Antes de falar de Marãná, eu gostaria de dizer que, por conta da correria da vida, tenho diminuído o ritmo de postagem de análises e entrevistas. Então, vou propor um novo formato de postagem, mais curta e com menos imagens, focando mais na experiência do jogo, para manter o funcionamento do canal.
Além disso, vou me deter por um tempo aos jogos nacionais, por entender que estes têm ganhado cada vez mais espaço no mercado, melhorado em qualidade e, muitas vezes, não têm recebido a atenção que merecem.
Uma destas preciosidades é Marãná, um jogo bastante ousado na temática, inspirado na cultura indígena. O jogo conta a história do antigo e intenso conflito entre os exércitos de guerreiros e heróis dos povos Yatapis, Camiaras e Jacarungos. No coração da floresta, apenas um desses povos sairá vencedor a cada batalha.
Marãná se destaca pela arte, com ricas ilustrações dos povos indígenas e de personagens mitológicos, contribuindo para a experiência e inserção no particular universo temático escolhido. A qualidade dos componentes e do manual também merece elogios, assim como, a originalidade do dado-pião, utilizado na resolução dos conflitos no jogo.
O conflito entre Yatapis, Camiaras e Jacarungos é retratado através de batalhas de cartas entre 2 ou 3 jogadores, resolvidas através da oposição entre as forças de ataque e defesa dos guerreiros e heróis. Ainda influenciam no resultado das lutas eventuais habilidades das cartas e um pouco de sorte, com a soma do resultado do dado-pião.
A posição das cartas nas colunas e linhas do playmat é mais um importante ponto e reflete os movimentos táticos dos exércitos na floresta. A movimentação correta das mesmas pode ser um fator determinante para a vitória.
O jogo é de fácil aprendizado e apresenta boa (re)jogabilidade, principalmente, quando jogado com duas pessoas, por termos três baralhos completos, representando os três povos em conflito, o que vai render, ao menos três partidas com configurações diversas. O único detalhe que poderia ser melhorado é o tamanho das letras nas cartas, diminuto em algumas partes.
Enfim, Marãná representa uma excelente opção em relação ao custo-benefício e se destaca, quanto ao tema, de todos os demais lançamentos. É um jogo divertido, que pode ser jogado com crianças mais crescidas e que nos proporciona uma rica e singular experiência de nos aproximar um pouco mais da cultura dos povos originários, que também é nossa cultura.
Por: Linauro. Apaixonado por literatura, música e jogos, desde sempre. Descobriu nos jogos de tabuleiro uma desculpa perfeita para passar mais tempo com amigos e pessoas amadas.
Imagens: acervo pessoal.