butilheiro::
A célebre frase do Reiner Knizia se aplica muito bem aqui:
"Não é sobre vencer. Quer dizer, eu quero vencer, mas vencer não é o mais importante."
O que o mestre queria dizer, nessa entrevista antiga dele, é que vencer tem que ser o objetivo sempre, mas não é o mais importante do jogo. O jogo é sobre a experiência, sobre o desafio, sobre o momento e a interação (com outros ou mesmo sozinho, você com o jogo). Você não pode jogar não querendo vencer, jogar de qualquer maneira, fazendo escolhas ruins de propósito, pois isso é mais uma ofensa ao seu adversário do que qualquer coisa. Mas também não pode querer vencer a qualquer custo; principalmente ao custo da diversão sua e dos demais.
evieira::
Você pegou muito bem o ponto. Equilibrar a competitividade do jogo com o clima da mesa é um desafio. Quem quer jogar “campeonato mundial”, tem que fazê-lo com que está interessado em jogar dessa forma. E não há problema nenhum nisso.
metelo::
Lembrou do rolo com a minha filha mais velha. Eu comecei a jogar com num modo mais relax, em poucas partidas (totais, nao de apenas um jogo) a menina ja tava colocando pressao e ganhando mais da metade das partidas (onde ficou mais claro isso foi no Ticket to ride, q eu nao perdia uma partida desde 2009). Ai comecei a subir a pressao para manter no mesmo ritmo dela. Com isso nossa mais nova parou de jogar, pq nao tinha maturidade nem habilidade cognitava para acompanhar (ele tinha 4 ou 5 anos na epoca, com a mais velha com 8 ou 9).
O que aconteceu, hoje so consigo colocar as duas na mesa em Sushi go party, onde uma disputa a partida comigo, e a outra implementa estrategias de pegar as comidas que ela gosta p ver se funciona ou nao. Confesso que curto pacas jogar com a mais velha por conta da competicao (sou competitivo pacas, e dificil achar parceiros que acompanhem o ritmo), e estou aprendendo a curtir os jogos mais light para jogar com a mais nova, que agora apaixonou por D&D (inclusive tive de pegar uns sets de dados para podermos jogar com mais frequencia, pois perdi os que tinha na gaveta desde 1990).
Caros
metelo,
evieira,
butilheiro
Meu amigo Metelo, a rapaziada começa cedo aí em Niterói, hein! Suas meninas deviam ser no esquema, uma mão na mamadeira e a outra segurando um combo arrasador de cartas do Terraforming Mars. O quê isso minha gente!!!!! Mas é aquilo, como diz o bom ditado, "quem sai aos seus não degenera".
No mais eu acho que o Eduardo e o Butilheiro acertaram "no olho da mosca". Tudo é uma questão de equilíbrio e principalmente de conhecer e entender quem joga contigo, e o momento de cada jogatina. Quando eu disse que "perdia a partida, mas não perdia a piada", e que abdicava da vitória só para azucrinar meu amigo e não deixá-lo ganhar, obviamente isso não era o tempo todo, mas sim nos jogos em que isso cabia, especialmente os de Take That. Dependendo do jogo, do dia, e de quem nos acompanhava é claro que a gente jogava mais sério, se fosse o caso.
Por isso eu acho que tudo depende. Da mesma forma que você tem jogos diferentes, para públicos diferentes, também existem posturas diferentes. Não adianta nada você ser tão competitivo e se tornar tão bom em um jogo, a ponto de ganhar sempre e as pessoas desistirem de jogar com você, ou só "jogarem por piedade" e como coadjuvantes, porque foi a sua vez de escolher o jogo. Aliás se algum amigo se tornar tão bom em um jogo e não perder nunca, minha sugestão é a seguinte, "se não pode vencê-lo, roube, porque talvez assim a partida fique mais interessante (brincadeirinha pessoal!!!!). kkkkkkkk
Para terminar, acima de tudo, board games têm de ser divertidos, e para todo mundo, e não apenas para um ou dois, caso contrário jogar perde todo o sentido.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio
P.S. É por essas e outras que o meu primeiro set de dados poliédricos e minhas cópias xerox do Player's Handbook, do Dungeon Master's Guide e do Monster Manual estão guardados em um cofre em Zurique, que nem mesmo Ethan Hunt e sua trupe conseguem invadir. kkkkkk