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Os smartphones têm a capacidade de resolver boa parte das nossas vidas. Com ele, respondemos e-mails, checamos as redes sociais, conversamos com as pessoas pelo Whats App, compartilhamos nossos momentos com os amigos, colegas e família. Temos uma infinidade de opções bem nas palmas de nossas mãos que realmente nos divertem e contribuem muito para lidarmos com as situações do nosso dia a dia com mais agilidade. Basta alguns toques na tela para que nos conectemos com pessoas do mundo inteiro em tempo real. No meu caso, o smartphone é essencial para a minha vida profissional, pois resolvo muita coisa por ele em qualquer lugar em que eu esteja.
Por outro lado, as pessoas têm ficado um pouco "bitoladas" (incluindo eu mesmo) pelo telefone celular. É impressionante a "necessidade" que temos de checar o facebook a cada 5 minutos, por exemplo. O gesto mais comum no meu celular é deslizar o dedo para baixo para ver se entrou alguma atualização nova, ou alguma mensagem nos vários grupos de Whats App que eu faço parte (mantenho os grupos no silencioso justamente para não checar o tempo inteiro, mas de nada adianta). Ao mesmo tempo que o celular nos ajuda muito, também nos afasta do mundo real, junto com as pessoas reais. Faz com que não nos dediquemos aos momentos com as pessoas de verdade. E um desses momentos é uma jogatina de jogo de tabuleiro.
O melhor benefício de qualquer jogo de tabuleiro é o fato de você estar, fisicamente, desfrutando de um bom momento com os seus amigos, porém, muitas vezes, passamos mais tempo no celular do que realmente aproveitando o jogo. Quem nunca, em uma partida com 6 jogadores por exemplo, ficou fuçando no celular o tempo inteiro quando não é a sua vez? E quando chega a sua vez, alguém te chama: Ei Fulano, é a tua vez! E você toma um susto e nem faz ideia do que se passou no jogo. O pior de tudo é que você joga o seu turno e volta para o celular. Tem gente que até joga outros jogos no celular durante a partida do jogo de tabuleiro. Quem nunca fez isso que atire a primeira pedra. Hehe. Na minha opinião, essas atitudes só contribuem para atrapalhar a experiência, que deveria ser de convivência e interação com as pessoas. Para ser bem aproveitado, um jogo de tabuleiro deve ter a imersão dos jogadores, se dedicando 100% para aquele momento.
Já vimos várias notícias de restaurantes que dão benefícios ou descontos para quem deixar o telefone na recepção. E aqui no Beco, decidimos fazer um experimento. No sábado, que é o dia que mais pessoas vem jogar, propus aos jogadores que entregassem os seus celulares para a minha esposa, que ficou atendendo no caixa. Um cliente tinha comprado Power Grid e estávamos muito ansiosos para jogar. Durante toda a partida ninguém poderia checar o seu telefone, a não ser se entrasse alguma ligação, mas nada de Whats App, Facebook Messenger e afins. Resultado: tivemos uma partida de mais ou menos duas horas de pura diversão, imersão e interação entre os jogadores. Confesso que as vezes dava aquela vontade de checar as redes, mas a vontade era substituída por boas risadas e conversas com os amigos. Foi uma experiência muito, mas muito melhor do que estávamos acostumados. Todos prestavam atenção no turno dos adversários e realmente pensavam nas estratégias. Depois disso uma frase da cantora Marina and the Diamonds fez sentido para mim: "I'm Not a Robot!"
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Pessoal aderiu ao nosso experimento! Nada de celular durante o jogo.  |
As tecnologias sempre virão para facilitar as nossas vidas, mas cada vez mais parece que nos afastamos das pessoas reais para interagir com pessoas "virtuais". O smartphone é sim uma ferramente muito boa e útil. Eu não saberia como resolver meu dia a dia sem ele. Mas tenho feito uma revisão nos meus conceitos com relação aos momentos em que eu estou na presença de amigos e familiares. Seja em um restaurante, assistindo um filme, jogando um jogo de tabuleiro ou qualquer atividade com pessoas que eu gosto e me importo, vou procurar ficar longe do telefone e me dedicar àquelas pessoas que estão ali, naquele momento, doando o seu tempo para mim.