Vamos lá. Ter inovação de mecânica, inventar um mecanismo dentro do jogo não é garantia de um jogo bom. Na verdade, você mal lembra de qual foi o jogo que inventou a mecânica ou o mecanismo, mas você lembra qual o jogo que, pela primeira vez, fez aquilo brilhar dentro de um jogo. Isso é verdade para qualquer área de conhecimento ou mesmo da arte. Então, na verdade, não queremos apenas uma mecânica nova. Simplesmente não é suficiente.
O hobista está inserido num mercado que não é filantrópico, não é consolidado, não é relevante e, francamente, nem creio que no pais mais integrado em jogos de tabuleiro, seja, de fato, um mercado de massa (como outras formas de entretenimento). Hoje o jogo é visto como um bem de consumo, um produto que não precisa ser "apenas" mecanicamente agradável ou divertido, precisa despertar o consumo, precisa ser agradável aos olhos, ao tato, E SER PRINCIPALMENTE economicamente viável. Especialmente em razão deste último ponto e da fragilidade do mercado - com perdão do trocadilho - é mais fácil ver as editoras "jogando" no seguro em vez de arriscar em algo nunca visto. Essa combinação parece ser um obstáculo à "inovação" do jogo como produto.
Ter uma inovação da mecânica não garante um bom jogo. Ter uma inovação do produto é arriscado. Ter inovação por si só, por mais que seja almejada ou sonhada pelos jogadores provavelmente não é algo que realmente o jogador queira. Por mais que exista o culto ao novo, o novo começa a envelhecer após ser lançado. Talvez nós até achamos que queremos algo inovador, mas só queremos nos divertir.