Rhapsody::

dharrebola::

Rhapsody::Excelente texto.

Eu nunca vou entender como existe alguém que compra e deixa o jogo lacrado esperando ver mesa. Como a pessoa sequer abre a caixa seja pra sleevar ou pra conferir se vieram todos os componentes?

A linha entre o Hobby jogar e o Hobby Colecionar é tênue meu amigo.
As vezes a gente cruza essa linha e nem percebe.
Eu não tenho uma coleção muito grande, não chega a 100 jogos e grande parte deles são Carteados, Roll and write, pnps.
Ainda assim, muita coisa acaba indo para estante antes de jogar, me esforço para ver mesa logo, infelizmente nem sempre rola.
Como exemplo, cito a segunda expansão do Oh My Goods.
Comprei o base, eu e minha esposa jogamos todos os capítulos da primeira expansãozinha, aí comprei a segunda.
A patroa viu que era em inglês e não animou, aí foi para estante da vergonha.
Pensei em fazer paste Up, mas e a preguiça?
Agora a esposa está fazendo aulas de inglês, então topou jogar, mais de um ano depois vai ver mesa.

Eu falo no sentido de deixar lacrado mesmo, não de jogar. Acredito que pelo menos uma conferência básica tem que ser feita. Imagina o cara abrir pra jogar 2 anos depois de comprado e descobrir que tem componente faltando. O próprio Oh My Goods do meu amigo veio faltando metade das cartas, mandaram duas metades iguais, só descobrimos quando ele abriu.

O loco!

Rhapsody::Excelente texto.

Eu nunca vou entender como existe alguém que compra e deixa o jogo lacrado esperando ver mesa. Como a pessoa sequer abre a caixa seja pra sleevar ou pra conferir se vieram todos os componentes?

Comigo rola direto... Tenho jogo com mais de 2 ou 3 anos lacrado sem jogar...

Vejo da seguinte forma: a oportunidade de comprar não se confunde com a oportunidade de jogar.

Ex: se u tio indo pros EUA e pergunta se vc quer algo de lá? Se vc tiver condição financeira, é uma ótima oportunidade pra importar aquele jogo na muamba da boa vontade. Deixar passar seria bobeira... Agora, colocar ele na mesa é outros quinhentos... Pra quem tem coleção acima de 100 jogos + amigos com coleções parecidas e joga pouco (no máximo 1/semana) é muito difícil fazer a coleção toda ver mesa...

Aí vc pode questionar: mas pra que comprar jogo então? Aí sim, esse questionamento é válido, mas oportunidades dessa não se despreza...

Antes eu abria, conferia componentes, sleevava e tal... Hoje, com dois filhos pequenos, tempo é ouro, não vou fazer isso pra um jogo q não vai ver mesa...

Rhapsody::

dharrebola::

Rhapsody::Excelente texto.

Eu nunca vou entender como existe alguém que compra e deixa o jogo lacrado esperando ver mesa. Como a pessoa sequer abre a caixa seja pra sleevar ou pra conferir se vieram todos os componentes?

A linha entre o Hobby jogar e o Hobby Colecionar é tênue meu amigo.
As vezes a gente cruza essa linha e nem percebe.
Eu não tenho uma coleção muito grande, não chega a 100 jogos e grande parte deles são Carteados, Roll and write, pnps.
Ainda assim, muita coisa acaba indo para estante antes de jogar, me esforço para ver mesa logo, infelizmente nem sempre rola.
Como exemplo, cito a segunda expansão do Oh My Goods.
Comprei o base, eu e minha esposa jogamos todos os capítulos da primeira expansãozinha, aí comprei a segunda.
A patroa viu que era em inglês e não animou, aí foi para estante da vergonha.
Pensei em fazer paste Up, mas e a preguiça?
Agora a esposa está fazendo aulas de inglês, então topou jogar, mais de um ano depois vai ver mesa.

Eu falo no sentido de deixar lacrado mesmo, não de jogar. Acredito que pelo menos uma conferência básica tem que ser feita. Imagina o cara abrir pra jogar 2 anos depois de comprado e descobrir que tem componente faltando. O próprio Oh My Goods do meu amigo veio faltando metade das cartas, mandaram duas metades iguais, só descobrimos quando ele abriu.

Às vezes, a "dor" de abrir um jogo, "cuidar" dele, e não poder jogar é maior do que aquela de abandoná-lo ao acaso.  

FCL84::

Rhapsody::Excelente texto.

Eu nunca vou entender como existe alguém que compra e deixa o jogo lacrado esperando ver mesa. Como a pessoa sequer abre a caixa seja pra sleevar ou pra conferir se vieram todos os componentes?

Comigo rola direto... Tenho jogo com mais de 2 ou 3 anos lacrado sem jogar...

