicas mensagens violentas e ameaçadoras, incluindo os nomes de quem as enviou.
Conclusão
A repercussão gerou um debate sobre a inclusão de questões sociais nos jogos e a postura dos desenvolvedores em relação aos feedbacks dos jogadores. Por um lado, alguns apoiam a inclusão dos pronomes como uma prática natural e inclusiva, enquanto outros defendem que a escolha poderia ter sido tratada de maneira mais neutra.
Muitos jogadores enxergam os jogos como uma maneira de escapar da realidade e se conectar com os outros, independentemente de suas identidades e crenças. No entanto, este caso ilustra como as discussões sobre inclusão podem se tornar polarizantes, resultando em divisões — o oposto do que consideramos ser a essência dos jogos de mesa.