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  2. Análises
  3. Puerto Rico
  4. Puerto Rico e os privilégios.

Puerto Rico e os privilégios.

Puerto Rico
  • Rui Nei Santana
    191 mensagens MD
    avatar
    Rui Nei Santana31/12/20 01:15
    Rui Nei Santana » 31/12/20 01:15

    LuisPerdomo::Olá.

    Eu imagino que a essa altura da minha existência nessa comunidade, dado que já trilhamos uma certa estrada por aqui, o(a) leitor(a) que clica em um tópico e se depara com o meu avatar já espera algumas coisas:

    - Textão.
    - Uma paixão inexplicável por cubinhos de madeira.
    - Piadinhas com referências totalmente aleatórias.
    - Negação gratuita do tema do jogo (puro deboche). 
    - O uso extrapolado de um certo vocativo (marca registrada do canal).

    Elementar meu caro Perdomotson que você esqueceu o principal!

    O que mais espero é a foto do Saint Petersburg

    Kkkkkk

    Mais uma vez gratidão pelo texto, Perdomo!! Tenho o jogo e vou por na mesa motivado por lembrar dele!

    1
  • LuisPerdomo
    639 mensagens MD
    avatar
    LuisPerdomo31/12/20 09:36
    LuisPerdomo » 31/12/20 09:36

    Rui Nei Santana::O que mais espero é a foto do Saint Petersburg

    Kkkkkk

    Mais uma vez gratidão pelo texto, Perdomo!! Tenho o jogo e vou por na mesa motivado por lembrar dele!

    Olá, Rui. Isso também está referenciado ali no começo. Eu assumo que o(a) leitor(a) espera esses pontos uma vez que ele(a) se deparou com a minha foto.

    Obrigado por marcar presença como sempre. Espero que o texto tenha trazido boas reflexões.

    1
  • LuisPerdomo
    639 mensagens MD
    avatar
    LuisPerdomo31/12/20 10:06
    LuisPerdomo » 31/12/20 10:06

    1pipo_::
    Acho que você esclarecer suas tendências a depressão é um argumento muito forte contra aquelas falácias que vemos quando alguém comenta que tem depressão: "Nossa, mas não parece! Você está sempre rindo!", e te falam pra só não pensar nisso ou qualquer coisa desnecessária do tipo. 

    Essa situação que você descreveu, infelizmente posso dizer que passei por ela várias vezes. A maioria delas protagonizadas por pessoas muito próximas, como meus pais. Meus pais são católicos muito fervorosos. Na visão deles, tudo se resume à "presença/falta de Deus no coração". Você já deve estar imaginando aonde essa conduta deles me levou. Eles foram fortemente responsáveis por muitas vezes piorar o meu quadro depressivo. Diferentemente dos meus pais, eu não sou religioso, tecnicamente falando acredito estar mais próximo de ser agnóstico. Então onde eu claramente precisava de um psicólogo, meus pais queriam mesmo era que eu fosse à missa, digamos.

    A minha namorada é evangélica. Ambos somos pessoas esclarecidas nesse sentido. Eu não tenho problema nenhum com o fato dela professar a fé dela, assim como ela respeita a minha ausência de fé. Eu sei da importância da figura de um bom pastor para os seus fieis e ela sabe da importância de um bom terapeuta para uma pessoa que apresenta tendências de depressão.

    A pior coisa que alguém pode falar para uma pessoa em estado depressivo é algo do tipo: "Animação, alegria! A vida é tão bonita! Você é uma pessoa afortunada, cheia de saúde, tem tudo o que você quer! Nunca te faltou nada! Tanta gente aí no mundo passando por problemas reais e você aí trancado nesse quarto! Deixe de frescura, pare de chorar! Isso é falta de Deus no coração! Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima!". A minha mãe usou muitas vezes essa última. Por favor, nunca façam isso! Falar qualquer coisa nesses moldes só piora a situação! Não é assim tão trivial. Se fosse, pessoas não teriam quadros tão graves em função disso. Depressão é coisa muito séria e deve ser tratada com o devido respeito. 

    Se a pessoa não entende desse mal com propriedade e não sabe como ajudar, não fale nada e contate um profissional credenciado. Apenas mostre para a pessoa em crise que você está ali para o que ela precisar, sobretudo para encaminhá-la a um acompanhamento profissional.

    1pipo_::
    Eu nem sempre tive um ponto de vista tão "pra frente" pra essas coisas, mas com o passar do tempo, e a ajuda de muita gente disposta a conversar comigo e me mostrar como e onde eu tava errado, consegui amadurecer minhas ideias e hoje acho que evoluí muito, por mais que ainda tenha muita coisa pra melhorar. 

    Mesma coisa aqui. No passado já tive pensamentos dos quais hoje eu me envergonharia. Pura ignorância de minha parte. Não somos perfeitos, mas evoluímos, isso é o mais importante. Reconhecer que errou e evitar repetí-los, amadurecimento. Eu tenho aprendido muita coisa com esse fórum de discussão.

    A gente sempre aprende algo em qualquer lugar, desde que estejamos dispostos a fazê-lo.

    3
  • laern
    54 mensagens MD
    avatar
    laern31/12/20 12:06
    laern » 31/12/20 12:06

    Puerto rico é genial.

    Infelizmente ainda n achei um jeito de usar como ferramenta de ensino porque o setup e as regras são um pouco complicadas pra uma sala de aula.

    E essas reflexoes sobre os colonos só surgem no final da primeira partida, e sobre desenvolvimentismo só depois de umas 5.

    1
  • Bruno Marchena
    406 mensagens MD
    avatar
    Bruno Marchena31/12/20 15:02
    Bruno Marchena » 31/12/20 15:02

    Luís, vi seus comentários na minha publicação e penso exatamente a mesma coisa do seu texto. Cresci bastante com suas reflexões, confortei-me em saber que existem mais pessoas nesse mesmo processo de autocrítica e sobretudo coragem. Seu texto e também os seus comentários, falando inclusive de coisas sensíveis da sua vida familiar e íntima, são de muita coragem! Não estou no hobby por pontos de vitória, por vaidades de coleções. Estou no hobby para ser feliz, criar vínculos, laços de afetividade, momentos inesquecíveis de diversão e boas lembranças. Se essa vontade de produzir amizade e felicidade for excludente, acho que somos pessoas que sempre nos incomodaremos com isso! Mais uma vez, obrigado pelo texto, pela coragem e crítica! O hobby só cresce com tudo isso!

    2
  • LuisPerdomo
    639 mensagens MD
    avatar
    LuisPerdomo31/12/20 15:28
    LuisPerdomo » 31/12/20 15:28

    Bruno Marchena::Luís, vi seus comentários na minha publicação e penso exatamente a mesma coisa do seu texto. Cresci bastante com suas reflexões, confortei-me em saber que existem mais pessoas nesse mesmo processo de autocrítica e sobretudo coragem. Seu texto e também os seus comentários, falando inclusive de coisas sensíveis da sua vida familiar e íntima, são de muita coragem! Não estou no hobby por pontos de vitória, por vaidades de coleções. Estou no hobby para ser feliz, criar vínculos, laços de afetividade, momentos inesquecíveis de diversão e boas lembranças. Se essa vontade de produzir amizade e felicidade for excludente, acho que somos pessoas que sempre nos incomodaremos com isso! Mais uma vez, obrigado pelo texto, pela coragem e crítica! O hobby só cresce com tudo isso!

    Mais uma vez muito obrigado pelas gentis palavras, Bruno.

    Deixo aqui também um agradecimento especial a todos que participaram dessa discussão sobre um tema tão delicado, mas absolutamente necessário, de forma tão prudente e respeitosa. Estamos todos de parabéns.

    Um 2021 mais inclusivo para todos nós, dentro e fora dos tabuleiros.

    3
  • Ronaut
    79 mensagens MD
    avatar
    Ronaut31/12/20 20:02
    Ronaut » 31/12/20 20:02

    LuisPerdomo::
    GabrielAlmeida::Parabéns, Luis. Esse com certeza é o melhor e mais importante texto na história deste canal. Mesmo eu sendo o típico jogador que 100% caga para tema nos jogos, gostaria de ver mais reflexões deste tipo por aqui.

    Agora aguardemos os racistinhas de plantão virem falar que não tem nada a ver.

    Muito obrigado, Gabriel. Fico muito feliz que você tenha se identificado com a reflexão proposta no texto.

