Bacana o episódio.
Sobre o assunto principal, não acho que seja falta de curadoria ou qualquer coisa assim do tipo. Pra mim, o gosto do jogador brasileiro está se aprimorando cada vez mais, então alguns jogos meia boca, genéricos demais ou então sempre mais do mesmo tipo não vão mais sair como saia antigamente. E quando digo aprimorando não é no sentido de que "estão virando eurogamers ou amerigamers ou algo assim", mas sim que estamos mais acostumados agora com jogos mais difíceis, mais densos, com uma carga estratégica maior.
Jogos de vaza, festivos, familiares para crianças ainda tem seu valor? É claro que sim e jamais deixarão de ter. Porém acredito que o consumidor médio não tem mais paciência para "apenas" isso. O paladar mudou. Está aprimorado. Acredito que queremos mais complexidade, mais diversidade.
Nós erámos carentes de lançamentos, atualmente temos alguns títulos lançados quase que simultaneamente com o mercado internacional. Também não possuíamos muitos títulos, hoje podemos escolher em meio a tantos o que deixar de comprar, devido a ainda avidez de ter tudo, visto a escassa variedade de uns 12 ou 18 meses atrás.
Sobre o preço dos jogos de tabuleiro. Existem "n" fatores e o próprio podcast de vocês com o dono da editora O Capturador deixa isso bem claro. É um absurdo pagar mil reais em um jogo? Num país onde você não compra mais uma cesta básica decente por menos de 250/300 reais? Claro que é um fodendo absurdo.
Porém mais absurdo ainda é você comprar um (aqui um relato verdadeiro, que aconteceu com um amigo meu por minha causa porque eu não tinha dinheiro para comprar
) Guerra do Anel numa promoção por trezentos reais; um tempo depois você ter a oportunidade de vender pelo dobro do preço. Passando mais um tempo pelo triplo do preço e atualmente, vejam só, pode-se vender o jogo por QUATRO VEZES O VALOR PAGO num novo (e o produto é usado). Pra mim isso sim é um absurdo.
Dito isso, eu comprei um Clash of Cultures pra mim. E da forma como eu cuido dos meus jogos, tenho quase certeza de que esse título irá esgotar no Brasil, pois é muito bom e que se eu não gostar, ainda poderei vender pelo preço de um novo ou então até mais caro.
É uma pena, porém infelizmente é assim que as coisas estão hoje. Dificulta muito uma pessoa entrar no hobby "do zero" (sem ter alguém que já tenha alguns jogos ou então uma tabuleria na mesma cidade) e dificulta também para quem já está nele se manter atualizado.