RFreitas::arthurtakel::Sabe qual o motivo de o pessoal continuar a comprar da galápagos na pré venda?
Porque você já comprou algum jogo importado e foi taxado e somando taxa de correios, conversão de dólar, imposto de importação e ICMS acumulados dão o dobro do valor que você pagou.
Sou da época em que você tinha o War e o Banco Imobiliário disponível aqui para comprar. Se quisesse outra coisa teria que comprar importado. Assim, você comprava importado e tinha que traduzir o manual, as cartas, componentes, fazer past up de tudo, etc.
Somando tudo isso você acaba comprando o jogo da galápagos na pré venda porque diante de todo o trabalho que você tem para traduzir todo o jogo e colocar past up em tudo acaba ficando "amortecido" e se dispõe a corrigir erros de tradução nos jogos lançados aqui.
Então, você pega o decreto federal e enxerga que compras abaixo de 100 dólares para destinatário final, CPF, é isenta. Mas, se o jogo + frete que você comprou saiu por 51 dólares já é taxado brutalmente pela receita federal. Você se sente "roubado" e acaba achando que compensa comprar o jogo aqui da galápagos se for para corrigir meia dúzia de erros e não precisar traduzir o jogo importado inteiro.
Além disso, você fica feliz de os jogos estarem saindo por aqui e não precisar se estressar comprando tudo importado.
Quando eu comecei a jogar não tinha nem Puerto Rico aqui no Brasil para comprar, tinha que ser tudo pelo eBay.
Acho que você tem razão em tudo o que colocou. Acima estou dando o ponto de vista daqueles que ainda tem coragem de comprar da galápagos na pré venda e o motivo de fazerem isso. Eu comprei o Arena na pre venda e por enquanto não achei erros. Tive sorte.
Eu diminui sensivelmente minhas compras, mais pela questão de preços em si. E abomino erros nos meus jogos, claro - inclusive, devolvi o Maracaibo sem abrir após ver a qualidade do que propuseram a entregar.
Mas sejamos também realistas que alguma medida de erro é natural, ainda que não tantos. Livros, por exemplo, frequentemente os trazem. Lembro da primeira edição dos três primeiros volumes das Crônicas Saxônicas: a quantidade de erros era lamentável, sofrível.
Caro RFreitas
Eu concordo consigo, e só para esclarecer, a quem estiver lendo, quando eu me refiro a erros grosseiros, eu estou falando de erros realmente graves. Alguns erros menores, como, por exemplo, duas letras invertidas, uma palavra duplicada, ou uma letra inserida indevidamente onde não deveria, eu acho que dá para relevar. Certamente ninguém se esquentaria muito com isso, desde que esses errinhos, digamos assim, não ocorressem demasiadamente, nem em um lugar de grande destaque, como a caixa do jogo.
Se o “Guereira” do “Masmorra do Mago Louco” tivesse acontecido em alguma passagem do manual, certamente que ninguém iria se incomodar. Mas quando isso acontece no verso de 13 cartas, escrito em letras garrafais, fica claro que não houve a menor preocupação com revisão nesse jogo. Dá para dizer, exatamente a mesma coisa do “eNpansão” do “Profecia dos Reis”. Um erro desse tamanho, e na caixa do jogo, não dá para ignorar.
É claro que se pode alegar que nenhum desses dois erros atrapalha a jogatina, e realmente eles não atrapalham (pelo menos para quem não tem TOC). Mas o problema é que não é só esse tipo de erro que acontece. Quando eu falo de erros grosseiros eu me refiro àqueles que alteram as regras, e atrapalham efetivamente a jogatina. Eu falo de quando no manual está escrito uma coisa e nas cartas está escrito outra, de quando existem duas cartas diferentes, com o mesmo nome, de quando o texto original está escrito “pode” e na tradução está escrito “deve”, de quando o texto original do manual ensina a jogar de uma forma, e a versão traduzida ensina a jogar de outra forma diferente, entre outros.
Um exemplo emblemático, para não dizer que eu só falo da Galápagos, é o caso do “Western Lengends”, da Conclave. A versão nacional do jogo estava tão errada, e dava tanto problema, que eu até fiquei curioso como é que a editora conseguiu errar tanto. A princípio parecia, que o único problema é que no tabuleiro onde estava uma ferradura, deveria estar um barril. Só que isso ficou muito estranho, porque não tem explicação, como é que alguém consegue cometer um erro desses. Isso não é traduzir uma palavra de um jeito, quando o termo correto era outro. O camarada responsável não viu o tabuleiro original importado, com a imagem correta? O pessoal da arte da Conclave resolveu editar o tabuleiro? O pessoal da revisão, que recebeu a prova da gráfica, resolveu conferir de cabeça, e confiando apenas na memória, sem comparar com o tabuleiro correto? Como eu disse, esse erro era muito estranho.
