Asllan Cyanor:: Cara, eu acho muito bom ter diferentes versão de um jogo com temáticas distintas. As vezes o jogo é bom mas a temática não te pega, e dessa forma você pode escolher o que mais te agrada. Para o jogador convencional se trata de escolhero que mais te agrada, para o colecionador também é bom pq dá mais material para ele, o que eu não entendo muitobem é porque a crítica é sempre tão pesada específicamente sobre o Zombicide. Você não precisa ir muito longe para achar jogos com várias versões dele mesmo, mas com outros títulos, fazer isso normalmente soa como algo positivo. A lista é extensa, Brass, Ticket to Ride, Dungeon and Dragons, Mansion of Madness e o que falar da Saga Eldritch que já foi explorada de tudo que é angulo? E dá para continuar, desde pesados como Descend, até leves como Dixit, Azul e até Dobble.
Acho que é meio que um padrão que se a empresa puder oferecer mesmo do mesmo jogo, ela vai oferecer, e eu sinceramente acho isso melhor do que o que fizeram com o Kingdom Death, que é raro e sempre vai custar mais do que qualquer versão de Zombicide pela escassez.
No meu caso particulaermente gosto da temática medieval e de super heróis. Tenho o Green horde com 1 exp. Não vi necessidade de pegar a caixa do Black Plague e vou pegar o white death pela mecânica "Tower Defense" que tb me parece interessante. Comprei o Marvel Zombies no Financiamento, assim como Marvel United e já tenho material de sobra para os dois. Não vou comprar o Undead or Alive, a segunda edição ou qualquer outra variante.
Outro ponto que dá para levar em consideração é o custo jogo X minis. Eu sou um jogador de RPG, e sei que minis na qualidade das produzidas pela Cmon não são baratas. Vou dar um exemplo, eu estava precisando de minis futuristas para umas jogatinas de RPG. Consegui pegar a caixa do Invader em uma promoção pagando R$200,00. Sem contar o jogo em si cada mini saiu na casa dos R$2,70, o que é uma pechincha.
Enfim, eu acho que quanto mais melhor, pq desde que o Zombicide saiu existe o papo de que isso ia transformar os boardgames em jogos bestas e caros, mas a verdade é que de lá para cá tivemos uma expansão de jogos bobos, mas também de jogos elaborados, assim como jogos de alto custo, mas também de baixo custo. Acho necessário ter uma perspctiva da realidade e da expansão do mercado para ter um resultado real e não ficar formando hipóteses sem fundamentos nos fatos, sem ignorar a alta da inflação sobre todos os produtos, alta do dolar daquela época para cá e por aí vai.
Acho que quando falamos dos preços altos de jogos, talvez estejamos apontando as armas para o bandido errado, (kkkkk) pensem sobre isso equanto a taxação para trazer produtos de fora (que nem são produzidos ou distribuídos por essas bandas) cresce mais que o número de Zumbis em final de partida de Zumbicide. O governo tem fome.
Caro
Asllan Cyanor
Não há nenhuma dúvida de que o Zombicide sofre bastante preconceito, principalmente por uma parcela do hobby que aprecia mais os jogos euros. Só que eu acho que existe muito mais gente que gosta do jogo, do que gente que o detesta. O enorme sucesso comercial da franquia é uma prova disso. Eu por exemplo faço para dessa maioria que adora o Zombicide.
No entanto, não é porque eu gosto do jogo, e gosto muito, que eu vou fechar os olhos aos seus problemas. Por isso, apesar de gostar da franquia, e inclusive possuir algumas versões, ainda assim eu sou crítico quanto a relação entre a quantidade de versões lançadas e a pouquíssima diferença entre elas. Daí o meu questionamento no sentido de que o Marvel Zombies não vale a pena, especialmente por conta do seu alto preço.
