Fala, meus queridos! Decidi dar continuidade a essa pretensa “coluna” de celebre nome Algumas opiniões (nem sempre positivas) depois do primeiro post feito mês passado sobre Living Forest (podem conferir, se quiserem).
E já que vamos criticar algo, então que seja uma grande franquia que todos muitos gostam, não é mesmo?
Hoje vamos falar do “jogo“ Star Wars X-Wing.
Star Wars X-Wing é um jogo de miniaturas de naves, ponto. É isso! Não tem
lore (a não ser que você conheça algo prévio de Star Wars), não tem nada. São minis batalhando entre si, só. (Supimpa, ein?!)
SQN
O
maior único acerto do jogo são as minis, que são pintadas em detalhes; diferente do cinza "padrão CMON". No final, o
“jogo
“ é uma grande coleção de miniaturas, e nada mais.
Já viram aquelas coleções da revista Planeta DeAgostini em que as minis são lindas e formam um
belíssimo (pra quem tem gosto duvidoso) jogo de xadrez, por exemplo? Aquela joça, que será menos jogada do que aqueles baralhos temáticos da COPAG, ficará numa estante pegando poeira e ocupando espaço como um bibelô de luxo. Pois então,
Star Wars X-Wing é o mesmo feeling: você vai pagar caro pra não usar.
[As minis compradas a parte, mas essas da foto estão pintadas]
Mas vamos lá!
Esse jogo possui alguns problemas na sua fórmula mercadológica (além de mecânica, é claro!).
Trata-se de um jogo para 2 players. A caixa base vem com 3 naves: uma X-Wing e duas Tie-Fighter. O famoso Rebelião x Império. É o suficiente pra termos uma partida? A caixa diz que sim. É balanceado? Não! Imagina voltar aos anos 1990 para jogar os famosos "rola dado e quem tirar o número maior vence". Esse foi o sentimento. E isso é
só o começo dos problemas.
Não podemos esquecer que se trata de um jogo baseado em escalas, ou seja, o manual diz: “ande 20 centímetros com essa nave”, vocês vai lá, põe, literalmente, a régua na mesa e faz aquela nave andar 20cm. UAU!
Agora só uma pergunta, por curiosidade: quantos cm tem a mesa de vocês?
Porque eu digo: não terá espaço pra jogar esse
“jogo
“. Exige uma mesa gigantesca, imagina dar meia volta com essas navezinhas na sua mesa. Ou, você pode jogar no chão. Gente, não sei vocês, mas eu não tenho mais
costas disposição e nem falta de dignidade de me prestar a isso: remover os móveis da sala pra ver três minis batalharem. É patético!
[As réguas do jogo]
O
“jogo
“ em si é bobo. É só rolação de dados (quem tirou mais valor acerta o adversário) e um blefezinho MEQUETREFE (“que valor será que eu coloquei embaixo da cartinha para dar um boost nos meus dados?”).
O gameplay só não é mais
constrangedor do que o endgame. Todo boardgameiro já passou por isso: você chama um amigo pra jogar e fica observando a reação dele ao jogo até perceber que o cara está entediado; quando acaba a partida vem aquele silêncio e sorriso amarelo com um reconfortante “
é... é legal”.
[Os dados]
Quer mais problemas? Temos!
Pro negócio ficar cabuloso, esse
projeto de jogo propõe comprar outras naves avulsas (CARÍSSIMAS! Mas que já podem ser adquiridas em baciada porque esse jogo flopou total) que prometem completar o que já deveria ter vindo completo (olha aí o sistema de vendas "padrão Planeta DeAgostini").
Pra balancear, você compra uma nave da rebelião. Adivinhem!? A rebelião fica desbalanceada. Aí você compra uma nave do Império; e o Império fica desbalanceado. Nunca, absolutamente
NUNCA que esse jogo ficará balanceado. Não importa quanto dinheiro gaste.
Se você não tomar cuidado (
ou for um 0t4r10), em alguns meses, estará comprando 3 Millenium Falcon só pra formar um exército de naves contra seus amiguinhos. Um verdadeiro pay-to-win. Tá certo que as regras dizem que você não deve ter três Millenium num mesmo "time", mas a essa altura ninguém mais se importa.
Em três meses, além de falido, não encontrará ninguém pra jogar essa joça.
Um: porque
ninguém tem espaço pra jogar.
Dois: porque é
caro.
Três: porque
é ruim mesmo, a gente já viu essa mecânica em muitos jogos criadas há mais de 20 anos e nunca deu certo.
É puro caça-nível de colecionismo descabido que tentam empurrar para uma fanbase
otária ávida a gastar dinheiro com isso.



A gente precisa URGENTEMENTE não aceitar mais esse tipo de “jogo” no mercado brasileiro. Esse tipo de lançamento só funciona no mercado descabido dos EUA.
Um jogo incompleto que EXIGE que você faça aquisições por fora.
Conclusão: é difícil falar de
Star Wars X-Wing sem falar mal.
Infelizmente (porque sou muito fã), tirando o muito bom
Star Wars Orla Exterior (esse recomendadíssimo!),
todo o resto dessa franquia, no que tange a board game, é puro caça-níquel de qualidade bem
ruim. Se tirarmos o tema "Star Wars" desse jogo, o que sobra? Vocês que gostaram tanto: o que sobra? A gente sabe que não sobre muita coisa.
E no final, meu sentimento durante a partida foi, tematicamente, um grande vácuo no espaço.
E não é que me surpreendi?
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E aqui vai
uma opinião bem pessoal: no meio do board game, é justamente por todo mundo falar bem de tudo, que jogos pela metade são lançados aos montes. É nosso
DEVER rechaçar essas aberrações mercadológicas.
E antes que me perguntem quantas vezes eu joguei esse jogo antes de dar minha opinião, eu digo: poucas, porque em todas as vezes que joguei, além de EU não gostar, a outra pessoa também se recusou a jogar de novo, então... ficamos por isso mesmo.