    Eu também sou o típico jogador que 100% caga para tema nos jogos, mas ando bastante reflexivo no final desse 2020 tenebroso.

    Como descrevi no começo do texto, eu ia fazer um típico review pastelão como qualquer outro, aquela velha fórmula do canal descrita nos tópicos iniciais.  Eu simplesmente não consigo fazer isso com esse jogo (ou com Mombasa, ou qualquer outro jogo dentro dessa perspectiva). Saí um pouco da minha zona de conforto aqui e foi por uma boa causa. 

    Eu espero que as pessoas fiquem tão incomodadas quanto eu fiquei ao escrever esse texto, e olha que eu nem tenho lugar de fala, é "só" empatia mesmo. O objetivo do texto é justamente esse, provocar reflexão, colocar a pulguinha atrás da orelha, não com o texto em si, mas com o panorama descrito. Isso não é uma obra de ficção, infelizmente. Se a pessoa leu esse texto e não sentiu nenhuma espécie de desconforto, peço que leia novamente e reflita um pouco mais.

    Sobre aqueles que possam eventualmente aparecer aqui e falar que "não tem nada a ver", eu prefiro que, se possível, não o façam e, se não for pedir muito, revejam seus conceitos.
     

    Parabéns pelo texto. Não costumo comentar, mas creio que preciso fazer a observação sobre um termo que você usou.
    Lugar de Fala é um termo que geralmente vejo sendo utilizado no sentido de alguém ter ou não o direito de falar sobre algo.
    Alguém me corrija se eu estiver errado, mas o sentido real do termo é a compreensão de que aquela pessoa que fala, fala a partir de um lugar. Logo se faz necessário que, ao falar, a pessoa entenda de que lugar está falando. 
    Assim, qualquer pessoa pode falar de qualquer assunto, desde que entenda a partir de que ponto está falando. Brancos podem falar sobre racismo, desde entendam qual seu "lugar" nesse fenômeno. Da mesma com outros temas.
    E pelo que entendi do seu texto, você compreende muito bem qual seu lugar nesse assunto, e acrescentou bastante a discussão.

    5
  • iuribuscacio
    3125 mensagens MD
    avatar
    iuribuscacio31/12/20 23:57
    iuribuscacio » 31/12/20 23:57

    LuisPerdomo::

    Que os novos tempos sejam melhores e que esse tema fique cada vez mais distante na história, mas sempre presente nos livros e em nossas consciências.

    Nunca se esqueça.

    Forte abraço,
    Luis Perdomo

    Caro Luis


    Parabéns por mais um excelente texto. Eu não sei se vou conseguir, mas ao menos vou tentar não escrever muito (bom, pelo menos para os meus padrões), porque você já disse tudo o que eu penso, e porque a discussão está num nível tão alto, que eu prefiro não correr o risco de fazer feio. Além do que, eu acabei chegando tarde e me “roubaram” as citações do Edmund Burke e do George Orwell. Mas vamos lá.    

    O tema é muito relevante e mais do que nunca atual, principalmente quando temos uma parcela significativa da população aderindo à ultra-direita, que se recusa a enxergar a realidade do nosso país, onde existem “uns com tanto, outros tantos com algum, mas a maioria sem nenhum”, como dizia canção de Paulinho da Viola e Elton Medeiros. DIto isso, Puerto Rico, Mombasa e Endeavor são jogos importantes e que merecem ser jogados exatamente da forma como foram formulados, primeiro porque são ótimos jogos e segundo, justamente porque incluem temas polêmicos, que às vezes gostaríamos de esquecer, que fazem parte da história humana. E se existe uma coisa que deveria nos envergonhar, enquanto espécie, é que a história nos ensina, que não há limites para a maldade e a crueldade, com que um ser humano pode tratar o seu semelhante. 


    Nesse aspecto, a frase do Edmund Burke toma uma dimensão ainda maior, porque ninguém é ingênuo de achar que a escravidão, pelo menos no seu formato histórico, será esquecida e ocorrerá novamente. É muito pouco provável que num eventual futuro, voltemos a ter nações inteiras, postas a ferros, e forçadas a trabalhar para outros povos em outras terras, debaixo de chicote. Mas se por um lado a "escravidão real" é improvável, pelo menos nas condições atuais, por outro lado, a "escravidão econômica" já é uma realidade, principalmente por conta da banalização da exploração. Não existe motivo algum para profissionais brancos receberem remuneração maior do que profissionais negros, pelo mesmo serviço, do mesmo modo que não há justificativa para o salário de um homem ser superior ao de uma mulher, numa mesma função. Mas, por incrível que pareça, essa é a regra. 


