Jogamos o Estudiosos do Sul do Tigre e até o momento é meu jogo favorito do autor. Esse é o segundo jogo da terceira trilogia do Shem Phillils e S. J. macdonald e tem alguns elementos que o destaca diante dos seus demais jogos.
O jogo acabou de chegar ao Brasil pela Mosaico e está simplesmente impecável. Seja em termos de beleza e efetividade da ilustração, qualidade dos componentes e principalmente na performance do jogo com suas mecânicas aliado a narrativa.
É bastante coisa pra resumir por aqui, mas vamos tentar...

O JOGO
Na dramaturgia do Estudiosos nós estamos na região de Bagdá no período de um determinado califado (governo) que valorizava bastante o conhecimento, a partir do estudo de pergaminhos de diferentes línguas que precisam ser traduzidos para o árabe.
Essa narrativa flui no jogo a partir de quatro ações diferentes possiveis, que podem ser realizada uma ou duas vezes, antes de realizarmos uma ação de manutenção (descanso). Explico: temos a possibilidade de fazer até cinco ações ou seis se conseguirmos liberar o espaço dele, a qualqier momento podemos descansar e renovar os espaços.
As quatro ações são: contratar ou dispensar um dos tradutores disponíveis; viajar e levar pergaminhos para a casa da sabedoria e/ou ganhar benefícios; estudar em uma das seis áreas de conhecimento e ganhar benefício momentaneamente e/ou renda; e traduzir pergaminhos disponíveis na casa da sabedoria com os tradutores possíveis.
E o mais incrível é que todas essas ações estão interligadas e praticamente qualquer jogada de um jogador interfere na jogada dos demais jogadores. Ou seja, é um jogo com bastante interação positiva, existe interferência, mas nunca ataque direto entre os competidores.
Quando não puder fazer mais nada ou quiser, a outra ação é o descanso, uma fase de manutenção em que recebemos renda nos campos de conhecimento que estudamos. Quanto mais subimos nas trilhas, mais ganhamos. Porém só recebemos renda se usamos as cartas de ação específicas.
Nesse interim, a gente tem acesso a mecânicas e elementos adaptadas de influência, controle de área, gestão de recursos, renda nas trilhas, e construção de rotas/tradução e possibilidade de fazer alguns combos, ha tambem rolagem de dados e uma dinâmica de gestão de cores brilhante que ja explicamos. Vale a pena destacar o poder e importância das cartas de tradutores que podem ser usadas de diferentes maneiras podendo dar benefícios momentâneas ou servirem pra traduzir e depois gerar ponto de vitória e um bônus quando se aposentam.
Faltou falar apenas elemento mais diferenciado "charmoso" do jogo: os dados. Pra começar gerenciamos uma bag, iniciarmos com dados brancos e alguns dados coloridos de cores primárias, cada vez que descansamos puxamos aleatoriamente um número específicos de dados que sao rolados, esses dados é que serão usados pra realizar as ações e determinam sua potência, algumas precisam de dados com cores específicas primarias e/ou secundárias.
Nesse caso podermos ou usar o dado colorido ou "construir" ele usando uns meeples e/ou usando mais de um dado pra formar uma cor secundária. Explico: preciso de cor primaria (azul,.amarelo ou vermelho), posso usar um dado da cor, o um dado branco com meeple colorido ; se preciso de cor secundária (verde, laranja ou roxo), posso usar um dado da cor, que é difícil, ou usar dois dados coloridos ou ainda dado branco com meeple colorido, mas com cor específica, cada cor secundária requer duas cores primárias específicas. Atenção que esse conceito de cores é central pra o desenvolvimento da partida.
Em resumo, na sua vez você seleciona uma carta que no descanso vai gerar uma renda na trilha selecionada, põe um ou dois dados coloridos ou brancos, e fará a ação que botou a carta com os dados, se tiver algum tradutor aposentado associado a ação você ganha sua habilidade. Acabou sua jogada. Você vai dicar jogando enquanto tiver dados e/ou você queira descansar.
O jogo vai durar até aparecer quatro cartas que oferecem pontos no meio do jogo que estão dentro de um deck com cartas de pergaminhos que alimentam toda a partida. No fim de jogo tem ponto nos pergaminhos traduzidos, nos tradutores aposentados, controle de área nas torres da casa da sabedoria, tem uns pontos de meio de jogo (cartas de califa) e ainda um bônus pra quem tem menos dados brancos em relação ao colorido. Tudo bem balanceado e cada ponto conta.
Ufa! Bastante coisa ne? Mas garanto uma coisa, ficamos focado a partida toda atentos, ficamos tenso e ao acabar uma partida ficamos ansiosos pela proxima.

MAS, PRA QUEM É ESSE JOGO?
Não indico pra quem nao tem bagagem em jogos, principalmente pra quem não tem contato com jogos de alta interação, pois a gente precisa se adaptar as adversidades ou simplesmente replanejar a jogada na medida que o jogo se desenrola.
Alem disso tem bastante elementos pra administrar e ao mesmo tempo pouco recursos pra gerir as ações. Nos vemos muito travados e não conseguimos fazer tudo o que gostaríamos. Mas, repito, é um jogaço! Escrever ja me empolga, jogar então...
Ah, e se alguém me perguntar a se algo sobre a rolagem de dados, ela certamente não vai travar tua partida caso saia números baixos, pra algumas ações o valor não importa muito, pra outras muito. Se tem algo que me incomoda nesse jogo é justamente o fato de não haver algum tipo de compensação pra rolagens baixas, porque sempre será melhor rolar alto e em nada vai ter vantagem uma rolagem baixa. Agora que a rolagem, talvez alguns possam se incomodar com o fato de puxar dados da sua bag e não vir aquele colorido que você tanto quer, é uma puxada aleatória então se prepare pra torcer e comemorar ou se frustrar com o que você puxa. Mas sinceramente não será algo crucial, ninguém vai ganhar ou perder por esse fator sorte, só talvez tenha que gastar mais tempo se organizando.
Pra ser bem franco dos jogos lançados aqui no Brasil do Shen e do Macdonald, é meu preferido.
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E se tiver alguma ideia, dúvida, discordância pode puxar o fio!
Um cheiro
