Djow_::Escrito por Israel Ben @isR34L
Conclusão
Essa linha City Collection prometia trazer versões premium dos clássicos do Feld, mas a verdade é que vem errando duramente: Amsterdam e Hamburg (Macao/Bruges), vieram com inserts da Game Tray que eram menores que a caixa e que por isso acabavam abrindo/bagunçando os componentes. Os componentes da versão de luxo são em acrílico, que embora as vezes sejam interessantes (mercadorias do Amsterdam) muitas vezes só são feios:
Some isso ao incrível preço base de ~100 Euros (ou mais), cuja a razão é ter a fabricação completamente na Europa por motivos de "ecologia", você ficará ainda mais frustrado com uma produção tão porca. Infelizmente, quem esperava um novo Bora Bora, é melhor correr atrás da versão original. Para o grupo específico de pessoas com grandes mesas simétricas, circulares ou quadradas, talvez seja uma boa pedida caso consiga deixar os dois tabuleiros lado a lado. Porém, acho que isso não é a realidade de MUITA gente. Quanto ao jogo em si, ainda preciso jogar mais, mas eu diria que por enquanto é…
Nota 8, chamo a galera pra jogar. (Sistema de Avaliação Spiel des Djows)
…em função da boa dose de interação e uma pegada mais punitiva, diferente dos Euros fofinhos de hoje em dia. Porém, para o nosso amigo Cuzco só me resta então:
Caros
Djow_ e
isR34L
Parabéns pelo excelente texto.
No caso do tamanho me veio à mente a dúvida se esse aumento do espaço necessário aos componentes, não consideraram outros padrões de mesa maiores que os brasileiros. Porém mesmo pesquisando bastante, não consegui achar nenhuma informação conclusiva a respeito.
Outro fator que não foi considerado é que desde o fim da pandemia, e mesmo antes dela o preço das moradias nos EUA estão aumentando, o que faz com que as pessoas procurem cada vez mais casas menores, até porque o tamanho das famílias também diminuiu. Esse fenômeno também se verifica no Brasil e em outros países. Em alguns casos essa diminuição do crescimento demográfico ou crescimento demográfico negativo, bem como envelhecimento populacional já é inclusive problema de estado. Esse é o caso de países como Japão, Alemanha e Itália. E mesmo os EUA tem um crescimento demográfico abaixo de 1%, e em muitos casos ligado não ao aumento de filhos por famílias, mas sim por conta da imigração. E se para os residentes não está fácil comprar um imóvel, para os imigrantes então, a dificuldade é muito maior. A combinação desses dois fatores, diminuição das famílias e aumento do preço das moradias, faz com que os imóveis em geral tenham diminuído de tamanho. Para que uma casa grande, e uma mesa de jantar de seis lugares, se a família tem apenas dois adultos e uma ou duas crianças? Com isso naturalmente o tamanho das salas diminuiu o mesmo acontecendo com o tamanho das mesas de jantar. E isso me parece que é um tendência em diversos países, incluindo o Brasil.
Nesse sentido a produção desse novo Cuzco parece ter cometido um erro também nesse sentido, ao desconsiderar que ninguém vai comprar um board game caríssimo para jogar no chão. E mesmo que se tenha uma mesa grande o suficiente, a forma como foram dispostos os elementos no tabuleiro é pouco prática, então a falha de design me parece indefensável. Isso sem falar que a ideia de melhorar o design de um jogo, ao menos na minha opinião, é torná-lo mais simples de explicar e jogar, mas sem perder a elegância e profundidade estratégica. O que não parece ser o caso desse novo Cuzco.
No mais, não tenho certeza sobre a escolha do nome, e pelo que vi a equipe de produção poderia ter escolhido uma infinidade de nomes, tanto de povos quanto de locais. Por isso acho um desserviço que se use o nome de outro jogo consagrado, porque fica uma baita confusão, tanto que de início eu pensei que esse novo Cuzco fosse uma reimplementação do clássico de Kiesling e Kramer. Eu acho que a produção do Cuzco 2023 poderia e deveria ter pensado em outro nome.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio