Júlio Ferreira::

lucasconegundes::Se fosse considerar a compra de um dos dois, voltado exclusivamente para modo solo, qual seria a melhor opção? Ilha dos gatos (lançado recentemente) ou pegar o Banquete a Odin no reprint. Não sei se o fato de serem polinômios faz com que sejam parecidos, por isso queria saber qual é mais jogo...

Como jogador solo, eu certamente compraria o Odin se pudesse escolher apenas um. 
Tudo é uma questão de perfil, eu gosto dos jogos do Uwe e Agrícola foi o primeiro jogo que eu "solei". Odin está no top 20 dos jogos mas populares entre os jogadores solo do BGG e no Top 10 dos jogadores solo da Ludopedia (segundo a votação do 1 player guild em ambos os fóruns). Odin também é mais pesado e mais caro, mas o solo parece agradar boa parte da comunidade solo gamer. Dito isso, eu não tenho Odin, estou esperando ficar a pronta entrega, mas agorinha joguei duas partidas solo de ilha dos Gatos. Achei incrível! Mas trata-se de um jogo familiar, o que não é problema, mas cada um tem seu perfil (eu gosto muito de jogos mais leves com solo). 
Não dá pra dizer qual dos dois você deve escolher sem conhecer seu perfil, mas a mecânica da colocação de tiles estilo tetris não faz um ocupar o espaço do outro. 
Se a escolha fosse minha, eu com certeza escolheria Odin por todo o meu hype pessoal pelo jogo. Mas estou bem contente com Ilha dos Gatos, até pretendo escrever sobre o modo solo dele, e pra mim que tenho muito solos mais pesados ele preenche um buraco na minha coleção de solos. 

Achei muito interessante sua análise. Eu gosto de jogos mais pesados e não tenho muito na linha família. Mas no geral a minha coleção ainda é muito pequena, então eu poderia optar pelo Odin agora e deixar o ilha dos gatos mais pra frente. E até mesmo saber se a galera do 1p guild avalia ele bem no solo em 2021. Acho que o Odin é mais uma compra certa esse ano...valeu mesmo

Guilherme.felga::Essa é aquela pergunta “compro uma bicicleta ou tenho um filho?” São jogos com propostas bem diferentes.

O Ilha dos Gatos tem uma espécie de adversário automatizado que funciona como um gerador de pontos e interfere com suas ações. Jogo leve e mais rápido, peso família. Parece que joga muito bem com não gamers também.

O Banquete é um euro médio-pesado, com muita coisa acontecendo, extremamente variado, estratégico e com ótimo componente tático. Apesar do monte de componentes, do tamanho da caixa, suas mecânicas são fáceis de se aprender, mas ele oferece tanta opção que ele tem uma árvore de decisões relativamente complexa. Jogo de muito planejamento de longo prazo. Não tem nenhum antagonismo, você joga procurando melhorar sua pontuação. Para quem curte os jogos do Uwe, é um prato cheio, porque ele reaproveita e refina várias mecânicas que ele colocou em outros jogos.

A escolha dependerá muito do tipo de experiência que você procura. Eu tenho o Banquete e gosto demais. O Ilha dos Gatos eu não joguei, não comprei e gostaria muito de fazê-lo, mas vou esperar o preço cair um pouco e ter notícias dos componentes. Depois do Maracaibo, todos os pés atrás com a Meeple BR.

Ola Guilherme obrigado pela ajuda. Li seu review de jogos do uwe a um tempo atrás e desde então tenho tido vontade de pegar o Odin. E como o reprint chegou, esse seria o momento ideal...um outro fator que tem feito eu optar pelo Odin é a sua avaliação no top 150 jogos de 2020, mas confesso que como o Odin saiu em 2016 fiquei na dúvida se estaria um pouco datado. Quanto aos componentes do ilha, pelo vídeo do covil e do Jack me parece que ficaram muito bons, acho que dessa vez acertaram. Até hj não peguei maracaibo por conta disso, além do fato de que o modo campanha tem uma história fraca pelo que ouvi dizer, então fico muito na dúvida tb...

O Banquete dificilmente ficará datado, em minha opinião. Além disso, já teve uma expansão (The Norwegians), que foi muito boa e tem outra planejada para a Essen 2021, The Danes. O trabalho está sendo feito pelo Gernot Köpke e supervisionado pelo Uwe.

Depois que você joga o base, fica imaginando como pode ser possível ampliar aquilo e ainda ficar bom, difícil isso! Eu hesitei muito quando soube da primeira expansão, mas acabei pegando e fiquei muito bem impressionado com as mudanças. Valorizou muito o jogo para mim. Tenho acompanhado o diário do autor no BGG e acho que a próxima expansão irá na mesma linha.

Em defesa do Ilha dos Gatos, o Frank West tem um dos jogos solo mais interessantes dos últimos anos, o City of Kings. Só por isso ele já merece crédito e um olhar desprendido de preconceito.

