Acabou que "Nobody expects the Spanish Inquisition! (NOETSI)" só foi lançado em formato digital porque os custos tornaram inviável o jogo físico: https://www.dailymotion.com/video/xsefeg

Desde que eu descobri a Ludopedia (29/09/16), ouço falar dessa tiragem padrão de mil unidades. Se existe constantes na matemática, "mil" parece ser uma constante editorial. Qual é a tiragem? Mil, quando na época que lançavam 100 jogos por ano. Mil, agora que lançam sete vezes mais jogos. Mil, quando a base de dados da Ludopedia era de 22.300 usuários. Mil, agora que essa base passa de 130.000 usuários.
Talvez "mil" seja um número cabalístico ou uma coincidência muito estranha.

Confesso que fiquei muito curioso porque o Tomás se referiu à Copag como uma opção para impressão de cartas e não citou a outra "que é a que ele e a PaperGames utilizam". Faz parte do segredo do negócio ou é pra não fazer merchan gratuito? Uma vez eu procurei qualquer empresa que vendesse no varejo 6 meeples de madeira (sim, você leu certo, seis) e só a Ludeka podia me atender.

Nós nos preocupamos muito com a assimetria da informação. E isso é uma preocupação de quem quer regular o mercado. Sendo que eu, como consumidor, não tenho ideia de qual é o tamanho do mercado. Na Ludopedia, há mais de 130 mil usuários cadastrados (dados do último censo), mas só 670 desses escreveram 100 vezes aqui no fórum e menos de 1500 registraram 100 partidas. Certeza que as editoras não estão olhando apenas para os usuários ativos da Ludopedia ou dos sei-lá-quantos jogadores que o Instagram deve ter.

E a editora trata direto com o jogador? Ou direto com a loja? Ou a editora trata com intermediárias/distribuidoras antes de chegar na loja (porque a editora tem um pedido mínimo e a pequena loja quer 1/3 dessa quantidade)? A menos que alguém tenha o empreendedorismo correndo na veia, todas essas questões são mera curiosidade porque não vão modificar muito a relação entre jogo e jogador. Mas, e se a curiosidade for satisfeita? Ah! Daí traz um tantinho de alegria no coração de quem queria entender um pouquinho mais da realidade que o cerca. 


Seguindo a vibe de NOETSI:

And now for something completely different...

E aí Tulio, só vi o seu comentário agora (quase 1 ano depois) e vou tentar responder tudo que tu levantou por aqui.

MIL O NÚMERO CABALÍSTICO!
Por que esse é o número mínimo de cópias no mercado? Pelo conceito de economia de escala, quando você vai produzir um jogo você precisar produzir chapas de impressão e facas de corte, ferramentas que custam caro, porém com uma chapa você pode imprimir milhares de cópias, então o custo dessas ferramentas se dilui. Por esse motivo 1000 unidades é o mínimo que você precisa rodar para que esses custos sejam diluidos e você consiga trazer um produto com um valor competitivo pro mercado. Essa quantia de produção tem relação com a gráfica e nenhuma relação com o mercado de board games (o mesmo vale pra qualquer produto que você vai rodar em uma gráfica offset, porém jogos precisam de muitas dessas ferramentas e por isso o mínimo sobe).

Pode fazer menos que mil? Pode, porém sua cópia vai ter um valor muito acima.

Sobre o compartilhamento de fornecedores, quem me conhece sabe que eu não tenho nenhum problema de compartilhar esses nomes, porém nesse caso o próprio fornecedor me pediu para evitar ficar divulgando o seu nome, visto que são uma gráfica que atende muitos outros mercados e não tem interesse em expandir no mundo dos BGs.

COMPONENTES DE VAREJO
Sim, infelizmente temos poucos fornecedores de componentes de boardgames em varejo, atualmente só a ludeka fornece, talvez você consiga pedindo da China.

TAMANHO DO MERCADO
O mercado de consumidores de jogos de tabuleiro é grande, porém a Ludopedia não representa esse mercado. O site é focado em um público muito específico, o jogador hardcore que gosta de fórums em português. E esse é um recorte muito pequeno do todo potencial de mercado. Tanto que em 2020 a galápagos cresceu 80%, mas isso aconteceu principalmente no mercado mais popular.

NEGOCIAÇÕES E VENDAS
Sim, para todas as opções hahaha.
Normalmente as editoras possuem algum tipo de e-commerce, mas essa não é a principal forma de venda. A principal forma de venda é diretamente para lojas, essas lojas compram os jogos com desconto, esse desconto muda de acordo com o tamanho do pedido, então as lojas fazem a venda para o consumidor final. Lá fora tem um mercado bem forte de distribuidoras, uma empresa que compra várias cópias dos jogos e depois revende para lojas, basicamente sendo um intermediário entre a loja e a editora, aqui no Brasil esse serviço é menor popular, mas existe.

Famoso antes tarde do que nunca!
Espero ter ajudado.