Cara Gabi
A despeito do que muita gente pensa, capitalismo não é necessariamente uma coisa ruim, desde que se atendam três critérios:
- que ele não seja aplicado a setores estratégicos (educação, saúde, segurança, etc), que são incompatíveis com a busca pelo lucro;
- que a produção em escala seja tão barata, que a própria pessoa que está produzindo possa ter acesso ao bem de consumo (foi esse mantra que tornou o Henry Ford em uma das marcas mais conhecidas e da maior sucesso comercial de todos os tempos).
- que a livre concorrência seja assegurada, com nenhuma marca podendo deter mais de 50% do mercado. Quando a Galápagos, ou qualquer outra editora, atingisse mais da metade do mercado de boardgames, ela ficaria impedida de lançar novos produtos, até que as demais editoras conseguissem ocupar os outros 50% do mercado.
Isso parece loucura, e meio que é. Mas do jeito como as coisas funcionam, o que ocorre é que uma empresa acaba crescendo, englobando as outras empresas e quando domina uma parcela suficiente do mercado, ela passa a ditar as regras e os preços.
Quem pegava a ponte aérea até alguns anos atrás, vai se lembrar da saudosa Webjet, que fazia vôos Rio - Brasília por R$ 99,00, enquanto a Gol cobrava R$ 500,00. Nessa época eu ia até Brasília praticamente toda a semana a trabalho. O avião era horrível, só havia um único horário (o jeito era pernoitar) e as passagens disputadas “no tapa”. Obviamente a Gol não gostou muito desse tipo de concorrência e simplesmente comprou a Webjet, e as passagens de R$ 500,00, passaram a ser a única opção. Isso é o que faz a falta de concorrência.
Além desses, existem diversos outros exemplos, como é o caso das montadoras, da Coca-Cola, da Votorantim, entre outras.
No caso dos correios é a mesma coisa. O dia em que houver uma concorrência séria no setor, com empresas fortes querendo atuar nesse segmento aí todos vamos ver como as tarifas e os serviços vão melhorar, porque se isso não ocorrer a empresa fecha. Simples assim.
Um abraço e boas jogatinas.
Iuri Buscácio