Mateus Dantas::Olá, pessoal!
No vídeo de hoje fiz um comparativo entre os jogos King of Tokyo e King of New York.
Caro
Mateus Dantas
Meu camarada, na minha opinião, uma das coisas mais interessantes e que mais me atrai em um board game é a proposta que ele apresenta. Só para ficar em um exemplo, quando lançaram o Kingdomino e o Azul, esses jogos conquistaram toda a comunidade board game, justamente pela sua simplicidade, elegância e porque são bons demais naquilo a que se propõem. Não é á toa que esses jogos são, respectivamente, de Bruno Cathala e Michael Kiesling, dois designers entre os melhores de todos os tempos, e que merecidamente receberam o Spiel de Jahres por suas criações.
Porém como board game é uma indústria como qualquer outra, embora muita gente se esqueça disso de vez em quando, é natural que tanto a editora quanto os criadores queiram ganhar mais dinheiro em cima do sucesso de seus jogos. Daí surgiram o Queendomino e a "família Azul de jogos". Depois de ter experimentado essas variantes, estou cada vez mais convencido de que, assim como Carcassonne, tanto o Kingdomino quanto o Azul, no formato original, são melhores que os jogos derivados, embora reconheça que isso envolva muita controvérsia, pois muita gente prefere alguma das variantes do Azul. No caso do Kingdomino, ainda não encontrei ninguém que prefira o Queendomino, mas possivelmente esse alguém deve existir, afinal tem gosto para tudo.
Eu acho que a mesma coisa se aplica ao King of Tokyo.
Os boardgamers com mais idade, acima dos 50 certamente vão recordar do National Kid, do Ultraman e do Ultra Seven. Da mesmo forma, o pessoal com mais de 40 talvez se recorde do Spectremam, e seu arquinimigo Dr. Gori. Desse modo, eu vejo o King of Tokyo, acima de tudo como uma homenagem a esse seriados japoneses, que fizeram a alegria da infância de muitos "jovens senhores" de hoje em dia, tanto aqui no Brasil, quanto no resto do mundo, especialmente o Japão.
Com uma material original desses, é óbvio que o King of Tokyo não é, nem poderia ser um jogo sério, e muito menos um primor de estratégia. Quem joga o King of Tokyo assim, talvez devesse repensar suas escolhas e optar por algum jogo mais estratégico, mais pesado e mais cerebral. Digo isso, porque o King of New York acrescentou novas mecânicas que trouxeram um pouco mais de estratégia. Só que isso não era necessário em absoluto, porque o King of Tokyo já é excelente do jeito que está. Isso sem falar que mudar o cenário da capital japonesa, para a metrópole norte-americana tira bastante da magia original do jogo. Com todo o respeito a quem prefere essa outra versão, mas os Incas Venusianos, Ghos e Karas, jamais deixariam de atacar Tóquio, para atacar Nova Iorque.
No caso das expansões Power-Up eu também acho que elas valem muito a pena, mas apenas por conta dos novos personagens. As cartas que elas acrescentam eu acho que representam muito pouco. Digo isso, porque em uma partida padrão de King of Tokyo, pelo menos aqui na minha quebrada, dificilmente saem mais de 5 cartas por partida, e nunca mais de 10. Com isso, mesmo jogando bastante (tenho um sobrinho de 6 anos, que é totalmente fissurado com esse jogo, a ponto de sonhar com ele) ainda não deu para enjoar das cartas do jogo base. Apesar disso, as fantasias do Helloween são legaizinhas e acrescentam um pouco de comicidade a um jogo que já é para lá de cômico.
Por fim, mesmo você não tendo citado, vou aproveitar para dizer que pelo mesmo motivo, gosto mais do King of Tokyo original do que do Dark Edition. Por mais que o Dark Edition talvez tenha mecânicas possivelmente interessantes como a trilha de maldade, mais uma vez o universo de King of Tokyo é colorido, brilhante e espalhafatoso, e isso não tem nada de sombrio. Se for para jogar algo sombrio está aí o universo Lovecraftiano, como uma quantidade enorme de jogos com o Cthulhu, para matar a vontade de qualquer um por jogos mais trevosos.
É como voto, senhor relator!
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio
P.S. Com o King of Tokyo Origins eu nem vou perder tempo, porque não faz o menor sentido simplificar um jogo que já é naturalmente muito simples, a menos obviamente, para faturar em cima dos colecionadores que compram tudo que sai sobre um jogo, e aos aficionados com o King of Tokyo, feito meu sobrinho.