Guilherme.felga::O Banquete dificilmente ficará datado, em minha opinião. Além disso, já teve uma expansão (The Norwegians), que foi muito boa e tem outra planejada para a Essen 2021, The Danes. O trabalho está sendo feito pelo Gernot Köpke e supervisionado pelo Uwe.

Depois que você joga o base, fica imaginando como pode ser possível ampliar aquilo e ainda ficar bom, difícil isso! Eu hesitei muito quando soube da primeira expansão, mas acabei pegando e fiquei muito bem impressionado com as mudanças. Valorizou muito o jogo para mim. Tenho acompanhado o diário do autor no BGG e acho que a próxima expansão irá na mesma linha.

Em defesa do Ilha dos Gatos, o Frank West tem um dos jogos solo mais interessantes dos últimos anos, o City of Kings. Só por isso ele já merece crédito e um olhar desprendido de preconceito.

Você é o cara mesmo heim Guilherme rsrsrs. Quando o assunto é jogo solo vc já está anos luz à frente. E desculpe a ignorância sobre odin...mais um motivo pra pegar esse jogo! Valeu mais uma vez pela ajuda!

O nome do Banquete é muito apropriado. É um euro-experiência, que destila tudo que há de melhor no gênero. Um dos melhores jogos do Uwe.

O Ilha dos Gatos me enche de curiosidade, quero muito testar. Só não são jogos comparáveis sobre nenhum aspecto, salvo valor e disponibilidade.

lucasconegundes::Se fosse considerar a compra de um dos dois, voltado exclusivamente para modo solo, qual seria a melhor opção? Ilha dos gatos (lançado recentemente) ou pegar o Banquete a Odin no reprint. Não sei se o fato de serem polinômios faz com que sejam parecidos, por isso queria saber qual é mais jogo...

Olha, eu não gosto de banquete a Odin. Acho que ele é meio quebrado na estratégia dos barcos, isso até já foi discutido aqui algumas vezes. Dito isso, o modo solo dele é bem legal e fluido. Joguei muitas vezes.

Eu gosto de jogos solo que o automa seja fácil de controlar. 
Funciona assim:

Você joga com duas cores. Nos turnos pares utiliza uma das cores e nos turnos ímpares a outra. Isso faz com que diversos lugares fiquem bloqueados e aí que está a simplicidade do modo solo e tbm a dificuldade. É bem legal, mesmo o jogo sendo meio ruim.

O porém que eu não gosto é que não dá pra ganhar ou perder. você apenas faz uma pontuação e anota. Eu particularmente não gosto muito de jogos solo que só serve pra contar a própria pontuação.

Ilha dos gatos é um jogo mais simples.
Dos jogos de polinômio atualmente é o meu preferido pela simplicidade. E é gostoso de jogar solo ou em grupo. 
O solo também é fácil.

Ele tem um esquema de draft que funciona e aí você escolhe a dificuldade da Sister, que é o adversário.

O legal é que você não precisa controlar nada. Você apenas compra X cartas e aí a Sister ganha pontos por coisas que você faz ou deixa de fazer.

Por exemplo: não cobrir X espaços do tabuleiro vale pontos pra ela, ou usar gatos de cores X vale pontos, etc.
Aí o legal é que você pode realmente perder o jogo por que tem um automa que pontua, e o que você não precisa controlar as ações, é simplesmente pontuado pelo seu próprio tabuleiro de jogador. E aí a dificuldade é quantas cartas de pontuação você abre pra ele. 

Enfim, posso ser parcimônial já que eu não curto muito banquete (apesar de gostar do solo), mas acho ilha dos gatos mais jogo no solo e mais divertido no multiplayer. 

A estratégia dos barcos NÃO é quebrada. Apesar de ser fácil realizá-la (no sentido de antecipar mentalmente tudo o que é preciso fazer), a ação de emigrar fica mais cara a cada rodada, pois temos que pagar o valor da rodada atual em prata (e prata é ponto de vitória), além de gastar ações para coletar madeira e para construir o barco ANTES da ação de emigrar. Por aqui consigo vencer as partidas fazendo ZERO emigrações. Em um jogo com tantas possibilidades como esse não dá para dominar as estratégias com algumas partidas. E algumas estratégias são mais exigentes para planejar e executar do que outras. Tive esse mesmo receio ao comprá-lo, exatamente devido às discussões por aqui na Ludopédia. Arrisquei a compra com um baita receio. Mas foi MUITO acertado! Tive aquele princípio de frustração quando tentei uma estratégia focada nos animais em uma partida e fui muito mal. Talvez esse tipo de experiência (um resultado desastroso como essa minha partida, kkkkkk) seja a razão para algumas pessoas pensarem que o jogo não é equilibrado. Porém, depois de mais algumas partidas fui pegando o jeito, percebendo nuances não enxergadas anteriormente, e aquela mesma estratégia dos animais me rendeu uma vitória esmagadora! Além de outras muitas estratégias e combinações possíveis - casas, ilhas, incoming de prata, etc. Dá até para fazer uma estratégia parcialmente focada nos pontos das cartas! 

