djleotec::A Grow lançou o War 50 anos. Esse jogo, embora não seja mais jogado por alguns de nós, para muitos tem um lugar no coração.
Então percebo que a Grow perdeu uma grande oportunidade de atualizar este jogo, deixando-o mais competitivo com os atuais.
Sim, colocaram a regra para jogo em equipe. Mas sério, apenas isso?
Pelo que vi (posso estar errado), nem tentaram criar novos objetivos, parecem os mesmos:
Caro djleotec
Eu também acho que seria ótimo se o o WAR se modernizasse, porque talvez essa fosse uma forma de divulgar o hobby, ou seja, as pessoas começariam a jogar essa versão melhorada e modernizada do WAR, e isso talvez levasse a um interesse por outros jogos mais modernos. Porém, com todo respeito à sua opinião, do ponto de vista da Grow, a empresa não tem o menor motivo para pensar assim.
Nós temos sempre de lembrar que a comunidade boardgamer é mínima, em termos de tamanho. O nosso maior evento de board game não reuniu nem 20.000 pessoas, em uma cidade de 15 milhões. E o nosso mercado continuará sendo assim, ou seja, tendo um crescimento pífio enquanto o pensamento das editoras continuar sendo "produza menos e venda mais caro". Isso faz com que os jogos de tabuleiro por aqui continuem custando cada vez mais caros, o que afasta o grande público.
Enquanto isso, o WAR mesmo sendo um jogo com mais de 50 anos, continua vendendo na casa de dezenas de milhares de cópias por ano. Não dá para ter certeza, porque nenhuma empresa de jogos divulga o número real de cópias vendidas de seus produtos, mas é muito provável que o WAR sozinho venda mais, em um ano, que todos os board games de todas as editoras do setor. Basta pensar que, na média, os jogos modernos têm uma tiragem total em torno de 1.000 a 2.500 unidades, e que esse número é vendido ao longo de anos, até que seja feito um novo reprint.
Portanto, tanto Grow quanto Estrela trabalham em um mundo, e em uma escala, totalmente diferentes de Galápagos, Devir, MeepleBR, Grok e Conclave, só para ficar apenas nas mais tradicionais. Enquanto Grow e Estrela vendem no atacado, as editoras de board game, não conseguem nem vender no varejo, estando mais perto do artesanato. Certamente o produto é melhor, mas é muito mais caro, e atende a uma clientela infinitamente menor.
Dessa maneira, mesmo sendo uma boa ideia, não vejo o menor sentido na Grow fazer qualquer mudança em um produto que vende horrores e que tem uma base de fãs tão grande quanto o WAR, só para atender aos critérios de uma meia dúzia de excêntricos que curtem jogos que custam mais da metade de um salário mínimo. É triste mas muito provavelmente é assim que a Grow nos enxerga, tanto que ela durante algum tempo até tentou atuar no setor de board games, mas logo desistiu da empreitada, e não parece interessada em repetir a dose, a não ser em condições muitíssimo favoráveis (jogos de designers nacionais, que não tenham o custo de licenciamento, que possam ser produzidos em suas próprias fábricas, e dentro dos seus padrões de componentes).
Isso sem considerar que certamente nós boardgamers definitivamente não somos o público alvo da Grow, e portanto, também não faz sentido, modificar o WAR, para atender a consumidores, que não são o foco do jogo, ainda mais que as pessoas às quais ele se destina estão muito satisfeitas com o jogo do jeito que ele é. Pelo menos é assim que eu penso.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio
P.S. Não custa nunca lembrar aquele ditado popular, que diz que não se mexe, em time que está ganhando!