Uma praga assola o reino. Os efeitos são devastadores. Dezenas morrem toda a semana e cada vez mais infectados vagam perdidos pelas estradas. Cada vez mais é comum encontrar vilas abandonadas, locais fantasmas onde não há alma viva. Tempo urge e poucos tem o conhecimento ou disposição de achar uma cura. Você será capaz de salvar o Império? Pest Tá na Mesa!
Pest é um jogo criado em 2024 por Thomas Nielsen e Kai Satrck. De um a cinco jogadores, com duração média de 120 minutos, em Pest cada jogador é um médico estudioso tentando salvar o reino.
- Eita, cabra da peste! Jogo sobre a Covid? Deve ser uma cópia chinfrim do Pandemic!
Abilolou de vez, mundiça? Diferente de Pandemic, onde todos estão unidos para achar uma cura e salvar a humanidade, aqui é cada um por si e achar uma cura é só um meio para conseguir status. Pest é um jogo pesado, com uma arte pesada (Nota da Sra. Slovic: Mas perfeita para a ambientação) e um tema um tanto pesado (Nota do Sr. Slovic: Não é para todos), porém muito bem amarrado. Para realizar as ações, os jogadores alocam seus trabalhadores em uma grade (Nota da Sra. Slovic: Tipo um jogo da velha), onde escolher um par de ações para fazer. Há seis ações: Mover, Construir, Curar, Pesquisar, Coletar e Alocar População. Mas por causa da localização das ações na grade (Nota do Sr. Slovic: Ou hashtag, para os mais novos), algumas são impossíveis de fazer juntas, como Mover e Construir. Há cinco recursos no jogo: comida, madeira, pedra, erva e moeda, sendo que a última serve como coringa.
- Uhu!!! Tem ervinha no jogo? Pô, mó jogo legalize! Todo mundo travado e bem loco…
Baixa a bola, noinha! Nada de turna da fumaça com o cachimbo da paz por aqui. Em Pest a erva é medicinal para tratamento da doença (Nota da Sra. Slovic: Ok, a outra também pode ser usada para tratamento de doenças, mas não vem ao caso) e é de extrema importância (Nota do Sr. Slovic: Não que os outros recursos sejam sem importância, longe disso), pois ao se movimentar com seu Médico pelo mapa, o jogador vai recolhendo os doentes para seu tabuleiro individual, deixado-os em quarentena, e se há muitos lá, a vida começa a ficar complicada para o jogador, com várias penalidades, tanto nas ações quanto no estoque de recursos.
Todas as ações estão interconectadas. Ao se mover a um lugar com enfermos, é necessário recolher todos que estão lá e para isso você precisa de pão. Para ter pão e os outros recursos, precisa coletar, mas ela só é eficaz se houver prédios e pessoas saudáveis trabalhando neles, ou seja, a população doente tem que ser curada, mas para curar é preciso de remédio e de doentes em quarentena… E para ajudar tudo isso é bom pesquisar novas tecnologias. Tudo precisa ser muito bem planejado, pois a cada rodada (Nota da Sra. Slovic: Em ternos de jogo, um ano) os pares de ações só podem ser feitos uma vez e o jogo tem somente seis rodadas.
Há cada rodada abre-se uma carta de Peste (Nota da Sra. Slovic: Que complica a vida dos médicos) e uma de Ajuda (Nota do Sr. Slovic: Que dá um pequeno alento aos jogadores). Com a carta de Peste, novos doentes entram no mapa e se houver quatro enfermos em uma mesma cidade, ele é devastada e a peste se espalha (Nota da Sra. Slovic: Mas neste caso não ocorre um surto, como em Pandemic), dificultando a movimentação e a obtenção de recursos, já que cidades devastadas não produzem.

A população saudável dá pontuação no fim da partida, mas também pode ser alocada em prédios para produzir recursos ou levadas para a Capital, onde ocorre um certo Controle de Área. O jogador com mais pessoas nesta cidade ganha bônus durante a partida . Pest tem várias maneiras de pontuar, como construir edifícios na Capital, concluir os decretos, criar tecnologias. Mas normalmente a pontuação é tão apertada que se você focar em uma única maneira ou tentar abraçar o mundo, vai se dar mal. Tudo é estratégia e planejamento.

No geral, Pest é um ótimo jogo. Tem muitas regras e regrinhas, fácil de confundir jogadores com menos XP no ramo, mas uma vez que você entende como o jogo flui, tudo faz sentido e a a partida ocorre sem maiores dificuldades. A arte remete a Idade Média europeia, principalmente durante o período da Peste Negra (Nota do Sr. Slovic: Mesmo o jogo se passar em um mundo fictício, muito do que se vê nele realmente aconteceu aqui). As miniaturas dos médicos são fantásticas. Muito bem-feitas. Há uma versão com componentes de luxo e uma miniatura da capital, que deixa o jogo mais belo. E uma informação importante; Não espere encontrar a cura. Ela não existe. O que os jogadores fazem é só enxugar o gelo, buscando aumentar sua influência, já que isso é que vale de pontuação final da partida. Muitos vão morrer e você não pode fazer nada a respeito. Só ajudar as poucas almas desamparadas. Não há um final feliz para todos, somente para o médico que venceu. Isso até ele contrair a doença e se tornar um reles infectado vagando pelas estradas.
E é isso, Shishô!