RenanAntonini::utamir::RenanAntonini::Ótimo post! Tenho uma linha quando vou explicar também, mas sempre estou buscando formas melhores de faze-lo.
A parte do tema/história é muito importante. É importante pelo menos para contextualizar os jogadores e, pra mim, facilita a aderência de algumas regras. No caso do Battlestar, por exemplo, eu não indico a temporada da série, mas explico em poucas frases o que e porque de a tribulação estar naquela situação.
Quando to explicando inclusive tento inventar algumas coisas se o jogo não se deu o trabalho de contextualizar. O melhor exemplo são os pontos de vitória, por exemplo em Lords of Waterdeep. Geralmente falo que são representações de respeito/glória/poder/reconhecimento/fama/riqueza. O que "pontos de vitória" são no mundo daqueles lordes que estão contratando aventureiros (e não cubos!) para enviar em aventuras a seu comando?
Antes de explicar o objetivo do jogo, quando estou falando com novos jogadores, as vezes falo em 2 ou 3 falavras sobre o que o jogo é : "blefe", "estratégia", "dedução", "combate"...uso isso como artifício para despertar o interesse dos jogadores, quando vejo que é uma boa oportunidade.
O maior desafio, na minha opinião principalmente quando estamos com novos jogadores, é manter a atenção e o interesse durante a explicação, pra isso tento ser claro, simples e sucinto.
Pois é amigo, todos gostam de um bom preâmbulo/ambientação antes de começar. O problema é quando isso alonga demais o começo, depois vem a explicação das regras, a preparação, e enquanto você tenta manter o foco do grupo, os mais novos ficam admirando o tabuleiro, tocando nas peças e a atenção vai pro brejo...
Uma coisa é jogar com pessoas que já tem o costume, já são "boardgamers", outra bem diferente é simplesmente promover uns minutos de entretendimento com uns colegas.
Sim, o segredo é saber dosar de acordo com o que vc conhece das pessoas alí. No caso do BSG, joguei tanto com gamers quanto com não-gamers (mas que já tinham visto jogos mais simples), a contextualização (super resumida) foi quase a mesma pros dois, já que o único que tinha assistido a série era eu e deu super certo em ambos os casos.
O que já fiz também é, ao longo da partida, vou soltando mais informações sobre o tema e vou vendo se o pessoal ta gostando disso. Ou seja, a galera já ta jogando, entretida nas mecanicas e vc adiciona em doses homeopaticas algum flavor (que é basicamente o que as cartas fazem em alguns jogos).
É como eu falei, o grande desafio é manter a atenção da galera. Ultimamente estou tentando dar tarefas para as pessoas para mante-las ativas e aumentando o interesse no jogo, isso tem funcionado bem principalmente no setup.
Exato!
Existem Grupos e Grupos! Da mesma forma que quem ensina consegue perceber que uns se interessam mais que outros também é verdade que os jogadores (tanto os novatos como experientes) também podem achar que quem está ensinando não consegue cativar. É como dar aula. Já fui professor universitário e sei como é. Você está sendo julgado a toda hora. Então não é possível generalizar dizendo que "contextualizar não funciona". Talvez o problema seja em como vc está passando esta mensagem.
No meu grupo tenho pessoas diferentes umas das outras mas sempre que perdi um ou dois minutinhos dando um prólogo antes da regras eu ouvi as seguintes frases:
-"Nossa, que louco!"
-"Caramba, muito top isso!"
-"Que bizarro!"
...e por aí vai.
A reação nunca é negativa, ao contrário do que pode acontecer ao final da partida (baseado na mecânica, dificuldade, etc...).
Recentemente jogamos
The Great Dalmuti e a ambientação que fiz foi fundamental pra que o pessoal adorasse o jogo. Mesmo aquele que possuía o papel de Peão e era ridicularizado durante o jogo não deixou de se divertir por saber da história antes de jogar. Então ele estava alí sabendo "os porquês" daquilo e não somente porque no sorteio inicial teve o azar de cair com aquele título.
Eu não consigo imaginar uma partida de
A Game of Thrones: The Board Game (Second Edition) sem que antes de explicar as regras a pessoa não explique
ao menos quem são os Lanisters e os Stark (para aqueles que não conhecem a série).
Enfim...boa parte da diversão contida dentro de uma caixa de papelão está ligada às pessoas e não somente ao livro de regras, componentes e mecânica.