Finalmente eu acabei descobrindo o que aconteceu, e segundo o que eu pude apurar, por incrível que pareça, o equívoco é inacreditável, e inaceitável vindo de uma empresa profissional. Se alguém estiver lendo de pé, no celular, eu aconselho a sentar antes de prosseguir. O “Western Legends”, em sua versão original, foi um jogo que teve grandes alterações, de uma tiragem para outra. Após o lançamento da expansão “Ante Up”, a editora gringa (salvo engano Kolossal Games), resolveu alterar o jogo, para torná-lo mais balanceado. Por isso, nas novas tiragens, após o lançamento da referida expansão, nos locais do tabuleiro, onde havia a imagem de um “barril”, passou a constar a imagem de uma “ferradura”, e vice-versa, entre outras modificações.
Pois bem, a Conclave fechou o contrato, pagou a licença, e coisa e tal, mas na hora de traduzir e localizar o jogo, uma parte da equipe responsável trabalhou com base no tabuleiro de uma tiragem. E a outra parte da equipe, trabalhou baseada nos componentes e cartas de uma outra tiragem do jogo. O resultado foi uma catástrofe, como não poderia deixar de acontecer, de modo que na versão da Conclave do “Western Legends”, o tabuleiro acabou ficando incompatível com as cartas, componentes e com o manual. Foi exatamente isso que você acabou de ler.
Muito provavelmente o que aconteceu é que ao invés da Conclave gastar dinheiro, comprar um “Western Legends” importado, e colocar a equipe para trabalhar em cima da mesma versão do jogo, a direção da editora deve ter virado e perguntado para equipe de tradução e localização: “Zezinho, você tem o “Western Legends” em casa?” “E você, Huguinho?”, “E você, Luizinho?”, e todos devem ter respondido, “Tenho sim”, só que ninguém deve ter se preocupado em procurar saber, se todos tinham a mesma versão do jogo. Possivelmente o Zezinho, que cuidou do tabuleiro, tinha a versão mais antiga, de antes do “Ante Up”, e o Huguinho e o Luizinho, que ficaram com os componentes e cartas, tinham a versão diferente lançada após a expansão. Obviamente eu não tenho nenhuma prova de que foi isso que realmente aconteceu, mas essa é a única explicação possível que eu consegui imaginar, para tamanha cagada.
Mas até aí tudo bem, afinal de contas, revisor serve é para pegar essas vaciladas, não é mesmo?!?! Só que o revisor (considerando que isso tenha sido feito realmente), ao invés de pegar uma versão original do jogo, colocar ao lado da “prova da gráfica”, olhar para a cara de um e para o focinho do outro (não estou falando nem de checar a tradução, mas apenas de “ver as figuras”), e comparar, ele não deve ter feito nada disso. Só para se ter uma ideia, da verdadeira lambança que foi a revisão do “Western Legends” da Conclave, seria mais ou menos como uma pessoa revisar o “Ticket to Ride” original, encontrar em destaque no mapa da América do Norte, cidades como Paris, Londres, Berlim, e nas cartas cidades como Tóquio, Pequim e Nova Delhi, e deixar passar erros desse tamanho.
Para que ninguém diga que eu estou inventando, porque a minha cópia foi comprada na pré-venda (infelizmente nessa época eu ainda não tinha criado juízo), e revendida ainda lacrada, para um maluco que queria o jogo mesmo com todos esses erros (fazer o que né, tem doido para tudo), eu gostaria de esclarecer que tudo isso se encontra devidamente registrado, nos comentários do tópico do jogo.
Claro que sempre aparecem aqueles que dizem, “ah não está tão ruim assim”, “ah, dá para jogar”, “ah eu jogo com ele assim mesmo e me divirto para caramba”, “ah é só colocar um adesivo”. Quanto a isso, eu respeito a opinião de todo mundo, mas definitivamente, não posso concordar que um jogo que custou R$ 500,00, “não esteja tão ruim assim”, “que dá para jogar”, ou que seja necessário colar um adesivo no tabuleiro. Mas é como eu disse, tem gosto para tudo, e cada um tem a sua opinião.
Agora, depois de tudo isso, eu te pergunto com toda a sinceridade e fora de brincadeira meu camarada RFreitas: Dá para aceitar um jogo com erros dessa magnitude? Não dá né!
Um forte abraço e boas jogatinas.
Iuri Buscácio