Challengers é viciante.
Joguei mais de 40 partidas dele no BGA no último mês e ainda não enjoei dele. Cada vez que jogo uma nova partida, eu testo um arquétipo diferente. Ele é surpreendentemente equilibrado, tem uma rejogabilidade altíssima, uma série de combos e sinergias interessantes. Até o modo solo dele é bom. Já joguei partidas com 8 jogadores, e o jogo funciona bem nessa contagem, mas a minha contagem favorita é em 2 jogadores. As mecânicas de 1. "ter uma quantidade máxima de slots no banco para limitar a quantidade de cartas diferentes no seu baralho" e 2. "utilizar apenas a última carta para defender a bandeira versus a soma de todas as cartas abertas do jogador que está tentando recuperá-la" fazem com que o jogador tenha que se adaptar a cada nova rodada de construção de baralho. Não se trata de sair revelando as cartas do topo e ver quem ganhou, como se fosse um Super Trunfo moderno, o jogo é sobre construção e gerenciamento de baralho dentro das restrições apresentadas pelo jogo.
Para mim, esse jogo cai na mesma categoria que o Kingdom Builder quando ele ganhou o Spiel no ano dele: muita gente não conseguiu enxergar a verdadeira beleza do jogo, e tudo bem, nenhum jogo é para todos mesmo, mas eu recomendo fortemente deixar o preconceito de lado, aprender as regras e jogar ao menos umas duas partidas, nem que seja para dizer que realmente não gostou. Quanto mais você joga o jogo, mais você se familiariza com as cartas e suas sinergias, é um jogo que recompensa múltiplas partidas. Além disso, ele não é tão caótico quanto sua aparente aleatoriedade sugere: um jogador experiente vai vencer a maioria das partidas contra um jogador novato, mesmo com a sorte da compra das cartas.
Esse jogo é para mim uma gema subestimada e mereceu o Kennerspiel. Você pode não gostar do jogo, e não há nada de errado nisso, mas, assim como Kingdom Builder, tem muito mais jogo ali do que uma primeira vista pode apontar.