Não acho sadia uma discussão de novo sobre estrategia dos barcos num post que não é sobre isso. 

Tem outros motivos pra que eu não goste de banquete, citei apenas um. Mas joguei solo pelo menos umas 15 vezes e mais umas 6 em grupo e o barco sempre foi desbalanceado.

Ja escrevi aqui várias vezes sobre como as outras estratégias não fluem tão bem. Já joguei focando em explorar ilhas, etc etc etc e sempre o custo beneficio é péssimo. 

Pode ser que depois de 40 partidas isso mude? Pode.

Porem num universo em que tem 1 milhao de jogos, se em cinco ou seis jogatinas o treco me parece meio zoado, não tem pq eu continuar investindo tempo ali. Com certeza vou achar outra coisa mais legal pra jogar e que não vou ter essa sensação. 

É a mesma história sobre a trilha dos livros no Mombasa... Na verdade esse é até pior, pois NUNCA consegui vencer sem investir nos livros, Kkkkkkk. Contudo, é uma trilha que exige muito planejamento. Muito mesmo! Minhas partidas de Mombasa são de sair fumaça pelas ventas! Kkkkk Meus adversários por aqui são cruéis... hehe. Acabamos as partidas mentalmente exaustos. O planejamento dos livros precisa estar conjugado ao planejamento das pilhas de cartas. Isso é extremamente exigente! Precisa de paciência para o encadeamento mental das ações futuras (alguém disse por aqui, e tomo a liberdade de repetir: "Mombasa é um jogo em que jogamos três rodadas simultâneas") e, consequentemente, quando jogado com essa dedicação, possui forte tendência a AP. Essas características não agradam muitas pessoas. Porém, Mombasa pode ser jogado mais tranquilamente, investindo mais a curto e médio prazo, aproveitando oportunidades, e ainda assim é jogão. Um Banquete a Odin apresenta possibilidades diversas, com exigências de eficiência diversas. "Devo apostar novamente no que foi suficiente em partidas anteriores, ou devo me arriscar em caminhos mais complexos e enfrentar possíveis frustrações passadas?" Cada qual com sua resposta.
Mas realmente... talvez essa não seja uma discussão sadia... 

Ovatsug Rednal::

lucasconegundes::Se fosse considerar a compra de um dos dois, voltado exclusivamente para modo solo, qual seria a melhor opção? Ilha dos gatos (lançado recentemente) ou pegar o Banquete a Odin no reprint. Não sei se o fato de serem polinômios faz com que sejam parecidos, por isso queria saber qual é mais jogo...

Olha, eu não gosto de banquete a Odin. Acho que ele é meio quebrado na estratégia dos barcos, isso até já foi discutido aqui algumas vezes. Dito isso, o modo solo dele é bem legal e fluido. Joguei muitas vezes.

Eu gosto de jogos solo que o automa seja fácil de controlar. 
Funciona assim:

Você joga com duas cores. Nos turnos pares utiliza uma das cores e nos turnos ímpares a outra. Isso faz com que diversos lugares fiquem bloqueados e aí que está a simplicidade do modo solo e tbm a dificuldade. É bem legal, mesmo o jogo sendo meio ruim.

O porém que eu não gosto é que não dá pra ganhar ou perder. você apenas faz uma pontuação e anota. Eu particularmente não gosto muito de jogos solo que só serve pra contar a própria pontuação.

Ilha dos gatos é um jogo mais simples.
Dos jogos de polinômio atualmente é o meu preferido pela simplicidade. E é gostoso de jogar solo ou em grupo. 
O solo também é fácil.

Ele tem um esquema de draft que funciona e aí você escolhe a dificuldade da Sister, que é o adversário.

O legal é que você não precisa controlar nada. Você apenas compra X cartas e aí a Sister ganha pontos por coisas que você faz ou deixa de fazer.

Por exemplo: não cobrir X espaços do tabuleiro vale pontos pra ela, ou usar gatos de cores X vale pontos, etc.
Aí o legal é que você pode realmente perder o jogo por que tem um automa que pontua, e o que você não precisa controlar as ações, é simplesmente pontuado pelo seu próprio tabuleiro de jogador. E aí a dificuldade é quantas cartas de pontuação você abre pra ele. 

Enfim, posso ser parcimônial já que eu não curto muito banquete (apesar de gostar do solo), mas acho ilha dos gatos mais jogo no solo e mais divertido no multiplayer. 

Entendi seu ponto apesar de não saber como o jogo se desenrola. E o ilhas, pelo seu comentário parece bem interessante TB. Será que teria muita rejogabilidade assim como Odin, no sentido de que depois de algumas partidas a sister nao ofereça tanto desafio?