Muralha de Adriano chegou para mostrar que os flip and write podem chegar em outro patamar e ser um euro bem queima mufa, repleto de combos e estratégias! Ele é um jogo da Garphill Games que chegou no Brasil recentemente pela Mosaico Jogos. Do designer novato Bobby Hill, o jogo conta com a arte do Sam Phillips e pode ser jogado de 1-6 jogadores.

O Muralha de Adriano se ambienta na construção de mesmo nome localizada no norte da Inglaterra em uma época em que o Império Romano tentava se defender dos constantes ataques dos Pictos.




Ao longo de 6 rodadas os jogadores trabalham protegendo a muralha, organizando suas defesas e atraindo civis e proporcionando entretenimento para ganhar influência na sociedade. Tudo isso porque quem acumular mais atributos - renome, devoção, valor e disciplina - ganha o jogo.

No início da rodada, os jogadores abrem uma carta de destino e recebem a quantia de trabalhadores e recursos descrita na carta e então todos jogam simultaneamente fazendo as ações e gastando o que receberam. Ao final de cada rodada acontece uma batalha contra os Pictos.



O jogo vem com 2 blocos de folhas diferentes que é onde a magia acontece. Em um primeiro momento, as folhas parecem confusas, mas ao longo da partida dá pra perceber que existe uma lógica e a iconografia ajuda bastante. Cada bloco vem com 200 folhas ou seja, dá pra jogar até cansar!

O Muralha de Adriano é um jogo de escrever fora da caixinha, diferente de todos os outros jogos nesse estilo que já jogamos. Nós, a todo momento, lembramos do Paladinos do Reino Ocidental. Depois vimos que o responsável pelo develop do jogo foi o Shem Phillips e isso explicou a quantidade de elementos do Paladinos presente no jogo. Primeiro que ele tem pouquíssima interação entre os jogadores, o único momento em que ela aparece é quando um jogador utiliza as Cartas de Perspectivas de outro jogador para a ação do Mercado ou na ação de Patrulha ao utilizar a imagem do tetris. Outro ponto que é que assim como no Paladinos, os jogadores precisam fazer o milagre da multiplicação com os meeples que recebem no início da rodada, tentando combar o máximo de ações. Isso é uma das coisas que mais gostamos no Paladinos e que consequentemente amamos no Muralha. A escassez de meeples torna o jogo muito desafiador. É fundamental tentar fazer o máximo de combos para fazer a maior quantidade possível de ações. E isso foi um ponto super positivo pra nós.
Um outro ponto que achamos positivo foi que a batalha contra os Pictos pode ser jogada no modo fácil, médio e difícil o que vai tornando o jogo mais desafiador e a vitória cada vez complicada. 



Por aqui só jogamos em 2 jogadores e o tempo de partida é sempre o mesmo, em torno de 2 horas, mas o Muralha é um jogo que tende muito a gerar um AP nos jogadores e assim como o Paladinos não sei se teríamos coragem de colocá-lo na mesa com mais jogadores justamente por conta do tempo de partida, mas também é válido considerar que todos jogam ao mesmo tempo, então para a partida ultrapassar demais essas 2h teria que ter pessoas na mesa que demorassem ainda mais que a gente. Também não experimentamos o modo solo, mas vimos que ele tem sido bastante elogiado e pelo estilo do jogo acreditamos que deva ser bem interessante mesmo.

O jogo possui diferentes caminhos estratégicos para seguir, o que é bem legal, porém percebemos que algumas dessas estratégias não são tão vantajosas, principalmente a dos gladiadores. Ainda não investimos nela nas nossas jogatinas e não vimos tanta vantagem assim. Sabemos que isso pode, com o passar do tempo, acabar gerando uma certa repetição na estratégia e atrapalhar a rejogabilidade a longo prazo.



Pra concluir, por aqui gostamos DEMAIS do Muralha de Adriano! Só não vê mais mesa por causa do tempo de partida mesmo. A parte boa é que o setup é bem rapidinho (:
Se você tiver uma oportunidade jogue o Muralha de Adriano! E, se você gosta de Paladinos do Reino Ocidental, existem grandes chances de gostar do Muralha também!