Vou falar de um jogo que foi sucesso em sua estreia, aqui em casa, com meu sobrinho. Quando comprei minha cópia, na Amazon, achei que era a versão em língua portuguesa, da Galápagos, mas, como não me certifiquei disso na hora, tomei um susto quando, com o jogo em mãos, notei que era a versão original americana (cujo título é Wacky Races). Na verdade, isso tanto faz, pois acredito que mesmo o pessoal com pouco conhecimento de inglês não tenha grandes dificuldades. Se ao menos uma pessoa, na mesa de jogo, souber a língua inglesa (e não precisa ser expert) é o que basta, pois realmente é tudo muito simples aqui.
Meu sobrinho de sete anos nunca tinha ouvido falar em Corrida Maluca, mas virou fã quando eu falei um pouco sobre como eram as corridas no desenho e ficou entusiasmado quando viu os personagens pintados na caixa do jogo – e muito surpreso com as lindas miniaturas na mesa. Se você nunca ouviu falar ou nunca assistiu aos desenhos, Corrida Maluca é um seriado de animação feito no longínquo ano de 1969, produzido pela Hanna-Barbera. Eu assistia bastante na TV quando era criança, nos anos 80, e gostava principalmente das presepadas do Dick Vigarista e seu cachorro Muttley (Rabugento), sempre preocupados em ferrar os outros competidores ao invés de se concentrarem na corrida em si. Hehehehe.

Meu sobrinho curtiu pra caramba. Quis jogar de novo... e de novo!
De maneira geral, gostei bastante do board game: é um título bem simples de corrida, carregado de fator sorte e cheio de reviravoltas, que aposta totalmente no fator “diversão” (leia-se “risadas”... rs). Cada personagem clássico tem poderes especiais e isso acaba dando um “revertério” na competição, com muitas sacanagens uns contra os outros, como acontece realmente no desenho. A temática é sempre muito presente – e aproveito para parabenizar os autores, que conseguiram transmitir muito bem para o tabuleiro o "espírito" dos desenhos.
Não precisa dizer que o que mais chama a atenção são as trapaças do Dick Vigarista, sempre preocupado em colocar armadilhas para os “amiguinhos”. Aqui, Dick Vigarista não é controlado por nenhum jogador e se movimenta por meio de regras simples, com o claro (e divertidíssimo) objetivo de atrapalhar todo mundo.
A pista é formada por tiles de terrenos... cada terreno comporta, no máximo, dois carros. Os carros se movimentam de um em um espaço (ou melhor, de um em um tile). Para movimentar para o próximo tile de terreno, o jogador precisa baixar a carta de terreno no qual seu carro se encontra no momento. Por exemplo: o jogador que está num tile de “deserto” tem que baixar uma carta de “deserto” para poder avançar. No caso de um próximo tile já estar ocupado por dois carros, o jogador deve “pular” o tile ocupado e parar no tile seguinte.
Vale dizer que a corrida sempre tem seis carros participantes, e mais o Dick Vigarista. Durante uma rodada, quando todos os jogadores já se movimentaram, é hora de movimentar os carros controlados pelo tabuleiro (ou seja, os pilotos que não estão sendo controlados por jogadores). Para isso, são reveladas três cartas de terreno e todos os carros que estão em tiles representados por essas cartas devem se movimentar um espaço (ou seja, um tile) à frente.
A mecânica mais legal, na minha opinião, é a que controla as ações do Dick Vigarista. Sempre quando o carro dele está em primeiro, é necessário pegar um carta fechada do deck de armadilhas e colocá-la no tile de terreno onde ele se encontra. Feito isso, o carro dele é colocado atrás de todos os outros competidores, em último colocado (é uma forma de simular o tempo perdido que ele gastou para armar as arapucas! rs). A partir daí, o próximo jogador que passar por ali com seu personagem deve revelar a carta de armadilha e sofrer – ou não – as consequências, lembrando que os personagens têm cartas especiais que podem anular o efeito de algumas dessas armadilhas.
De forma bem resumida, é isso. Não preciso dizer o quão divertido Corrida Maluca pode ser se for jogado com o grupo certo (crianças adoram, assim como os adultos-crianças hehehe). Não é um jogo carregado de estratégia, nem táticas avançadas. É um jogo para dar risada e relembrar grandes momentos da infância – e, no caso dos mais jovens, de conhecer um desenho super divertido que influenciou gerações e marcou história.
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