Confira tudo o que você precisa saber sobre Destemidos Normandia, lançamento da Meeple BR Jogos que chegou nessa semana às lojas de todo o Brasil.
Ele é um jogo histórico de guerra, em que dois jogadores assumem os papéis de líderes de pelotões dos dois lados da Segunda Guerra Mundial: aliados e eixo.
O jogo apresenta grande desafio tático com as mecânicas de controle de área e deckbuilding.
Após o vídeo, temos um review escrito dando nossas impressões sobre o jogo.
Review Destemidos Normandia: guerra de baralhos tretosos
Jogos de 2 não são muito a minha praia, mas vez ou outra eu chamo um amigo ou até a patroa para dar aquela jogada em um game que tenha essa configuração. Destemidos: Normandia é um que despertou em mim a vontade de conhecer. Tive ele anteriormente, mas vendi lacrado por falta de tempo e alguém para jogar. O lance de ser um jogo tático de guerra com construção de baralho chegou a me despertar o interesse. A mecânica de deckbuilding é atualmente uma das minhas preferidas, então achamos um amigo interessado e fomos pra "guerra" na mesa.
Componentes e produção
Sendo um jogo lançado lá fora pela Osprey Games, já dava pra ter uma ideia do que viria a produção. Os componentes são de qualidade, tokens com gramatura média, mas nada que desgaste ou desvalorize o produto. As cartas estão com ótima qualidade então tudo certo.
A arte é imersiva e traz um sentimento de ilustrações de memórias de guerra, o que deixa o jogo ainda mais imersivo. A tradução de alguns termos para termos históricos usados por nosso exército incomodou algumas pessoas. Confesso que senti certa estranheza, mas nada que atrapalhou a jogabilidade. Como o jogo tem um glossário fácil de ser consultado, não tive problema algum com isso.
Como se joga
O jogo possui 12 cenários e você pode jogar um deles de forma isolada, ou arriscar uma campanha, jogando todos na sequência. Cada cenário tem condições de vitória para cada um dos dois lados que você joga: os aliados ou o eixo.
Os cenários apresentam o deck inicial de cada jogador, as peças a serem utilizadas e as unidades que começam no tabuleiro. O restante das cartas ficam ao lado, disponíveis para os jogadores as comprarem, utilizando a ação reforçar.
Mecanicamente, o jogo funciona em rodadas até que alguém cumpra o objetivo do cenário. Cada rodada tem 3 fases: compra de cartas, iniciativa e turno dos jogadores. Na compra de cartas, os jogadores compram 4 cartas. Na sequência escolhem 1 delas para ser a iniciativa, colocando na frente, revelando ao mesmo tempo.
Quem vence a iniciativa começa o turno, baixando cada uma de suas 3 cartas restantes e executando uma ação de cada uma delas, ou fazer a ação de abrigar, que é devolver a carta para o suprimento de cartas. Na sequência o outro jogador executa o seu turno.
Existem ações de movimento, em que as unidades só podem ir para espaços esclarecidos, quando o jogador coloca uma ficha de controle do lado do binóculo ou controlado, quando o exército obtém o controle da peça.
Entre os movimento ainda existe esclarecer, em que o marcador anda por 2 espaços deixando os marcadores de peça esclarecida. Ao fazer isso, ele pega uma carta de névoa da guerra, que não tem função nenhuma, a não ser sujar o seu deck. Espreitar permite que o caçador se movimente para qualquer peça adjacente, mesmo sem marcadores. Orientar, permite ao jogador movimentar qualquer peça sua no tabuleiro.
As ações de apoio são reforçar (comprar cartas do batalhão específico se for comandante de GC ou qualquer carta), comandar (comprar cartas do próprio baralho), dissimular (faz o oponente comprar 1 carta de névoa), controlar (virar a peça do lado esclarecido para o lado de controle), inspirar (voltar uma carta já jogada nesse turno para a mão e poder executá-la de novo), reconhecer (remover uma carta de névoa da sua mão e comprar uma nova carta do monte), e mirar (mover ou mudar de lugar o marcador de mira do morteiro).
As ações de ataque são atacar, suprimir e explodir. Vamos ver com detalhe o combate.
Combate
Independente da forma de ataque, ele acontece da mesma forma. O jogador define o alvo (uma unidade), determina a defesa (valor da peça, mais o terreno, mais as distância em peças) e rola o dado. Se o valor for maior ou igual à defesa, acontece o dano. No caso de tirar um 0, ele é considerado sucesso, independente do valor de defesa ser acima de 10.
Em um ataque normal, o dano causado faz com que o jogador que levou o dano, descarte do jogo uma carta da unidade atingida, que precisa ser da mão. Se não tiver, ele elimina do monte de descarte, se não tiver no descarte, ele tira do seu monte. Se ali não tiver, ele tira a peça do tabuleiro.
