Quando o imperador Qin Shi Huang faleceu, foram convocados vários artesãos para construir um exército em forma de estátuas de barro pra ficar de guarda em sua tumba.
Em Terracotta Army, um dos jogos que estão previstos pra chegar mês que vem no Brasil, os jogadores utilizam seus trabalhadores em um rondel no estilo Tzolk'in: O Calendário Maia da vida pra fazer as ações que estão selecionadas naquele espaço.
Todos os componentes do jogo. Note que as estátuas militares tem uma caixa específica pra guarda-las.
O jogo rola em
5 turnos, cada um deles com um esquema
Terra Mystica: todos os turnos pontuam
bônus exclusivos que são
sorteados no início do jogo. E ganha mais pontos quem tem a chamada
dominação (maioria daqueles componentes ou
controle de estátuas em uma determinada posição/tipo), e todos os outros,
se tiverem pelo menos 1, ganham os pontos de
presença.
Pontuação dos 5 turnos: Quadrante noroeste, linha central, soldiers, quem tem mais moedas, e officers.
Também
durante os turnos, os fiscais
pontuam as fileiras. Se v
ocê tem estátuas no mausoléu naquela fileira ou coluna, tu pontua todo turno. Então fique sempre ligado onde você tá
construindo e onde vai construir. Você sempre vai querer
otimizar em cima dos
objetivos de turno/estátuas que geram pontos/fiscais.
As fileiras e colunas são parte importantíssima do jogo.
O jogo é relativamente
simples de se explicar, pois as ações que estão no
rondel são de fácil absorção, e envolvem a c
onstrução de estátuas, enviar um aprendiz para um dos mestres disponíveis (o que garante algumas coisas nas fases de manutenção e ações muito úteis), e sinceramente?
Eu acho que o jogo é feio. Mas ele é divertido, e funciona.
O inner ring roda pra esquerda, o middle ring pra direita e a ponta é fixa. Antes de alocar seu trabalhador, você pode rodar alguma das duas pagando 2 moedas.
As miniaturas
salvam aqui. Os outros componentes pra mim são
bem abaixo delas. Tanto a
paleta de cores do tabuleiro,
componentes e a
engrenagem me incomodam, mas tendo a
acreditar que elas batem com o tema e ideia que o jogo quer passar.
Uma coisa que realmente me incomodou foi a fonte utilizada para os
números no tabuleiro. Eu achei
bem,
bem ruim,
provavelmente a coisa que mais me incomodou nesse jogo. Aqui dá pra confundir
7 com
5, e o
3 é só
estranho.
Todo turno os fiscais pontuam as linhas e colunas. Quem tá dominando ganha 7. Ok. Quem tá com presença ganha quanto? Traduz o número aí.
Curti bastante o esquema de “
faça uma estátua, e se você utilizar a arma que ela porta você ganha efeito x”. É uma forma interessante de se
melhorar uma ação, visto que o que o
designer fez acaba encaixando com o tema do jogo.
Mais importante que o
posicionamento das suas estátuas, são a das
estátuas neutras; elas podem te
gerar muitos pontos, então é
interessante você ficar de olho nelas, principalmente a do
Footman (homem sentado) e as de
Musician (alaúde na mão).
Estátuas neutras são mega importantes no jogo.
Quero salientar que o
manual do jogo é muito bom, e a duração dele na
caixa faz sentido. Mas eu digo pra você, jogador de
primeira partida.
Se você não está acostumado com jogos com complexidade um pouquinho maior, pelo amor de Deus, terminantemente, não faça o scoring do fim do tabuleiro.
Tem dois empecilhos aí:
Só explicar a pontuação de grupos do fim do jogo, é confuso o suficiente pra jogadores perderem o fio da meada e ficarem perdidos no meio da partida.
O manual explicando como pontua grupos não faz feio, mas adiciona uma complexidade a mais que pode sim ser ruim de se lidar em primeira partida.
Só de você ter um rondel onde uma engrenagem roda pra um lado, e a
outra roda pra outro, é
complexidade suficiente pra alguns na primeira partida (pelo menos aqui foi), então
julgue apropriadamente visto quem joga contigo:
vale a pena explicar essa pontuação bônus no final? Ou vale a pena jogar a primeira partida sem e
depois explicar?
Eu fiquei com a
segunda opção. E funcionou bem.
