Olá amigo tabuleirista! Me chamo Hild e estou estreando na mídia escrita do canal Tabulando, levando até você mais uma opinião pessoal do que uma análise propriamente dita.
Aproveito pra deixar aqui o meu agradecimento ao amigo acarpinelli, responsável pelo canal, por ceder esse espaço para minhas experimentações.
Não pretendo (a princípio) trazer lançamentos, jogos hypados e coisas do tipo, mas sim jogos já lançados onde muitos de vocês conhecem as regras e estão com inúmeras partidas cadastradas. A idéia não é enchê-los de regras já conhecidas e nem de primeiras impressões, mas sim fornecer uma opinião pessoal mais embasada exatamente pelo fato do jogo ser mais antigo e possuirmos mais partidas jogadas.
E pra iniciar essa conversa, iremos começar com TAPESTRY, um jogo de civilização para 1 a 5 jogadores, lançado em 2019 pela Stonemaier Games e trazido pela saudosa Ludofy, hoje Grok Games aqui no Brasil.
caixa do jogo
Trata-se de um jogo com uma superprodução já característica dos jogos da editora, miniaturas pintadas e componentes caprichados.
Miniaturas inclusive que, a época do lançamento, deram o que falar quanto a sua necessidade, pois devido ao capricho em sua produção, o jogo chegou num preço elevado aqui no Brasil se considerarmos o preço que era praticado cinco anos atrás.
As minis polêmicas. Que são bonitas são!
Um questionamento que, arrisco dizer, passaria quase despercebido nos tempos atuais devido o aumento significativo da exigência do consumidor quanto a qualidade e beleza dos componentes em um jogo. O mercado mudou e ouso dizer que a Stonemaier Games foi uma das empresas pioneiras que contribuíram para essa mudança.
Outra crítica recorrente era de que Tapestry é um jogo com “tema” de civilização e não exatamente um jogo "de" civilização. Pretendo não entrar nesse mérito de conceituar o que seria um jogo de civilização e quais os seus requisitos. Prefiro me ater ao fato se o jogo transmite ou não o tema que lhe diz respeito, pois no fim, o que vale para mim, é a experiência que o jogo lhe proporciona. Se ao jogar, ele te passa a sensação de estar controlando e evoluindo uma civilização, então acredito que o jogo cumpriu o seu papel neste sentido.
E na minha humilde opinião, Tapestry cumpre o que promete.
Ele pode não ser um jogo de civilização clássico como estamos acostumados a ver ao melhor estilo Clash of Cultures (este é meu jogo de civilização preferido aliás), mas gosto do fato dele proporcionar uma experiência de civilização em pouco menos de 3 (três) horas de partida.
Acredito que muito dessa imersão se dá pelo fato do tabuleiro central possuir um mapa, onde cada jogador controla territórios e expande sua civilização.
Mapa no tabuleiro central - Controle de área simples que funciona.
Essa interação entre os jogadores pelo controle de área no tabuleiro (mesmo que em Tapestry a resolução de conflitos entre os jogadores seja bem simplificada) faz uma grande diferença para imersão no tema. Particularmente, dou uma maior consideração aos jogos de civilização que possuem um mapa para interagir entre os jogadores.
A visualização de um mapa traz uma maior imersão, e confesso que para mim, é um requisito quase que essencial para decidir por esse tipo de jogo. (Perdoem-me os fãs de Through the Ages e Nations, que já antecipo, são dois jogaços!)
Outro ponto que não podemos deixar de transcorrer é sobre as quatro trilhas de desenvolvimento de Tapestry: Militar, Exploração, Ciência e Tecnologia. Mecanicamente, o objetivo principal do jogo consiste em subir em cada uma dessas trilhas. Mas não se engane, o tema também esta presente em cada uma delas.
As 4 (quatro) trilhas de desenvolvimento de Tapestry.
A cada subida, sua civilização vai evoluindo naquela determinada área e influenciando outras trilhas. É ai que o jogo brilha. A sinergia entre as trilhas confere uma profundidade estratégica que lhe traz escolhas importantes de qual trilha subir e quando subir, na tentativa de espremer seus escassos recursos para realizar a maior quantidade de ações possíveis antes de passar de era.
Cada escolha traz sempre opções interessantes e pode até desencadear uma série de consequências em uma reação em cadeia prazerosa.
Essa complexidade estratégica em contraponto com a simplicidade das regras (destaque para o manual de regras com somente quatro páginas!) torna Tapestry um jogo de peso médio agradável de jogar, dinâmico e com baixíssimo downtime.
Mas lembra que eu disse anteriormente que o tema se encontra presente em cada uma das trilhas? Então…
As ações e benefícios que cada jogador recebe ao longo das trilhas estão sempre relacionadas a evolução da sua civilização.
A trilha militar lhe permite ir conquistando outros territórios no mapa até chegar ao seu ápice onde o jogador tem direito a receber uma segunda civilização acumulando para si novos poderes. É como se aquele jogador tivesse conquistado uma outra civilização e absorvido sua cultura e costumes.
Já a trilha da exploração lhe permite ir descobrindo novas áreas do mapa (leia-se abrindo novos tiles) e extraindo recursos até chegar ao ponto de no final da trilha o jogador alcançar a exploração espacial.
E essa evolução é sempre demonstrada pela miniatura de monumentos que você vai recebendo a medida que alcança certos pontos nas trilhas. Na mesma trilha de exploração, por exemplo, o jogador recebe uma miniatura de uma plataforma de lançamento com um ônibus espacial. A partir daquele ponto, as próximas ações passam a conferir tiles espaciais com melhores benefícios.
Ônibus espacial em seu devido lugar na trilha de exploração.
A trilha da ciência lhe permite você acelerar a subida em outras trilhas, demonstrando que o investimento nas pesquisas e conhecimento influencia todas as outras áreas da sua civilização, enquanto que a trilha de tecnologia lhe permite criar e aprimorar as inúmeras cartas de tecnologia existentes no jogo, que lhe confere mais recursos e outros benefícios, dando a ideia que quanto mais tecnológico sua civilização se tornar, mais otimizado você pode ficar, sobrando recursos para outras ações.
O que quero dizer é que o tema em Tapestry foi bem implementado e está presente em todas as mecânicas do jogo, e nesse ponto vale destacar caro leitor, que esta é uma opinião exclusivamente pessoal com base na impressão que eu tenho ao jogá-lo.
Logicamente, a simplicidade das regras, torna o jogo um pouco mais abstrato. Não podemos exigir que Tapestry entregue características encontradas em jogos de civilização mais complexos como Through the Ages, Nations, Civilization ou Clash of Cultures.
Porém, não podemos deixar de enaltecer que Tapestry consegue entregar uma sensação de civilização com regras simples, com partidas mais rápidas e sem deixar de ser imersivo.
Já jogou Tapestry? Curtiu? Comenta o que você achou!
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