Evidentemente, a franquia Zombicide não é a única que lança diversas versões. Mas, a meu ver, isso não se aplica a todos os exemplos que você deu. Há uma diferença entre lançar expansões e lançar novas versões do jogo. Expansões agregam ao jogo, umas mais outra menos. Mas novas versões vão além e são praticamente jogos autônomos. Você não tem várias versões do Brass, do Mansions of Madness e até mesmo do Dixit. O que se tem são expansões. No caso do Dobble a história é outra, mas aí pesa o fato do jogo ser tão simples, apesar de brilhante, que não faz sentido lançar expansões para ele. Por outro lado, no caso do Ticket to Ride eu realmente concordo consigo, porque são várias versões lançadas. Nos dois casos a pessoa pode acabar comprando mais do mesmo, mas é muito diferente fazer isso com um Ticket to Ride novo que custa entre R$ 250,00 e R$ 300,00, e um "novo Zombicide" que custa quase mil reais. Por isso até dá para entender o sujeito ter trocentas expansões do Dixit, porque é preciso considerar que, aproximadamente, com o dinheiro que custa um único Marvel Zombies é possível comprar 6 expansões do Dixit,
E aí é que entra uma diferença fundamental, em relação à divulgação do jogo e o hype gerado ao redor dele. Mantendo o seu exemplo, quando sai um novo Ticket to Ride eu acho que não há uma propagando no sentido de que a nova versão seja tão "obrigatória", ou tão "diferente" das versões anteriores, a ponto de justificar a compra, mesmo que a pessoa já possua outros Tickets to Ride. Mas é justamente isso que se faz em relação ao Zombicide, tanto aqui quanto no exterior. Nessa caso a mesnagem que se passa é a seguinte: "esqueça que você já tem 10 versões do mesmo jogo, porque essa nova versão do Zombicide é ótima e totalmente diferente de tudo aquilo que já foi lançado antes". Hoje diversas pessoas estão comentando: "olha vamos comprar o Marvel Zombies, porque nele você joga com minituras dos super-herós". Mas daqui a um ano ou dois vai sair por exemplo o "Zombicide Faraós", e aí o papo muda para "esqueça ops super-heróis da Marvel, isso é passado, o legal agora é jogar o Zombicide em um labirinto dentro de uma pirâmide, matando não zumbis, mas sim múmias, e isso faz toda a diferença.
Por isso, a minha crítica não a respeito do jogo em si, até porque eu gosto dele, como não me canso de dizer. A minha crítica é a respeito da quantidade de "versões" lançadas ao invés de expansões que eventualmente poderiam melhorar cada versão. Na minha opinião. agregaria muito mais ao jogo, lançar caixas com novos mapas e novas missões, do que uma nova versão. O problema é que da forma como é feito e divulgado, uma nova versão é muito mais rentável do que uma expansão. Com isso, a cada ano é como se o jogo voltasse à estaca zero, e os fãs precisassem comprar o mesmo jogo novamente com diferenças tão pequenas que não justifica essa nova compra.
Quanto a questão da quantidade de minis, tem uma questão que eu acho muito interessante. Eu não trabalho em nenhuma fábrica ou indústria de brinquedos, mas uma vez comentando sobre o preço dos jogos de miniaturas, com alguém que trabalha no setor, a resposta foi o oposto do que eu imaginava. O caso é que o plástico, no geral, é um material muito barato, tanto que praticamente quase tudo hoje em dia é de plástico. Durante anos esse foi um diferencial dos jogos euros, porque eles traziam componentes de madeira que é absurdamente mais cara que o plástico. O que é caro, aliás muito é fazer o molde da miniatura desde o design até a sua produção. Mas passada essa fase, as miniaturas passam a custar centavos, justamente porque o plástico é mais barato. Quando se fala em bonecos articulados, a história é outra porque a montagem das diversas peças encarece a produção, além de ser necessário um molde para cada peça. Mas em se tratando de miniaturas inteiriças, o custo por unidade é baixíssimo.
Como eu disse, eu não trabalho nesse setor, mas é no mínimo curioso, que a mesma miniatura de super-herói (licenciamento e produção) não impacte tanto no preço do Marvel United, que é bem mais barato, mas no caso do Marvel Zombies é fundamental para justificar um preço tão alto. E olhe que estamos falando da mesma empresa detentora dos direitos sobre os personagens (Marvel), e da mesma empresa que produzirá os jogos (CMON).
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio