Eu achei um jogo excelente no aspecto da mecânica e da dinâmica da mesa. Quanto ao tema, é qualquer coisa. Totalmente seco. Com o perdão do trocadilho.
Dos 8 líderes, Leto, Paul, Rabban e o Barão são personagens dos livros de Frank Hebert. Helena, Ilban e Memnon são dos livros do filho. Ariana, eu nem sei de onde surgiu. Então, se você só leu os 6 primeiros livros da série (os de FH), metade dos líderes não significam nada para você. Especialmente porque a narrativa é centrada entre as casas Atreides, Harkonen e Corino, além dos Fremen.
Mas mais do que isso, se você é fã da mitologia de Duna, deixe sua carteirinha do clube em casa. O objetivo não é controlar o fluxo do spice Melange, não é controlar Duna, o tempero não é o recurso mais importante. É um recurso qualquer, como água e dinheiro. Poderia ser muito bem como "pedra, madeira e trigo" de um outro euro qualquer. Os Fremen que se admiram quando alguém verte lágrimas por alguma causa (é uma oferta de água), viraram fornecedores de água no jogo. As Bene Gesserits cujo domínio do corpo e todo conhecimento é orientado à política, viraram armas de batalha. Só para dar alguns exemplos.
Dito isso, a informação prévia de Duna atrapalhou muito meus primeiros movimentos da minha primeira partida (que são apenas 10 turnos). Aliás, nunca vi tantas batalhas em Duna, senão no jogo.
Eu não sou ameritrasher e não esperava reviver no jogo tudo ou parte do que eu li. Mas a impressão que dá é que esse jogo já estava anos pronto, bem redondo, bem ajustado, bem balanceado, só aguardando um paste up de algum tema e coincidiu de Duna ser a oportunidade.
Vou jogar sempre que me convidarem, mas não porque estou voltando a Duna, mas porque vou jogar um bom jogo.