iuribuscacio::RaphaelGuri::Mais um ótimo texto com excelentes apontamentos. Porém, indo um pouco na contramão, vou relembrar que o problema de 'erro' esteve sempre presente, mesmo que em menor quantidade (até mesmo pelo fato de jogos serem lançados em um passo muito mais lento no passado).
Alguns exemplos que lembro de cabeça aqui:
- Quarriors, citado no texto, de 2014 (dez anos atrás) de caixinha quadrada da Galápagos, com palavra com grafia errada na caixa (o que se repetiu com uma 'eNpansão' de TI4 anos depois!).
- Jorvik, da Conclave, de 2017, apresenta um erro no manual (e um adesivo safado para 'consertar');
- Taverna, da Mandala, também de 2017, apresenta carta com erro (e nada de conserto);
- Tail Feathers, 2017, tem cartas importantes com erro (e sem conserto também);
- Gold West, em 2018 da Kronos, com um tabuleiro todo empenado e torto que qualquer pessoa que mexeu com gráfica sabia da probabilidade de dar ruim se feito em uma gráfica duvidosa (zero reposição);
- Gugong, 2018, da Kronos (essa editora era impressionante), no qual simplesmente esqueceram de aplicar a camada na tampa da caixa com o nome do jogo (e paciência);
- Tiranos de Umbreterna, 2018 - mesmo ano e mesma editora, cheio de erro nos textos das cartas e ainda uma expansão cujas cartas possuíam um verso com coloração diferente (mandaram só um abraço pra galera);
- Mistfall, de 2019, pela Sherlock, no q____________________altam peda______ de texto do manual (esse não sei o que rolou depois);
- The Few and the Cursed, de 2020, TAMBÉM DA CONCLAVE, com TANTO ERRO E CAGADA QUANTO The Witcher. Erro no manual, erro nas cartas, cartas ainda em inglês, um horror. Se fosse um jogo com tema do Cthulhu poderíamos até achar temático, encarando como se tivessemos ficados insanos - fora o mofo que tinha bastante.
- Nemesis, 2020, com tanto erro que preciso ser reposta muita coisa, mais coisa que é composto muito jogo (ao menos, nesse caso, demorou mas houve reposição);
Claro que (sempre tem) algum defensor de editora vai dizer "haaa, mas o que são uns 10 exemplos perto do que existe? Não dá nem 5%". Então, eu não consigo trabalhar sabendo que existe margem de erro aceitável dentro de um setor onde todo erro é humano e por falta de atenção. Se para alguém está tudo bem, uma pena, mas ok.
Essa listinha acima escrevi para relembrar que não é de hoje esses erros (vide Few and the Cursed, alguns poucos anos atrás e da mesma editora). Certamente tem muito mais jogos com erros que não me vem a memória agora. No final, minha crítica não advém do fato de existirem erros, mas no fato deles CONTINUAREM existindo. Tiveram editoras que faleceram ao longo do tempo, enquanto outras cresceram e não melhoraram. Esse é o verdadeiro mistério.
Já o mofo, isso tá uma vergonha mesmo. É processo apressado com a cola na produção? É armazenagem ruim? Não sei.
Comentário bônus: Sobre o DOFF24.
- Foi ruim. Preços iguais de lojas ou maiores (salvo o Inis, da Buró); Nenhum aparente empenho das editoras em criar uma experiência diferenciada para os visitantes; Entrada cara, estacionamento caro, comida cara. É um evento para ir sem pensar em bolso e ir focado em ver pessoas e olhar jogo na mesa (foco no 'olhar'). Espero muito que a próxima edição, por se tratar de "comemorativa de 10 anos", façam algo melhor. Fiquei muito com sentimento de indo para uma feira (feira mesmo, de rua, com tio gritando o preço das frutas e cheirinho de pastel no ar) onde os feirantes estão tão habituados com tudo aquilo que é só mais um dia normal de trabalho para eles, então não se esforçam em fazer nada de diferente do habitual.
Abraços!
Caro RaphaelGuri
Rafael, meu amigo, concordo integralmente, mas em relação ao seu comentário, faço a única ressalva, que eu já havia feito no texto. Erros em jogos sempre aconteceram, alguns mais graves outros menos. Mas aquilo que se viu no Ark Nova, no The Few and The Cursed e agora no Old World, eu acho que é coisa bem mais recente.
Outra coisa que é fundamental destacar, é que no Old World, nem os erros apontados três anos atrás pela própria comunidade foram consertados. A Concalve literalmente pegou o protótipo, mandou rodar e lançou como se fosse o jogo acabado. Não dá nem para dizer que isso é amadorismo, porque para chegar nesse nível ainda precisaria melhorar muito. Por isso eu acho que as grandes editoras nacionais, não apenas a Conclave, só lançam jogos "injogáveis", ou mofados, pela certeza da impunidade, porque apesar de toda a revolta e mesmo as pessoas reclamando bastante aqui, acho muito pouco provável que essas mesmas pessoas tão indignadas tomem o único curso de ação capaz de dar algum resultado que é devolver o jogo e exigir o dinheiro de voltas. Enquanto isso não acontecer em larga escala, exemplos como esse do Old World vão se repetir, trocando apenas o nome do jogo.
Quanto ao DOFF, por incrível que pareça, quando o evento era menor, e tinham bem menos estrutura, era muito melhor para as pessoas comuns. Nas primeiras edições, ainda no Rio de Janeiro, realmente se podia experimentar e conhecer muitos jogos e comprar board games com descontos reais. Hoje ele é um evento muito mais para a própria indústria dos board games do que para o público.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio
Comentários entendidos e acatados hehe
A única coisa é que, pelo que entendi acompanhando chats em grupos de WhatsApp, a devolução de quem financiou não é tão fácil assim, uma vez que o financiamento é, inclusive, uma forma da empresa se resguardar (o que é diferente caso alguém compre a cópia em alguma loja depois).
Dai, sobra o barulho. E vamos fazer barulho.
Me contaram, por fonte confiável, que quando se deu o enrosco com o Nemesis algumas cabecinhas rolaram na Galápagos. Já na Conclave, que é pequena e provavelmente a bobagem foi feita por quem também manda, acho que pizza.
Abraços!