Vejo da seguinte forma: a oportunidade de comprar não se confunde com a oportunidade de jogar.

Ex: se u tio indo pros EUA e pergunta se vc quer algo de lá? Se vc tiver condição financeira, é uma ótima oportunidade pra importar aquele jogo na muamba da boa vontade. Deixar passar seria bobeira... Agora, colocar ele na mesa é outros quinhentos... Pra quem tem coleção acima de 100 jogos + amigos com coleções parecidas e joga pouco (no máximo 1/semana) é muito difícil fazer a coleção toda ver mesa...

Aí vc pode questionar: mas pra que comprar jogo então? Aí sim, esse questionamento é válido, mas oportunidades dessa não se despreza...

Antes eu abria, conferia componentes, sleevava e tal... Hoje, com dois filhos pequenos, tempo é ouro, não vou fazer isso pra um jogo q não vai ver mesa...

Acho que como alguém falou aqui no tópico, o hobby do colecionista e o hobby do jogar estão interligados apesar de não serem a mesma coisa. Não vejo problema em colecionar mesmo que seja pra não ver mesa, apesar de eu não conseguir assim fazer. Até porque se for pra julgar o colecionismo de objetos, a discussão vai longe, como é o exemplo da coleção de livros, que em sua maioria será lido uma vez, e é comum que tenham pilhas de livros que não foram se quer lidos alguma vez. No final das contas, cada um tem/faz o que o faz feliz no momento.

Percebo que, como já sabido por muitos que já passaram por isso, até mesmo escreveram sobre o assunto, nós passamos por fases de “maturação” dentro deste hobby.

Com o passar dos anos dentro do hobby, também passam-se os anos na nossa vida e isso pode trazer e alterar a relevância de fatores antes inexistentes ou irrelevantes (trabalho, relacionamentos pessoais, estudos, filhos, questões financeiras...), fazendo com que nossa relação com os jogos mude e faça com que percebamos que perdemos algo que, num passado, era diferente e nos fazia bem.

Cada vez mais penso ser importante, por diversos fatores, relacionados ou não ao nosso hobby, discutirmos sobre saúde mental para sermos capazes de entender algumas das nossas motivações e como isso modula nossas ações num mundo em que cada vez mais é importante TER (sejam bens, dinheiro, amigos...) em quantidade em detrimento da qualidade, um mundo em que temos que acumular ao invés de selecionar.

Textos/ relatos destes são corajosos e importantíssimos para que, tanto o próprio autor como os leitores, possam perceber que a realidade nem sempre é aquela percebida nas redes sociais, nos vídeos, nas saídas aos finais de semana, nos filmes, nas novelas, nas tardes/noites de jogatina. É importante para que percebamos que quase nunca tudo são flores e que sim: todos passam por dificuldades; e tudo bem. Essa percepção é fundamental para que entendamos nossas motivações e possamos racionalizar sobre nossas reações diante do que a vida nos apresenta.

Relatos assim, associados à auto reflexão, são importantes para sabermos, por exemplo, que é natural (e esperado), que as preocupações e ânsias de um adolescente de 17 anos, sustentado pelos pais, na faculdade sejam muito diferentes (nem maiores, nem menores... diferentes) das de uma mulher de 35 anos, com filhos, família...  

Principalmente quando falta dinheiro para coisas que realmente são essenciais.
Já vi gente vindo comprar jogo de mim e dizendo que é o último dinheiro que ele tem ali no mês.

Ricardo Florest::Importante é sempre estar com jogos na mesa. Uma vez por semana e a coleção roda. Complicado é comprar e não jogar. Ainda mais se forem médios pesados na jogabilidade e no preço. Kkkk

Bom texto!

Mas esse é o objetivo de todos aqui. Comprar para jogar.

O texto, no meu entendimento, tenta focar na frustação de comprar e não poder jogar, por falta de tempo, seja sua ou das pessoas próximas com quem jogamos.

Pelo menos pra mim, é a grande frustação da vida adulta: viver para trabalho, estudar e para os filhos e não conseguir me dedicar à atividades que considero divertidas e relaxantes. E jogos além da minha dedicação, em sua maioria de títulos, dependem também da dedicação de outras pessoas.

Minha experiencia pessoal: Tenho filho pequeno, que não entende ainda o que é jogar. Por vezes, eu, minha esposa e meu filho mais velho, esperamos ele ir dormir, para conseguir jogar algo. Na maioria das vezes é tarde demais e desistimos.

Havia também amigos e parentes, que empolgadíssimos com a novidade dos jogos, organizavam partidas todos os finais de semana. Agora, está cada vez mais difícil nos reunirmos para esse fim. Ainda há aqueles que descobriram que jogar não era tão prioritário assim e hoje preferem outras atividades.

