RaphaelGuri::
O que vai fazer mesmo maior diferença, o que pode vir a mexer na balança, são essas discussões por aqui. Eu mesmo estou fazendo um texto sobre o assunto, como muitos outros criadores de conteúdo fizeram. Acho que a informação é o caminho, não é a solução sozinha, mas é por onde começamos, como você também defende no seu comentário.
fantafanta::
E isso me leva a outra questão levantada, a dos monopólios. A empresa em questão detém muitas propriedades intelectuais e uma grande fatia do mercado que tornam a tarefa de boicotá-la muito difícil e penosa. É quase como se tivéssemos que abdicar do hobby e simplesmebte parar de jogar.
Rapaz, infelizmente é praticamente isso o que vai acontecer se as coisas continuarem assim! Veja a quantidade de pessoas que "lukitaram"... mas para mim esse é um dado real! Ou seja, precisamos mudar a prática de produção, distribuição ou consumo! Não tem pra onde correr, alguma coisa precisa ser feita ou as empresas vão segregar cada vez mais as pessoas (clientes) e nós ficaremos órfãos desse tipo de entretenimento.
Só que eu não acho que a saída seja combater o poder monetário com outro poder monetário. De acordo com a situação que expus anteriormente, fica muito difícil ou muito improvável que surja um novo player com capacidade de bater de frente com a Asmodee e assim abocanhar uma fatia do mercado, fazendo com que a Calanguinhos resolva se mexer. Tão pouco acho que a solução seja apenas focar no consumo de produtos de menores pois elas não só tem poucos títulos em comparação como não tem capacidade de distribuir com a mesma eficiência. E também não quer dizer que de uma hora para outra, se receberem uma grande aporte financeiro, não vão repetir os erros das empresas maiores...
O que me leva a pensar que talvez a única saída seja investir na construção de uma nova proposta de valor, na construção de uma outra prática de produção, distribuição e usufruto que não siga a mesma lógica do mercado atual
Caros
RaphaelGuri e
fantafanta
Eu concordo com tudo que vocês disseram, e além disso acho que qualquer estratégia tem de ser minimamente exequível. Nós podemos tranquilamente defender que todo mundo boicote a Galápagos e nunca mais compre nenhum jogo da editora. Só que a chance disso funcionar é zero, porque como muito bem apontado algures nos comentários, de cada 10 jogos lançados 7 são da Galápagos. Portanto, boicotar a maior editora brasileira de jogos equivale a abandonar o hobby, pelo menos para queles que ainda não tem tantos jogos. Já outras pessoas como mais tempo de hobby, é outra conversa, porque com um coleção de 100 jogos, certamente há board game para tudo que é gosto.
Portanto, não dá para defender um boicote total, porém o boicote por jogo é perfeitamente viável, e eu acho que isso dá para fazer, desde que a comunidade boardgamer entenda que esse sacrifício renderá muito lá na frente. A Galápagos quer monopolizar a venda do Frostpunk por seis meses?!?! Tudo bem, ninguém compra até o fim do prazo de exclusividade, e aí compra em lojas diferentes das quatro contempladas pelo contrato. A Galápagos quer vender o jogo XYZ mofado, mal traduzido, ou faltando componentes?!?! Beleza, ninguém compra o jogo XYZ, mas sim o jogo ZYX, que pode até ser da própria Galápagos, mas desde que esteja em condições normais de uso.
Em resumo se o novo lançamento da Galápagos está OK, a gente compra, mas se o jogo estiver com problemas graves de mofo, peças ou tradução, então ninguém compra, pelo menos até a Galápagos consertar o problema. A Galápagos quer vender um jogo só nas Lojas A, B, C?!?! Por mim tudo bem, mas só vou comprar quando ele estiver disponível em todas as lojas.
Isso eu acho que é muito mais realista e que dá para convencer as pessoas a fazerem.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio