gambiarrabg::tuliobarros::Só queria fazer um comentário a respeito das "escolas". Que eu acho que não estamos passando uma informação muito correta sobre a existência de uma escola "italiana" pra falar dos jogos do Simone Luciani e seus amigos. Sword & Sorcery e Galaxy Defenders são de um outro italiano. Eu entendo o que quiseram dizer, mas acho que o fato do designer brasileiro não ter uma "escola" é exatamente porque esse conceito não faz mais sentido num cenário globalizado. Todo mundo recebe influência de todo lado.
Grande Tulio,
A ideia desse episódio era realmente evocar esse sentimento. Quando eu peguei a lista do MOITA1980 eu fiquei impressionado com a quantidade de jogos que eu mesmo não joguei. Tem muitos deles que são mais antigos, claro, por exemplo os jogos do Macri eu mesmo só joguei o Dogs Card Game, e a lista acima sem dúvida acaba carregando esse histórico. Talvez uma lista dos jogos que mais entraram em coleções ano passado poderiam corroborar com o teor do cast.
Sobre a escola italiana, sem dúvida existem vários designers italianos que saem do círculo Luciani, Tascini, Acchittoca e amigos, os designers do Potion Explosion por exemplo. A existência da "escola" acaba sendo falada e repetida porque existe alguns elementos que os designers que estão mais em evidência daquele país em específico acabam utilizando. Esse cast das escolas era algo que o butilheiro vem falando há algum tempo pra gente montar, mas vai dar um trabalho e é algo que está em constante mudança.
Forte abraço!
Pois é... Não sei qual é a opinião do
butilheiro nesse sentido, mas acho que "escolas" só fazia sentido nos anos 90, pré-internet ou no berço da internet. Quando os designers não recebiam influência externa. Tanto que o conceito de euro e ameritrash foi completamente desconstruído. Não são mais conceitos geográficos. Daí tem gente que vai falar que a escola Italiana são os jogos parecidos do Luciani e sua trupe; que a escola Portuguesa são os jogos do Vital; que jogos da escola alemã são jogos com foco na mecânica e interação baixa ou positiva (e você vai conseguir dizer 5 nomes proeminentes). Eu entendo o que você quer dizer. Mas é um conceito raso e caricaturado. E eu só consigo entender isso porque conheço esse assunto. Mas se for para analisar os jogos de um país (e lá vamos nós a conceitos geográficos...) o termo "escola do país tal" não faz nenhum sentido. Dá uma olhada nessa lista e tenta caracterizar uma escola:
https://boardgamegeek.com/geeklist/43584/italian-top-10-100-1000 Se falar de história, ok. Daí vou concordar 100% com você. E aí, quando falamos de desenvolvimento de jogos hoje, mais uma vez, vamos ter que desconstruir os conceitos geográficos e vamos falar que esse jogo tal do Knizia é da escola italiana, esse outro jogo do Feld é da escola japonesa.
Por isso que, para quem está entrando hoje nesse mundo, consegue entender com muito mais facilidade o conceito de jogo abstrato, customizável, temático, familiar, infantil, festivo, estratégico e de guerra (que são os tipos que o BGG disponibiliza para votação) do que falar de termos que remetem a conceitos geográficos - porque você vai ter que dar outro significado à palavra.
Agora, se você quiser explicar os jargões no mundo dos jogos, daí é outra questão. Jargões são uma necessidade social (até afetiva) e têm sua utilidade, mas também são construídos exatamente para criar uma barreira de entrada para o "afegão médio".