Jogar, pra mim, tem se resumido às partidas com minha esposa e filho. Raramente com amigos, que hoje preferem uno e afins.

dharrebola::

TheJsz::Ótima reflexão!

Me encontro tendo essa exata reflexão com certa frequência, de parecer que não é de fato o jogo que queremos jogar(afinal investimos muito pra isso) e sim o que convém a mesa, que na maioria das vezes não aceita ou não tem interesse em um jogo mais pesado, fica quase uma sensação de que você tá querendo “evangelizar” as pessoas para o hobby.
Em resumo, achei muito bem colocada essa frase do Schopenhauer, apesar do hobby nos trazer bons frutos, sempre vai ter alguns pormenores que teremos que lidar. No meu caso, preferi por pausar a compra de jogos maiores e até diminuindo a minha coleção, que já não é grande.

As vezes acabamos saindo como os "chatos" ao tentar apresentar um jogo novo.
A galera tem tendência a se frustrar quando conhece algo novo e não entende muito bem de primeira, se insistir muito com quem não está verdadeiramente interessado é certeza de sair como chato.
Aí se bota um La Granja na mesa e no fim da partida a galera te olha e fala: bacana, mas vamos jogar Scout?

Tamo junto!

Excelente texto, jovem.

Eu estou no hobby desde 2012. Nesse ano, eu tinha 10 jogos, no começo deste ano, eu tinha quase 300, dos quais muitos eu não joguei, comprei naquela eterna promessa e expectativa de "um dia eu vou colocá-lo na mesa". E de fato colocava-o na mesa, mas para limpar, tirar o pó... jogar que é bom, nada. Eu não tinha tempo hábil para jogar tudo que eu adquiria. É bem o que você falou, sábado eu faço mil tarefas domésticas, cadê aquela vontade de jogar um jogo super pesado no final do dia depois de uma semana cansativa de trabalho?

Depois de muita resistência, fui obrigado a reconhecer que eu não tenho capacidade física e logística de consumir e armazenar 300 jogos. Comecei a vender a maior parte da minha coleção. No começo foi um parto, parecia que estava arrancando um pedaço de mim, mas no dia seguinte eu acordei e estava tudo bem, os jogos que eu realmente gosto ainda estão lá. Já teve gente que falou comigo "Você tá maluco, você está vendendo esse jogo?! Você vai se arrepender!". E eu respondo "Se você gosta tanto dele, aproveite que ele está em leilão!". 

Realisticamente falando, por mais bem conceituado e engenhoso um tal jogo seja, se eu o comprei e não consegui jogá-lo depois de meses parado, ele pode até ser um jogo excelente, mas ele não é pra mim.

O jogo bom para você (jogador, não colecionador) é o jogo que te faz jogar. Parece até redundante, mas é isso, simples assim. E não tem nada de errado em colecionar, só para deixar claro, se esse for o seu lance, se isso é o que te faz feliz. No meu caso, estava incomodando ver tanto jogo bom parado, eu não conseguia jogar aquilo tudo, então eu tive que escolher os que eu iria realmente jogar e passar adiante os demais.

Hoje caminho para reduzir minha coleção até 100 jogos, dos quais quase 70 deles são de caixa pequena, jogos de cartas, que veem mais mesa aqui. Não existe número mágico, essa quantidade funciona para a gente, é o nosso "top 100", uma média de 2 jogos por semana no ano aproximadamente. Esse é o limite do nosso saudável. Duas estantes grandes com 5 prateleiras abarrotadas de jogos, cada milímetro cúbico respirável preenchido por uma caixa, deram lugar a uma estante menor com 4 prateleiras. Eu ainda compro jogos novos, mas a partir desses 100, se entrar um, vai sair outro.

O hobby deixa de ser saudável pra mim quando eu deixo de praticar ele.

Eu posso ficar muito tempo sem jogar, mas sempre estou pintando miniaturas, fazendo alguns PnPs ou pinpando algum jogo meu. 

Não ligo mais se o jogo que eu comprar fique na estante ou não. Tenho Guerra do Anel completo e joguei ele ZERO vezes esse ano e mesmo assim não me causa mais estresse ou ansiedade.

O que eu não faço mais é anular minhas jogatinas por causa dos outros. Se o grupo não gosta de tal jogo, eu gosto e o grupo não joga nunca eu arrumo outro grupo... Esposa, filhos, amigos, qualquer outra pessoa tem que entender também que eu gosto de jogar e isso faz parte da minha higiene mental. Então da mesma forma que todos merecem um tempo de qualidade eu também mereço.

E é isso eu acho. Só me faz mal se eu parar de jogar mesmo.