Fala, galera! Decidi começar essa espécie de "coluna" (que pretensão!) com algumas opiniões minhas (nem sempre positivas) sobre alguns jogos. E que jogo melhor para estrear do que o famigerado e recém indicado ao Spiel2022, Living Forest, não é mesmo (ironia)?
Não tem como não se apaixonar por Living Forest logo de cara. Se devemos ou não julgar um jogo pela capa (no caso, caixa), eu não sei, mas que esse jogo tem uma das caixas mais bonitas que já vi. Ah, isso tem! Ter essa caixa em mãos talvez seja a melhor coisa que esse jogo possa oferecer (se é que vocês me entendem,
).
Caixa linda.
O jogo é bem criativo na sua camada estratégica. Basicamente, é um
deckbuilding onde as cartas te possibilitam fazer ações que são melhores (ou piores) a depender da sua posição na mesa em relação ao
first player. (
Hmmm, legal...). E para por aí. Isso é tudo de bom que posso dizer sobre o jogo. Qualquer informação a mais, é
ladeira abaixo.
E nem vou falar aqui da arte porque, convenhamos, a maioria dos jogos hoje em dia tem arte bonita. Os que não tem vivem no século passado. O mesmo vale para componentes.
O jogo é um
grandessíssimo cassinão. Um
protótipo de 21 (
Black Jack).
Durante a sua vez você vai abrindo cartas do seu deck (
igualzinho o black jack). Quantas cartas? Aí que está a questão: depende da sua
sorte. No primeiro turno, você pode abrir 3 cartas enquanto seus amiguinhos estão abrindo 8; você, com suas 3 cartas, pode comprar outra cartinha para seu deck, enquanto seus amiguinhos estão comprando itens de nível máximo do jogo. Isso mesmo!
Nível máximo. NO... PRIMEIRO... TURNO.
"
Ah, Lucas, mas pode ser que no 2º turno você tenha mais sorte.", diz você. Agora
pense: pra que eu terei sorte no segundo turno se já compraram os melhores itens no primeiro turno e, agora, esses itens não estão mais disponíveis? Pois é. É isso que acontece. Isso
se eu tiver sorte, lembre-se.
Além disso, o jogo tem um 'Q' de
engine building onde os itens te fortalecem para comprar outros itens melhores que permitem
"pontuar mais
" (aspas gigantes porque o jogo não tem pontuação, no geral, todo mundo empata e decidimos no critério de desempate, 
).
Ou seja, você (
ou quem teve azar na mesa) vai passar os próximos 40 minutos sem conseguir fazer nada, pois você deu azar no 1º turno; não conseguiu se fortalecer.
E nem vai, pois lembre, o melhores itens não estão mais disponíveis. Enquanto verá os outros crescendo na partida.
Eu não sei vocês, amigos, mas eu não pago 300 reais em jogo pra sair da mesa com o gosto de frustração. Nem eu, nem qualquer amigo meu que chamei pra jogar.
E, como um marido traído, você joga uma, duas, três, quatro partidas até cair na real de que foi
enganado. De que esse jogo não é o que as pessoas dizem. Não é como você pensou que seria lendo o manual. De que não é como os canais de YT dizem ser, aqueles que adoram mostrar seus "
recebidinhos" e "comprem na loja parceira e obrigado à editora por ter enviado o jogo". De que o Spiel nem sempre é justo e, olhem só
QUE SURPRESA, ele tem muito jabá.
Os itens do jogo.
Além de ser totalmente baseado em sorte (
mesmo sendo vendido como estratégico), o jogo tem baixíssima rejogabilidade. Explico! Durante a partida você tem a opção de compra basicamente de 3 tipos de itens. Cada um te "fortalece" de uma maneira diferente. Mas você é praticamente obrigado a comprar no mesmo momento. Sempre!
Lembra que falei que cada ação é melhor a depender da sua posição na mesa? Então. O item "fogo" só vale a pena comprar se você for o first; o item "árvore" só vale se você for o segundo jogador; e o item "carta" só vale se você for o último player. Oooooou seja... Você sempre fará o mesmo, no mesmo momento, em
TODA PARTIDA.
Sabe aqueles times de futebol que, quando você analisa, no papel, jogador a jogador, você pensa "nossa, que time bom", mas quando entram em campo parecem um monte de perna de pau batendo cabeça, errando passe e não criando nada? É frustrante assistir a esse time, não é? Pois então:
isso é Living Forest.
Quando você analisa, lê as regras, vê review desses canais de YT (
que tenho certeza que são super imparciais), você acha o jogo as mil maravilhas. Mas quando bota na mesa.... tsc tsc tsc... é só frustração.
Parece-me que, dessa vez, julgar um jogo pela caixa
não foi uma boa ideia.
E não é que me surpreendi?