RodrigoBaMe::Texto muito bom, mas é importante observar alguns aspectos aí
1- a Wizard não abandonou totalmente o português em Magic, abandonou somente em sua versão física, a regionalização continua na versão digital, o Magic Arena
2- o D&D está sim em certo sentido isolado no meio RPG, por mais que muitas defendam que não o D&D em si vende muito mais, mas é absurdamente mais (na faixa do milhão a mais) mo retorno financeiro de vendas) que qualquer outro jogo de RPG no mercado, a saída dele do português cria um vacou muito grande que praticamente nenhum jogo tem condições de cobrir
3- o D&D atual não tem versões oficiais em PDF
Caro
RodrigoBaMe
Rapaz, obrigado por prestigiar meu texto e fico feliz que você tenha gostado. No mais, você tem razão, e eu concordo consigo. Entretanto, gostaria de fazer algumas considerações.
O ponto central do texto é que a descontinuação de material novo em português, tanto para o Magic, quanto para o D&D, não é nenhum absurdo, nenhuma tragédia, e talvez nem mesmo uma coisa ruim. O que o artigo defende é que já saiu tanto material em português desses dois ícones, que uma pessoa só terá necessidade de materiais novos, apenas se ela quiser. Isso acabaria, em tese, com o fenômeno nocivo de "compra desenfreada" e "culto ao novo" que a Wizards of the Coast tanto promove, especialmente no caso do Magic.
Em relação ao que você argumentou, o Magic Arena certamente não deve deixar de sair em português. Isso, pelo simples fato de que é muito mais fácil, e econômico, alterar o idioma em uma plataforma digital, do que produzir uma tiragem inteira de edições e expansões físicas do Magic, em português. E isso ainda mais, se o produto nesse idioma está rendendo tão abaixo do esperado, como a Wizards alega. Essa também é uma forma de dizer, "olha, fãs brasileiros nós não abandonamos vocês, porque o Magic Arena continua em português", então isso seria meio que um prêmio de consolação.
Mas tem outra coisa, não sou a pessoa mais indicada para falar do Magic Arena porque não utilizo essa plataforma, mas tenho certeza que o custo para jogar on-line é muito menor do que o que custaria, para uma pessoa se manter atualizada com os últimos lançamentos do Magic, na versão física. E nem tem como ser diferente, porque jogar, por exemplo, com uma Black Lotus, ou cinco Moxis, em uma versão on-line (considerando que isso seja possível), é absurdamente mais barato do que comprar essas seis cartas para por no baralho. Isso sem contar que, salvo engano, o Magic Arena também tem a possibilidade de se jogar gratuitamente, obviamente sem acesso às cartas mais poderosas.
Assim sendo, de modo geral, o modo de consumo que antes era baseado no "ter o produto", após as plataformas on-line, especialmente de jogos, passou a ser "usar o produto". Isso é mais ou menos o que aconteceu com o consumo de música e de filmes, ou seja, antes se comprava discos, cds e DVDs, e hoje existem o Spotfy e as plataformas de streaming. Nessas plataformas você um preço único e tem acesso a um acervo enorme, 24 horas. A mesma coisa acontece, por exemplo, com o BGA, em que se paga uma assinatura, e se joga o que quiser, sem necessidade de comprar o jogo. Isso ameniza bastante o esquema de compra desenfreada, de que trata o artigo.
Quanto à questão do D&D, mais uma vez você está correto, porque ele é disparado o RPG, mais famoso, mais jogado e mais comprado. Portanto, realmente a sua saída do nosso mercado deixará um vácuo grande. Mas o ponto de reflexão que o artigo propõem, nesse caso, é justamente se isso é tão grave e tão prejudicial assim. Será que esse vácuo realmente precisa ser preenchido, ou ainda será que ele não existe apenas para aqueles que realmente tem fixação por material novo? Daí a ideia de que se volte a atenção para versões anteriores do D&D. Durante décadas, as versões anteriores do D&D atenderam absurdamente bem, quem queria apenas jogar RPG e se divertir, rolando dados a tarde inteira, na companhia de seu grupo de amigos.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio