Victor::- O preço caro por um jogo que nao me pareceu taaao bom assim. Ele pareceu melhor e menos "morno" que o Nusfjord (outro que nao joguei, mas as resenhas nao me animaram). E NEM PENSAR compraria a versao nacional, com medo do shit-show de traducao que pode ocorrer num jogo com texto como o do Uwe.
Oi, Victor, muito obrigado pelos comentários! Sempre muito no alvo! Subscrevo a todos eles e ressalto, em particular, o fato de que eu também fiquei com medo da versão nacional por conta do histórico da Galápagos. Preferi não me arriscar dessa vez, sobretudo porque eu coleciono os jogos do Uwe.
Li seu post ainda ontem, mas fiquei pensando no que responderia. Daí resolvi dar uma olhada na produção do Uwe nos últimos anos, em particular desde meu início no hobby, em 2014. De lá para cá, a produção dele, com exceção de 3 títulos, tem sido morna, como você muito educadamente colocou. As exceções, em minha opinião, são Patchwork, Fields of Arle e Feast for Odin. Eu joguei a maioria dos outros 12 jogos lançados, gosto bastante de alguns deles, mas de fato reconheço que nenhum teve a pujança do que o Uwe mostrou nesses três títulos. Nesse grupo há também alguns títulos que acho ruins, ainda que façam parte da minha coleção.
Será que ele está sendo pfisterizado ou o Pfister está sendo uwezado? Digo isso porque ambos tem tido o hábito de reaproveitar e refinar mecânicas em seus últimos jogos, mas sem se arriscar muito fora daquelas caixinhas. No caso do Pfister, basta olhar as comparações entre GWT e Maracaibo e entre Mombasa e Blackout, por exemplo.
Será que nossas observações significam um certo cansaço com esses autores? Talvez sim, mas prefiro acreditar que não. Os jogos do Uwe (e do Pfister) são para mim como uma roupa muito confortável, que pode não estar entre as melhores ou mais novas, mas que me veste bem e me deixa feliz. Quando procuro por eles, sei exatamente o que esperar, o que terei de retorno e, sobretudo, o grau de investimento em aprender novas regras que terei de fazer. Talvez tenham se tornado jogos um pouco intuitivos pela familiaridade que adquiri com esses designers. Nisso há um traço pessoal meu. Gosto de ler tudo de um mesmo autor, reler livros, rever filmes e por aí vai.
Dessa forma, ainda que o Uwe não esteja inovando radicalmente, ele continua fazendo um "mais do mesmo" que é muito bom. Em algum momento nos meus reviews, comparei os jogos do Uwe aos filmes do Woody Allen. De fato o são. Sempre o mesmo roteiro, o mesmo personagem principal e o mesmo corpo de coadjuvantes, mas é sempre uma história agradável, até certo ponto memorável e que me distrai.
Hallertau é um bom jogo, não tenho dúvidas quanto a isso. Pode ser um ótimo primeiro jogo do Uwe para quem procura alguma coisa com peso intermediário entre Nusfjord e Feast for Odin/Fields of Arle. Talvez para o jogador mais experimentado ou exigente, seja um título raso, mas eu me senti genuinamente confortável jogando ele e reconheci um monte de coisas bacanas a despeito dos problemas que ambos listamos.
Para finalizar, consegui uma cópia do Kepler 3042, sobre o qual falamos há bastante tempo. Ainda não joguei, mas hora dessas vai para mesa. Já olhei as regras e dei uma geral no jogo, certamente irá me agradar muito, parece uma hidden gem. Muito obrigado pela sugestão!