Fala pessoal! Esse ano de 2022 foi um excelente ano para lançamentos tanto de jogos de tabuleiro quanto para RPGs. E é por isso que eu estou aqui, para falar da segunda edição do O Um Anel, lançado aqui no Brasil pela Devir.
Eu gravei um vídeo um tempinho atrás, mas muita gente vem me perguntando algumas coisas a respeito do jogo, como as diferenças entre as edições, a tradução do livro, etc. Bem, vou falar aqui um pouco de cada coisa!
Pra começar, a qualidade do livro está muito boa, é um livro lindo e com ilustrações excelentes que vou deixar aqui pra vocês no decorrer do texto, começando por esse anão, que é uma das minhas ilustrações favoritas do jogo.

O sistema do jogo é basicamente o mesmo da edição anterior, mas com algumas melhoras significantes como o sistema de heranças, onde seu personagem pode preparar o terreno para um sucessor ou um herdeiro no decorrer da aventura. Foram adicionados alguns elementos novos para a Fase de Sociedade, que é um período entre aventuras, onde os personagens param para descansar e acertar suas coisas antes de embarcar novamente para uma jornada.
E falando nisso, a Fase de Jornadas também apresentou melhoras em relação à edição anterior, ela representa a fase da aventura onde os personagens estão viajando entre um local e outro e como os perigos da Terra Média podem afetar a viagem. Nessa segunda edição a Fase de Jornadas ficou mais... como posso dizer... Simples? Isso, está bem menos burocrática do que na edição anterior, ao mesmo tempo que cria oportunidades de aventuras e pequenos encontros entre um local e outro.
As informações sobre regras e elementos do jogo também ficaram mais bem organizados.
Uma outra mudança bem significante entre as edições é o local onde as aventuras se passam, na primeira edição o foco das aventuras era o leste da Terra Média, mais especificamente em Rhovanion, região que pega ali o leste das Montanhas Nebulosas, onde atravessa grande parte do Rio Anduin, e que abriga a famosa Floresta das Trevas (Mirkwood), onde Bilbo e seus amigos enfrentam as aranhas em O Hobbit.
Na segunda edição o foco das aventuras é Eriador, região a oeste das Montanhas Nebulosas, região que abriga o Condado, Bree e as Montanhas Azuis, é o local onde ficava o antigo Reino de Arnor.
Por conta dessas mudanças algumas mudanças foram necessárias nas opções de criação de personagens, algumas Culturas da edição anterior ficaram guardadas em suplementos, e outras as substituíram no livro básico. Nessa segunda edição saíram os Elfos de Mirkwook e entraram os Elfos de Lindon, os Beornings ficaram de fora e entraram os Patrulheiros do Norte. De todo o resto permaneceram as mesmas culturas, tendo então como opções (já usando a tradução do livro): Bardeses (Bardings), Elfos de Lindon, Homens de Bree, Anões do Povo de Durin e Patrulheiros do Norte.
Embora a região onde o jogo se passa tenha mudado, a permanência dos Bardeses me agrada muito, pois é um elemento fundamental para o período em que as histórias acontecem, alguns anos após a Batalha dos Cinco Exércitos e a morte do Dragão Smaug pelo humano Bard e algumas décadas antes do início da Guerra do Anel. Outra Cultura Heróica que gostei de ver nessa edição é a dos Patrulheiros do Norte, o povo de Aragorn. Ela traz uma conexão muito boa com os eventos futuros da Terra Média.
Outro elemento bem legal são os Patronos, personagens icônicos da saga que aparecem para ajudar o grupo, servindo como um mentor ou uma fonte de aventuras, dentre esses personagens temos os conhecidos Gandalf e Bilbo Bolseiro, outros um pouco menos famosos para o público geral, como Tom Bombadil e o Anão Balin, e outros que só quem se aprofunda no lore da Terra Média vão conhecer, como Círdan o Marinheiro (um dos elfos mais velhos da Terra Média) e Gilraen a Bela (Mãe de Aragorn). Mas mesmo sem conhecer alguns desses personagens, há um rico histórico sobre eles.
Essa nova edição continua sendo pra mim a melhor adaptação do universo de Tolkien para os RPGs, ela traz não só elfos, anões e hobbits, mas também o clima tenso e sombrio que cresce conforme os aventureiros se embrenham pelas regiões esquecidas da Terra Média, em busca de pistas ou combatendo a Sombra crescente.
Mas alguns pontos do livro não me agradaram muito, como algumas escolhas de tradução. Bag End, onde fica a casa de Bilbo no Condado foi traduzida em diversas partes do livro como "Fundo da Bolsa", quando sabemos que a tradução clássica e mais conhecida é "Bolsão", a tradução de Mirkwood como "Bosque Soturno" também não me agradou, preferia a clássica "Floresta das Trevas" ou "Trevamata", como está nas novas edições dos livros da trilogia. Há outras escolhas de tradução que não gostei também, mas no geral está bom, não encontrei erros que atrapalhassem o jogo!
Mas gostei muito da tradução de Loremaster como Historiador!
Bem, aí vem a pergunta, se eu tenho a edição antiga, devo comprar essa nova edição? A resposta é SIM! Essa segunda edição está excelente, melhorou bastante a jogabilidade e se adapta ao estilo mais moderno de se jogar e mestrar RPG.
Mais uma vez gostaria de agradecer à Devir pelo material. E em Janeiro teremos na
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