Hudson Goulart::
Rapaz, que trabalho de pesquisa! Meus parabéns!
A parte que mais chamou minha atenção foi a informação de que, quando A Voyage of Discovery or The Five Navigators foi lançado, não é que o império austro-húngaro ainda não havia terminado. Ele nem sequer havia surgido! Adorei ler sobre isso.
Sugiro que você corrija os erros de digitação do seu texto. Tem vários.
Quanto à possibilidade de algum jogo moderno ainda estar sendo vendido daqui a 90 anos, eu consigo imaginar alguns. Embora seja evidentemente um chute. Em relação às apostas num jogo específico. Coletivamente, a lógica se inverte. É quase garantido dizer que, dentre todos os jogos que são vendidos atualmente, ao menos um deles estará à venda daqui a 90 anos. Em função da quantidade imensa de jogos disponíveis atualmente, o que torna essa afirmação até mesmo provável.
Bom, as minhas apostas são:
Hive Pocket
Rummikub
E por que não Pandemic?
KLASK não conta, né!? Já que não é boardgame.
Hudson Goulart:: Eu poderia desenvolver um pouco mais. O universo ama a simplicidade! 99% dele é composto por hidrogênio e hélio. Que são justamente os átomos mais simples. A biomassa das formigas excede a das aves e mamíferos selvagens somados. Boa parte da vida na Terra existe na forma de bactérias. E por aí vai.
Portanto, se os jogos simples indiscutivelmente possuem maior resiliência, apelo a um público mais amplo, e maiores chances de sobrevivência em geral, simplicidade não é tudo. É preciso ter também personalidade. RAZÃO DE EXISTIR, em outras palavras.
Qualquer um pode inventar um novo jogo abstrato do tipo damas. E isso realmente é feito o tempo todo. Todo ano surge algum jogo novo. Mas, em geral, eles não se destacam o suficiente para justificar o lançamento de uma versão física. Ou até são lançados. Mas não passam da tiragem inicial. Em seguida viram uma nova (boa) opção no BGA ou algum outro portal de jogos online.
O que faltou nesses casos? Diferenciar-se o bastante para escapar da mesmice. Como eu disse, é preciso ter uma dose de personalidade. Ser único em algum aspecto.
Essa barreira eu entendo que Hive já passou. Pois foi lançado no mundo inteiro em formato físico. Falta agora ter um campeonato mundial. Coisa que ainda não conseguiu ter.
De qualquer forma, é sempre bom ressaltar que sucesso atual não garante sucesso futuro. O xadrez hexagonal de Glinski, inventado em 1936, logrou reunir mais de meio milhão de jogadores, e chegou a ter partidas transmitidas pela televisão! E, no entanto, hoje está praticamente desaparecido em sua forma física. Embora continue disponível em formato eletrônico. Seja em aplicativos, seja online. Mas não é nem sombra do que já foi.
Caro
Hudson Goulart
Rapaz, muito obrigado por prestigiar o meu texto, e muito me alegra que ele foi do seu agrado.
Quanto às questões que você levantou, eu concordo totalmente. Muitas vezes as pessoas confundem simples com simplório, que não é a mesma coisa. Dois exemplos disso são o parafuso e o clip de papel. São coisas absurdamente simples, mas de uma eficiência igualmente absurda. Eu não sei se os jogos modernos continuarão a ser jogados daqui a 90 anos, mas com certeza o dominó ainda estará por aqui, nos próximos milênios.
Eu me recordo de uma época lá no comecinho, em que o Puerto Rico era um jogo onipresente. Parecia que as pessoas só jogavam isso. Assim, se você perguntasse a alguém se o Puerto Rico continuaria a ser jogado e com a mesma intensidade, daqui a 90 anos, provavelmente ela responderia que sim, e que aquele era um jogo eterno.
Hoje em dia, apesar de sua grande importância para a consolidação do hobby, em especial no Brasil, as pessoas já não jogam da mesma forma, até pela quantidade de opções que surgem todos os anos. Apesar disso, Xadrez, GO, Gamão e Damas, são jogos que enfrentam a concorrência de outros jogos há séculos, e continuam com o prestígio firme forte.
No caso do Hive, eu gosto muito do jogo, e ele está entre os primeiros abstratos "mano a mano", que eu joguei, logo que entrei no hobby, ainda naquelas edição da caixa branca. Porém, contudo que ele é simples e muito bom, não vejo uma vida tão longeva assim. Aliás, sinceramente, não vejo nenhum jogo no qual eu possa apostar minhas fichas nesse desafio do século. Isso vai depender muito dos jogos continuarem a fazer sucesso. Carcassonne e Catan por exemplo, são jogos que desde o lançamento não teve um ano sequer em que eles não tenham sido produzidos. Mas Catan, apesar de toda a qualidade e importância, já dá mostras de cansaço. Seguindo o raciocínio da longevidade do Dominó, uma que talvez perdure bastante é o Kingdomino, que é simples, elegante, sensacional e estratégico na medida, para agradar jogadores cracudos, sem espantar os novatos. Outro que vale citar, e que eu acho que também vai longe, na questão do tempo, sem dúvida alguma é o Azul, principalmente o original, que eu acho melhor que as versões posteriores. Todos esse jogos são simples, mas sem deixar de ser fenomenais. Mas mesmo assim, até mesmo no caso destes jogos, só vai dar para saber se daqui a 30 anos eles continuarem a ser produzidos, jogados e comentados. É meu camarada, o teste do tempo é barra pesada.
Por fim, como não poderia diexar de ser, quando se fala em simplicidade, eu gosto sempre de citar o saudoso "Tremendão", que cunhou um primor de frase: "Se o simples fosse fácil, já teriam feito outro Parabéns Prá Você".
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio
P.S. Só para não dizer que eu não falei nada, já anotei suas sugestão sobre a correção dos erros de digitação (ficar velho, e não enxergar as teclas direito, como se fazia antes é uma droga), e vou consertar assim que possível. Isso é para você ver a falta que faz um serviço de revisão de qualidade, as editoras nacionais de jogos que o digam!!!!