Você pode enviar seus aprendizes pros mestres pra assim liberar as habilidades e eles também geram moedas pra você na manutenção, ou deixam sua argila molhada.
Recomendo
Terracotta Army pra qualquer grupo que queira
pular aquele degrau de um monte de euro médio pra pegar um que dá um passo pros pesados. Acho que ele encaixa
tranquilo nesse meio termo. Não joguei pra 2,
mas pra 3 e 4 achei bem legal.
Lords of Hellas é um
controle de área que fez
bastante burburinho quando foi lançado. É um jogo que
retrata a mitologia grega de outra forma. Num esquema
Horizon Zero Dawn, as
miniaturas aqui, tanto de
soldados, quanto
heróis,
monstros e
estátuas são todas
cibernéticas.
Medusa sci-fi petrificando um guerreirinho no estilo.
Então como um
vento de ar fresco, nós conseguimos ver de forma bem feita um
Hércules, Medusa, Quimera, e todos os bichos que nós crescemos
lendo, assistindo, e acompanhando com uma releitura bem
diferentona e maneiríssima.
Aquiles afrontando um soldadin verde.
O
jogo é simples, você pode fazer
6 ações, e quando
você faz uma delas, você coloca um
quadradinho com X em cima dela pra dizer que você a fez. No p
róximo turno que for seu, você escolhe uma das 5 que estão desbloqueadas, e assim segue até um jogador forçar a manutenção.
Tabuleiro do jogador mostra tudo, suas habilidades, ações e o nível de seus atributos.
Quem fizer isso força a
manutenção de todos, e isso gera alguns
recursos, evolui uma das
estátuas, e libera todas as
ações de todos os jogadores.
Cada estátua tem 5 estágios. O jogo começa só com a base. Todo o resto é encaixável. Quanto maior a estátua estiver na mesa, mais poderes aquele deus oferece pra quem rezar pra ele.
É uma
decisão estratégica para se pensar: às vezes vale a pena
enrolar pra caralh0 pra ser o cara que não passou, às vezes você quer que o
jogo rushe e um dos critérios pra finalizar com o jogo é
literalmente ter uma estátua completa na mesa.
Ainda falando sobre critérios de fim de jogo,
como citado acima:
- Quando uma estátua for completada; esse é considerado o último turno, e quem completar a região dela ao fim do turno inteiro vence.
- Quem derrotar 3 bestas mitológicas; vence.
- Quem controlar 2 regiões completamente; vence.
- Quem controlar 5 territórios que tenham templos; vence.
Todas as condições de vitória são
imediatas. E não preciso dizer que cada
herói tem forças e vantagens diferentes no jogo né.
O bagulho ocupa bem a mesa, fica ligado.
Hércules, por exemplo é muito forte em
enfrentar monstros.
Aquiles é um típico senhor da guerra, vai
pra porr4da franca tranquilo.
Perseus é um aproveitador: ele consegue se
mover pelo mapa com muita facilidade, e
Helena começa com um
artefato enquanto os outros não
começam com nenhum.
Eu queria falar desse jogo pra vocês porque ele foge daquela clássica de
“jogo de controle de área só é bom com 4/5”.
Esse aqui funciona bem de
qualquer jeito, ouso dizer até
solo (
eu não joguei, vocês me conhecem, mas muitos amigos elogiaram).
Modo solo do Hellas é o verso do tabuleiro multiplayer. Dizem que é bastante difícil, porém, compensador.
Tudo aqui é
maravilhoso; a
produção, o
manual, as
miniaturas,
tabuleiro (grande pra carai diga-se de passagem), o jogo
realmente cumpre o que se propõe a fazer.
E mesmo que você não tenha acesso
aquela car4lhada de coisa que vem no KS, fica tranquilo que o
jogo base é suficiente (
o problema é só que ele te instiga e tu fica com vontade de comprar a porr4 toda depois).
Recomendo Lords of Hellas pra você que quer um jogo de controle de área com complexidade média e que rode bem em qualquer número de jogadores. Inclusive, dá pra ser o primeiro jogo de controle de área de um grupo tranquilamente.
Heróis pintados no esquema.
Seja você um artesão ou um herói mitológico, você tem que ficar ligado e marcar os espaços certos: às vezes pode ser um fiscal que tá passando ou alguém que pode bater tomando o território X, a verdade é que você tem que marcar todo mundo.
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