AntonioEuMesmo::Primeiramente, parabéns pelo texto, até me deu vontade de comentar (algo que raramente sinto).
Antonio,
Obrigado pelo elogio e por compatilhar suas opiniões.
Concordo contigo em relação a comparação com os quadrinhos. É mais ou menos o mesmo fenômeno mesmo.
O que não concordo é com o ponto de achar que a existência de produtos high-end torna o hobby menos democrático.
Parece haver um consenso entre nós de que só existe uma forma de participar do hobby: entulhando a nossa casa de jogo novos. Isso não é verdade. Pode-se jogar jogos de tabuleiro gastando muito pouco ou nada:
1) tirando o solo, ninguém joga sozinho. Sabendo se enturmar, você sempre terá mesa para jogar os jogos dos seus colegas, sem gastar um centavo sequer.
2) frequentar luderias é extremamente acessível, alem de ser um lugar bom pra conhecer amigos que tenham board games e que te convidem pra jogar.
3) pelo preço de um couvert de luderia, você faz uma conta premium no bga e pode jogar centenas de jogos diferentes. Sem contar os outros serviços, como o Yucata, que são gratuitos.
Alem disso, a pessoa pode se limitar a comprar os jogos que cabem no seu orçamento. Um outro colega comentou acima que gostaria de comprar 2 jogos de 500 reais por mês. Isso é muito, gente!
Não vou ser hipócrita: apesar do que falo aqui, eu compro jogo para cacete. O que eu falo é visando me educar também, pois apesar de não ser muito sensível ao preço, sofro com as restrições de tempo e espaço.
Mas eu tenho 48 anos, uma carreira graças a Deus bem sucedida e não tenho filhos, alem de minha esposa ter sua independência financeira.
Trocaria todos os meus jogos pela chance de chegar em casa e pegar meu filho no colo. Facilmente. E, com certeza, se os tivesse, não poderia participar do hobby como participo. Teria ainda menos tempo do que tenho e o dinheiro teria outros destinos mais importantes.
Não é porque tem gente que compra 3 jogos por mês que precisamos ser iguais. Se você compra um joguinho de cartas de 100 reais a cada 2 meses, no final do ano já terá 6 jogos. Em dez anos, terá 60! E, de alguma forma, valorizará muito mais o que tem, do que aquele que compra 2 de quinhentos por mês.
Vamos tentar ser felizes com o que temos ao invés de ficar olhando tanto para o lado!
Sds,
Eduardo