Se for suprimir o dano, o jogador vira a peça para o lado inverso. A primeira ação que ela for fazer, não acontece, mas ela vira para o seu lado normal e pode posteriormente fazer ações.
No caso de explodir (especial do morteiro), a distância á ignorada, mas é preciso rolar o dado para cada unidade no tile onde se encontra a mira, mesmo que seja do jogador atacante.
Controle de pontos e final de jogo
Grande parte dos objetivos de cenário é conquistar um certo número de pontos de objetivo. O jogador que controla o terreno onde está a ficha de pontos, está com aquela pontuação. Mas, os pontos ficam ali, sendo possível que o outro jogador, controle o terreno e tenha aqueles pontos.
Para controlar o terreno, o jogador precisa usar a ação de Controle do seu Fuzileiro, em um terreno onde ele tenha uma ficha de terreno esclarecido. Caso outro jogador controle o espaço, ele primeiro vira o marcador do outro jogador para o lado esclarecido com a ação de controle, para depois fazer uma nova ação e controlar o lugar.
Outros cenários indicam que é preciso eliminar certo tipo de unidade. Em qualquer um dos dois casos, ao atingir o objetivo, o jogo termina e quem conquistou, é o vencedor.
O que achei de Destemidos: Normandia
Ao jogar Destemidos: Normandia senti que estava de frente a algo único. O jogo traz todo o contexto histórico e os cenários imersivos e mecanicamente me agradou muito e fez sentido dentro da temática. Ele oferece uma construção de baralho equilibrada, que você não precisa encher sua mão de carta mais ou menos, mas pode focar no que te interessa. A possibilidade de devolver uma carta da mão e limpar o deck, como uma ação, é algo muito interessante, pois te dá controle da situação.
A forma como cada um constrói o seu baralho, os cenários diferentes e as possibilidades que o jogo oferece, deixa ele no topo da minha lista de jogos de guerra. Não que essa lista seja grande, mas a experiência que Destemidos: Normandia oferece, deixou ele muito à frente de qualquer outro.
A tensão de cada cenário e a forma como você joga e a proposta de objetivo de cada partida, é algo muito bom. Porque em momentos você tem certa vantagem, mas em outros momentos, você vai ter desvantagens. Então, em alguns cenários você será o gato, mas em outros, será o rato.
É um jogo que exige uma boa estratégia, especialmente na montagem do deck, mas muita tática para poder virar o jogo e conseguir uma vitória heroica. Mais um acerto da Meeple BR.
Recomendado para jogadores que gostam de jogos de guerra, deckbuilding, jogos com campanha e controle de área.
jmaurojr::Aqui em casa jogamos 4 partidas e ainda não usamos a ação de abrigar-se. O que estamos perdendo?
Basicamente não estão limpando o deck. É uma ação muito usada por jogadores de card games mais longos, que é jogar fora cartas iniciais, para ficar com as cartas melhores, aumentando a sua probabilidade de comprar uma carta boa. Mas, dá pra jogar sem isso tranquilamente, vai mesmo do estilo de jogo de cada um.
jmaurojr::Aqui em casa jogamos 4 partidas e ainda não usamos a ação de abrigar-se. O que estamos perdendo?
Basicamente não estão limpando o deck. É uma ação muito usada por jogadores de card games mais longos, que é jogar fora cartas iniciais, para ficar com as cartas melhores, aumentando a sua probabilidade de comprar uma carta boa. Mas, dá pra jogar sem isso tranquilamente, vai mesmo do estilo de jogo de cada um.
Entendi! Nos primeiros cenários não percebi muita utilidade, mas penso que pode ser uma boa com os comandantes de GC por exemplo, uma vez que todas as unidades daquele GC tenham sido recrutados. Mas mesmo assim os comandantes ainda têm serventia para inspirar.
jmaurojr::Aqui em casa jogamos 4 partidas e ainda não usamos a ação de abrigar-se. O que estamos perdendo?
Basicamente não estão limpando o deck. É uma ação muito usada por jogadores de card games mais longos, que é jogar fora cartas iniciais, para ficar com as cartas melhores, aumentando a sua probabilidade de comprar uma carta boa. Mas, dá pra jogar sem isso tranquilamente, vai mesmo do estilo de jogo de cada um.
Entendi! Nos primeiros cenários não percebi muita utilidade, mas penso que pode ser uma boa com os comandantes de GC por exemplo, uma vez que todas as unidades daquele GC tenham sido recrutados. Mas mesmo assim os comandantes ainda têm serventia para inspirar.
Abrigar tb é uma boa maneira de impedir que uma carta seja retirada do jogo por conta baixa num combate (vc perde o token mas ele pode ser recolocado)
