Review: Karuba
por Marcelo Cardoso
Karuba é um jogo simples e rápido para 2 a 4 jogadores lançado no Brasil em 2018 pela editora Conclave. Neste jogo iremos guiar uma expedição de aventureiros através de trilhas na selva em busca de Templos Perdidos, numa corrida para ver quem acumula mais tesouros.
A mecânica do jogo é muito simples e fácil de explicar para novos jogadores, que irão reconhecer semelhanças com o popular jogo de bingo e montagem de quebra-cabeças.
Antes de começar a jogar, todos deverão pegar para si um tabuleiro individual, um conjunto de 36 peças de caminhos de selva cada, e uma dupla de Aventureiro+Templo de cada uma das 4 cores disponíveis. As peças de caminho devem ser organizadas próximas ao tabuleiro individual de cada jogador, viradas para cima, de modo que facilitem a localização de cada uma delas através da sua numeração. Um dos jogadores, que irá ser o responsável por sortear e "cantar" um número a cada rodada, como num bingo, deverá embaralhar essas peças e coloca-las num monte viradas para baixo, ao invés de organiza-las em ordem como os demais jogadores.
Coloque no centro da mesa todas as peças que representam pequenos cristais e pepitas de ouro, além dos marcadores que correspondem aos tesouros de cada templo, separados em 4 montes, um de cada cor, em ordem decrescente com o número 5 no topo.
No tabuleiro individual existem duas trilhas distintas de caminhos, numeradas entre 10 e 110, sendo a trilha de praia feita para acomodar as peças de Aventureiros, e a trilha de floresta para acomodar as de Templos. Os jogadores, alternadamente, devem escolher uma posição inicial para cada cor de Aventureiro e Templo, até que todas as miniaturas tenham sido colocadas em suas respectivas trilhas, ocupando cada uma um espaço entre 10 e 110 (todos os tabuleiros devem estar com as peças posicionadas igualmente). E pronto, o jogo já pode começar!
No início de cada rodada, o jogador responsável por sortear as peças, o líder da expedição, irá sacar uma ficha de caminho e dizer o seu número em voz alta para todos os jogadores na mesa. A partir desse momento todos os jogadores, inclusive o líder, deverão fazer uma entre duas opções de ação: A) Localizar a peça "cantada" entre as suas peças e coloca-la em qualquer quadrado no seu tabuleiro individual; B) Localizar a peça "cantada" entre as suas peças e descarta-la, movendo um dos seus aventureiros um número de espaços igual ou inferior ao número de "entradas' que essa peça tiver (2, 3 ou 4).
O objetivo é formar caminhos que liguem um Aventureiro ao Templo da sua cor, movendo-o, lentamente, em sua direção. O jogo termina quando todas as peças de caminho acabarem ou algum jogador conseguir ligar e mover todos os 4 Aventureiros aos seus respectivos Templos.
Cada vez que um Aventureiro chegar ao seu Templo ele poderá pegar o marcador de tesouro de maior valor disponível ali (se o Aventureiro Azul de um jogador, por exemplo, for o primeiro, entre todos, a chegar no Templo Azul, esse jogador poderá pegar o marcador de 5 pontos, deixando um tesouro de valor menor para o próximo que chegar no Templo desta cor, depois dele).
Vale notar que algumas peças possuem o desenho de um cristal ou pepita. Neste caso, ao colocar a peça no seu tabuleiro, o jogador também deverá pegar uma dessas "jóias" do estoque e colocar sobre essa peça. Para recolher uma dessas jóias, o jogador deverá mover e parar um aventureiro exatamente sobre ela. Só passar pela peça não permite pegar a joia. Cada cristal valerá 1 ponto de vitória ao final do jogo, e cada pepita de ouro, valerá 2 pontos.
Ao final do jogo, soma-se o total de tesouros e joias que cada jogador recolheu ao longo da aventura. O jogador com mais pontos vence e é declarado o melhor Explorador!
Por ser um jogo com setup variável, graças à possibilidade de mudança nas posições iniciais dos Aventureiros e Templos, e no sorteio das peças de selva, que é algo 100% aleatório, é possível joga-lo várias vezes, com cada partida sendo diferente, o que é extremamente positivo.
Para quem é indicado: Enfim chegou o momento de avaliar o jogo e dizer para que tipo de jogador ele é mais indicado... Por se tratar de um jogo rápido, fácil e de regras muito simples, Karuba é altamente recomendado para uma jogatina mais leve, seja com adultos ou crianças, já acostumados a jogos de tabuleiro, ou não. Sua mecânica de "bingo" o torna muito divertido e positivamente viciante, enquanto que a colocação de peças apresenta um desafio bacana na busca por montar uma boa trilha que permita levar o maior número de Aventureiros aos seus Templos antes dos outros, para pegar os tesouros de maior valor, mas tentando coletar uma ou outra joia pelo caminho. Os componentes são de boa qualidade e o jogo não tem dependência de leitura ou idioma, sendo um jogo familiar e totalmente acessível a todos.
No momento da publicação desta matéria, o jogo encontra-se disponível para venda apenas via importação ou no mercado de usados. Segue aqui a nossa sugestão à editora Conclave, ou qualquer outra editora nacional, pelo relançamento deste divertido jogo no Brasil.
Curiosidades:
* Karuba foi criado pelo mesmo designer do jogo Istanbul, o alemão Rüdiger Dorn, que também é autor de Luxor, jogos que tem em comum serem divertidos e possuírem uma corrida por algo que encerra o jogo na busca por um vencedor.
* Em 2017 foi lançado Karuba Junior, uma versão ainda mais simplificada do jogo, para crianças menores. Essa edição nunca foi publicada no Brasil.
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