Raitz::Prezado iuribuscacio,
Eu entendi o seu posicionamento em relação à empresa em questão. Porém, eu observo a situação do mercado um tanto diferente (o que não impede que "lutemos" por algo melhor).
No nosso universo tabuleirístico, deverão existir editoras e editoras: aquelas para o mercado padrão (barato), para o mercado nichado (preços mais altos) e para o mercado nicho do nicho ("alto padrão") porque tem consumidores de todos esses tipos. E, enquanto existir consumidores assim (os que se esgoelam para separar uma grana para se entreter e os que nem sabem o que fazer com 6 dígitos na conta), terá comerciante que irá lhes atender.
Diante disso, eu analiso que a editora em questão está buscando um tipo de consumidor específico. Que não foi atingido inicialmente (por não os conhecer muito bem). Diante de uma revisão, eles mudaram a situação. Portanto, sim, foi pensando nos apelos do (provável) público-alvo que a alteração dos valores foi realizada.
Claramente, vemos uma editora querendo se achegar ao mercado. E isso não se pode "lutar" contra. Quanto mais editoras, melhor.
Por exemplo, a Across the Board "começou" violenta também, com um Foundations of Rome (jogabilidade simples) de deixar todo mundo horrorizado com o valor de financiamento (menos a galera da grana sobrando). Atualmente, a Across the Board esta aí como uma das mais bem conceituadas (na minha visão dos fatos, se eu não perdi alguma coisa pelo caminho).
Então, veremos as cenas dos próximos capítulos do financiamento desse jogo para entender melhor como tem funcionado a cabeça desse pessoal do mundo do plástico e papelão coloridos.
Caro
Raitz
Em primeiro lugar, quero destacar a diferença que faz conversar e debater com alguém que sabe respeitar os outros e manter um diálogo cortês com seus interlocutores, independente de se concordar ou não.
Em segundo lugar, quero esclarecer que ninguém aqui é contra o surgimento de novas editoras, nem ao aumento da concorrência. Do mesmo modo, todos concordam que dentro do hobby existe público para as editoras dos jogos super caros, tanto que eles continuam sendo produzidos, vendidos e comprados, com também existe público para os jogos mais modestos, muito embora do jeito que o mercado nacional de jogos anda, dentro em breve teremos apenas jogos de cartas, jogos caros e jogos super caros.
Além disso, ninguém está contestando essa redução de preço do Apex, mas apenas a forma como a editora está tentando, e conseguindo infelizmente, modificar a narrativa do que realmente aconteceu com esse projeto. Realmente existem duas formas de "ouvir a comunidade". A primeira é conversar e dar ouvidos às reclamações de que o jogo está inexplicavelmente muito caro, e por isso baixar o seu preço. Outra forma é "ouvir a comunidade" porque ninguém está comprando o jogo, e só por isso, ser forçada a baixar o preço. Então o que eu discuto é que a editora na realidade ouviu a comunidade da segunda forma, mas agora para posar de "boa moça" está dizendo que na verdade baixou espontaneamente o preço porque resolveu agira da primeira forma, o que todo mundo sabe que não é verdade.
Você citou outra editora que trouxe um jogo também muito caro, que agora eu vou chamar de "editora X", e a outra empresa será a "editora Y". Pois bem a editora X fez um financiamento coletivo, na plataforma líder de mercado nesse seguimento, teve apenas alguns apoiadores, mas o suficiente para financiar seu projeto. A editora Y ao invés disso, fez uma pré-vende e utilizou essa mesma plataforma sem o menor sentido, porque ela se destina precipuamente a financiamentos coletivos. Mas isso não é nada, porque em momento algum a editora X tentou induzir as pessoas ao erro, tentando justificar o preço caríssimo do jogo, porque para ela o jogo estaria saindo a cento e vinte Euros, que era o preço da versão De Luxe (o jogo dela nesse preço é a versão retail), e sem o desconto dos apoiadores, como se ela fosse mais uma apoiadora (e sem direito a desconto) ao invés de uma editora parceira. Foi exatamente isso que a editora Y fez, e agora está tentando fingir que não fez, fornecendo uma narrativa totalmente diferente.
Para algumas pessoas que só querem saber se o jogo baixou de preço ou não, não importando os meios e motivações da editora por trás disso, esse tipo de expediente pode não fazer nenhuma diferença, mas para mim faz. Eu fico sempre me perguntando, se a editora foi capaz disso logo no início da sua caminhada enquanto empresa, do que ela não será capaz no futuro, caso consiga realmente se estabelecer, se conseguir.
Só para concluir, quando não se dá importância para os meios, mas apenas para os fins, ou seja, a redução de preço, fica complicado reclamar quando outra editora resolve impor na marra um contrato de fidelidade, e só vender um jogo super aguardado em quatro lojas, aumentando não apenas o preço (porque as únicas lojas que vendem combinam entre si), mas também o frete. E muita gente que agora está defendendo e batendo palmas para editora ou entrou no modo "deixa disso" reclamou bastante, na época desse outro episódio.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio