A nova edição da Fantasy Flight do clássico de Reiner Knizia, Samurai, de 1998, chegou! Eu, tradicionalmente, fiz algumas piadas com Knizia, dizendo que ainda esperamos provas que ele não é um tipo de ser extra-terrestre. O homem tem quatrocentos e cinquenta jogos feitos por ele, sua obsessão com simplicidade significa que os seus piores são totalmente sem graça, e há o vídeo que ele fez para a Global Game Jam de 2015 (ver abaixo). Nós discutimos sobre ele, e temos certeza que não é um fundo verde e ele está realmente transmitindo da dimensão dos jogos.
Mas ainda assim, trouxemos para casa uma cópia de Samurai da Gen Con 2015, e fizemos isso por dois motivos. Um, ele pode ser um dos tabuleiros mais bonitos que eu já vi. E dois, um fã se aproximou de mim no estande da FFG quando ele me viu olhando o jogo.
“Esse é o jogo bom do Knizia”, ele sussurrou.
E ele não estava errado.
Samurai é (claro!) muito simples. 2 a 4 jogadores primeiro montam o Japão usando o tabuleiro modular. Então eles colocam em cada cidade na ilha, uma peça representando arroz, castelos ou Budas sorridentes. Isso é o que você batalhará para coletar, o que é massa, porque mesmo que se não tivesse nas regras, você gostaria de roubar esses pequenos pedaços de plástico e guardá-los para si.
Cada jogador então vira cinco das suas peças hexagonais para cima, em segredo, atrás do seu escudo. Você está agora pronto pra jogar Samurai! Ou como eu chamo, “não se atreva a colocar um hexágono aí seu filho da p*; oh meu Deus você colocou um hexágono aí”.
No seu turno você simplesmente pega um dos seus cinco hexágonos virados e coloca em qualquer lugar do tabuleiro. Se alguma das peças estiverem cercadas, você pega elas e dá para o jogador que tiver o maior número total tocando a peça.
Mas não é bem assim, a maioria dos hexágonos tem imagens de arroz, castelos ou Budas, então elas contribuem para um dos três tipos de figuras. Cada jogador também tem alguns hexágonos “rápidos”, que são bem ruins mas você pode jogar em adição ao normal no seu turno.
Finalmente, há exatamente dois hexágonos especiais, um que te deixa trocar duas figuras no tabuleiro de lugar e outra que deixa você mover um dos seus hexágonos, efetivamente deixando você jogá-lo uma segunda vez. Samurai te prende porque cada turno é diferente, com pequenos quebra-cabeças sucintos baseados no que você tem disponível no momento para jogar e em onde os oponentes estão pressionando.
Todos tem hexágonos exatamente suficientes para completar o Japão com amáveis números. Uma vez completo, você joga o jogo novamente em um nível macro; ganha um ponto por ter a maioria de cada uma das três figuras, e o desempate é quantas das outras figuras você tem.
Essa é a regra que trouxe Samurai a vida pra mim. Não é só você querer ter todos os Budas, por exemplo – você quer a maioria e não mais que isso, então você pode se dedicar em pegar outras peças também, porque cada uma contará.
Aqui, a limpeza e simplicidade de design de Knizia é uma beleza. A explicação das regras é minúscula, cada turno tem peso, a medida que os jogadores completam o mapa, e toda a coisa termina com um “bang” (ou pelo menos o “boom” de um tambor), assim que todos revelam quantos tem de cada figura atrás dos seus escudos de jogo.
Tudo isso poderia fazer de Samurai um jogo forte. O que me faz amá-lo, no entanto, é que mesmo com um manual minúsculo, o que acontece nunca parece ter a mesma forma duas vezes.
Parte disso deve-se aos movimentos que você faz. Turnos que você posiciona um pesado “5” que influencia o arroz, entre duas lindas peças de arroz carrega a satisfação de um ótimo investimento. Cercar um castelo com dois barcos de surpresa e um ronin faz você se sentir meio perdido. Vagarosamente cercando Edo, a parte central mais valorosa do jogo, carrega o medo de planejar um assalto.
O tabuleiro também conta. O Japão tem ilhas para você explorar, todas com diferentes formas, tem um caminho estreito e uma planície espaçosa, e tudo requer que você pense diferentemente e oferece uma variada espécie de emoção tática enquanto você enche o mapa. Falando nisso, no início do jogo, com todos fazendo jogadas em busca do que mais desejam, é bem diferente do meio do jogo, quando você está jogando já bem diferente dos seus amigos, e também é diferente do fim do jogo, quando conseguir obter qualquer figura com uma peça fraca que sobrou parece roubo.
Talvez eu soe louco para vocês, falando assim sobre um simples jogo de colocar peças em um mapa. Talvez eu suspeite que Reiner Knizia tenha usado ciência obscura para me arrastar para a dimensão do jogo, onde um número nobremente batalhando contra outro número é um grandioso espetáculo.
Não é verdade. Samurai é somente um grande jogo, e pode ser colocado ao lado de Hive como um jogo abstrato fenomenal; um que sabe que o mínimo de tema é necessário para manter a imaginação viva, enquanto o resto do cérebro está trabalhando em um quebra-cabeça do demônio que é tão simples para explicar, mas que recompensa cada segundo extra de pensamento.
E a Fantasy Flight veio e fez ele parecer tão bonito!
O engraçado é que eu acabei de perceber que Hive e Samurai são, juntos, os únicos jogos que eu já tirei de casa para fotografá-los no sol... e agora, pensando nisso, talvez não seja tão estranho assim.
Belas fotos e uma ótima resenha do jogo.Tenho o Samurai da Celikan lançado há alguns anos, mas a editoração é péssima. Assim que puder quero comprar essa nova versão Fantasy realmente ficou muito bonita digna do bom jogo que é!!
Bela versão de um excelente jogo, mas divergindo do texto, acho que o Knizia tem outros clássicos que permitem boas horas de lazer lúdico e envolvente.
Não saberia apontar o melhor jogo dele, dentre dos que conheço, mas também não sou um "expert" no assunto.