Hoje eu busco jogos que unam, da melhor forma possível, meu gosto pessoal + o gosto da galera com a qual eu jogo + possibilidade de ir para mesa com frequência (para isso, em geral, o jogo precisa ser belo, chamativo, com regras simples, partidas rápidas e tema que agrade).

Tenho uma pequena coleção montada num período hobbysta mais "hardcore". São jogos que ainda me atendem bem e tem potencial para ver mesa por um bom tempo, porém hoje eu só estou disposto a comprar jogos mais familiares. E não tenho nenhuma preocupação/pretensão em "subir" o nível de complexidade, mecânica, estratégia dos jogos na medida que a galera vai se familiarizando aos BGs. Não que isso não possa eventualmente ocorrer, só não é uma meta.

Eu gosto de me reunir com amigos e dentre as reuniões possíveis, há a lúdica. Para essas reuniões, gosto de ter os jogos adequados.
Quando a vontade é de jogar, pelo próprio jogo, mecânica, tema estratégia... recorro os grupos de jogas aqui da minha região.

Busco paz interior, escapismo e, principalmente, silêncio. Por isso,  por mais paradoxal que seja, eu prefiro primariamente jogar jogos solo ou que o modo solo seja bom. Gosto de ficar resolvendo os puzzles e aproveitando os temas associados.

É a mesma coisa que busco quando jogo xadrez contra as diferentes IAs e no chess.com ou quando leio meus livros.

Silêncio é artigo de luxo, na minha opinião.

Excelente tópico!
Assim como o autor do tópico, eu também tive essa fase de ter orgulho da própria coleção e querer ostentá-la... 
Com o tempo, percebemos que isso, de fato, não importa. Inclusive, até tirei a minha coleção aqui na Ludopedia e diminuí ela bastante (de quase 100 jogos para uns 60).
O que faz sentido nos boards, na minha opinião, são, sim, as lembranças dos bons momentos, que ocorrem quando compartilhados e vividos com pessoas que vc curte, afinal, tem que rolar aquela boa conversa, aquela zueira etc.
Então, acredito que o que eu busco nos board games seja essa interação e socialização top.

Gostei muito da reflexão proposta pelo tópico!
A impressão que tenho é que o consumismo é uma parte muito fundamental desse hobby. Outra impressão que tenho é de que o hobby funciona como uma demarcação de status social.

Sobre o consumismo, acho que ele é estimulado por todos: editoras, influencers e também o público. Centenas de lançamentos todos os anos, todos os influencers dizendo que todos são jogos incríveis, e os grupos nas redes sociais contendo pessoas explicitando seus gastos mensais na compra de vários jogos.

Sobre o status social, o jogo enquanto objeto premium é um demarcador. Acho que por isso a prática mais comum no hobby é a foto da estante, mas quase nunca é de uma estante com poucos jogos; é quase sempre uma estante com muitos jogos, e com muitos jogos muito caros. Da mesma forma, é prática comum a foto do loot pós evento, que também tem a única função de ser uma ostentação.

Fato é que muita gente reclama dos altos preços, mas não vemos ações de boicote. Pelo contrário: jogos caros e hypados se esgotam rapidamente. Também é fato que não existe pressão do público para que os componentes dos jogos tenham um mínimo downgrade para que o preço final seja um pouco mais acessível. Pelo contrário: a comunidade reclama de detalhes mínimos que não afetam a jogabilidade em absolutamente nada.

Então parece que todo mundo quer que os jogos modernos sejam populares no sentido de serem cada vez mais conhecidos, mas ninguém quer se ele seja um produto tornado popular no sentido de acessibilidade. Todo mundo quer continuar premium.

Talvez seja por isso que o termo "lukitar" se tornou pejorativo na comunidade.

Excelente o texto!

Minha preferência é parecida, gosto da interação, da zuera, mas tbm de superar meus limites de raciocínio formulando a melhor estratégia. Se for pra jogar sem interação eu já prefiro solo, pois me concentro mais.

Minha coleção é pequena (23) graças à minha esposa que não deixa eu meter o pé na jaca, kkkk. Isso me fez muito bem porque hoje percebo que jogar mais vezes os jogos que amo é muito mais prazeroso do que jogar centenas de jogos novos poucas vezes cada um.

Em contrapartida, eu reconheço o valor dos consumistas colecionadores, pois são eles que estimulam o mercado e fazem as editoras lançarem tantos jogos legais por aqui... se não fosse por eles não teríamos muitas opções.

Pretendo parar minha coleção em 60 no máximo, isso ao longo de vários anos, com uns 3 ou 4 novos por ano.

fabiomoon007::Gostei muito da reflexão proposta pelo tópico!
A impressão que tenho é que o consumismo é uma parte muito fundamental desse hobby. Outra impressão que tenho é de que o hobby funciona como uma demarcação de status social.

Sobre o consumismo, acho que ele é estimulado por todos: editoras, influencers e também o público. Centenas de lançamentos todos os anos, todos os influencers dizendo que todos são jogos incríveis, e os grupos nas redes sociais contendo pessoas explicitando seus gastos mensais na compra de vários jogos.

Sobre o status social, o jogo enquanto objeto premium é um demarcador. Acho que por isso a prática mais comum no hobby é a foto da estante, mas quase nunca é de uma estante com poucos jogos; é quase sempre uma estante com muitos jogos, e com muitos jogos muito caros. Da mesma forma, é prática comum a foto do loot pós evento, que também tem a única função de ser uma ostentação.

Fato é que muita gente reclama dos altos preços, mas não vemos ações de boicote. Pelo contrário: jogos caros e hypados se esgotam rapidamente. Também é fato que não existe pressão do público para que os componentes dos jogos tenham um mínimo downgrade para que o preço final seja um pouco mais acessível. Pelo contrário: a comunidade reclama de detalhes mínimos que não afetam a jogabilidade em absolutamente nada.

Então parece que todo mundo quer que os jogos modernos sejam populares no sentido de serem cada vez mais conhecidos, mas ninguém quer se ele seja um produto tornado popular no sentido de acessibilidade. Todo mundo quer continuar premium.

Talvez seja por isso que o termo "lukitar" se tornou pejorativo na comunidade.