    As políticas públicas de combate à desigualdade, tais como os planos de redistribuição de renda (que curiosamente eram vistos como soluções urgentes para os problemas brasileiros, nos anos 70 e 80, até mesmo pelos mais reacionários "o problema é que o Brasil produz muito, mas distribui pouco"), e as cotas raciais econômicas para acesso ao ensino superior gratuito, são tratadas como se fossem as maiores arbitrariedades e injustiças do mundo. São pensamentos do tipo "se o sujeito recebe o bolsa-esmola ou se o governo continuar dando auxílio emergencial,  ele nunca mais vai precisar trabalhar...", como se R$ 200,00 R$ 400,00 ou R$ 600,00, fosse suficiente para sustentar minimamente uma família de 4, 5 ou 6 pessoas, ou coisas do tipo, "se o meu filho tirou uma nota maior, não é justo que ele perca a vaga do curso de medicina, para um cotista que tirou uma nota menor, mesmo que eu tenha todas as condições de pagar a mensalidade de qualquer faculdade do país e a família do cotista não". De um certo ponto de vista isso talvez seja até injusto, afinal o ideal seria que o poder público investisse no ensino fundamental e médio, de forma que todos pudessem competir pela vaga em igualdade de condições. Muita gente concorda com isso e eu também, porém, conhecendo as classes dominantes brasileiras, por cautela, é melhor fazer o seguinte, esperar que primeiro o poder público invista no ensino fundamental e médio, até que as escolas públicas sejam tão boas quanto as particulares, e só depois que essa utopia se concretizar, aí sim abolir as cotas raciais e econômicas do ensino superior. Porque uma coisa é certa, por mais injusto que as cotas sejam, elas ainda são muito menos injustas do que era o acesso ao ensino superior público, antes da sua adoção. Antes das cotas as chances de um estudante negro e pobre conseguir cursar medicina, direito ou engenharia em universidades federais eram quase nulas. Claro que sempre existem exceções, porque o fulano e o beltrano conseguiram, com toda a dificuldade se formar em uma universidade federal, logo qualquer um também conseguiria, desde que se esforçasse bastante. Isso para mim é o mesmo que dizer que qualquer pessoa conseguiria correr os 100 metros rasos em 9,5 segundos e desbancar o Usain Bolt, se treinasse o suficiente. Além disso, políticas públicas não podem ser feitas baseadas nos exemplos de "fulano ou de beltrano", mas sim com base em uma coletividade, e coletivamente a chance dos estudantes de escolas públicas ingressarem nas universidades federais sem as contas são perto de zero. Então, enquanto não surgir uma alternativa melhor que possa ser implantada imediatamente, e que seja menos injusta que as cotas raciais, mas menos injustas para todos, consideradas todas as condições sócio-econômicas, eu acho mais válido continuar com as cotas raciais econômicas. Esse é um exemplo claríssimo de como os privilégios funcionam na nossa sociedade, que libertou o negro das senzalas e dos troncos, apenas para condená-lo ao barracão da favela, à fome e à mais abjeta miséria. 

    Aqui cabe um parêntese, porque em um passado não muito distante, a escola pública realmente foi melhor que a escola particular. Mas isso foi em uma situação em que o Brasil era praticamente um país de analfabetos, em que a grande maioria dos meninos pobres ia trabalhar na construção civil, mal sabendo escrever o próprio nome, e as meninas pobres, recém saídas da infância, iam trabalhar de doméstica, nas "casas de família". Nessa época a escola pública era realmente excelente, mas porque quem frequentava a escola pública era a classe média e a classe média alta. Mas quando o ensino público básico se tornou obrigatório e universal, e as classes mais desfavorecidas começaram a ir à escola pública, que passaram a ter salas de aulas abarrotadas de crianças, que sequer tinham o que comer em casa, e iam à aula primeiramente para poderem se alimentar de alguma forma, aí o nível de qualidade do ensino público começou a cair drasticamente, e nunca mais se recuperou, salvo raríssimas exceções.

    Do mesmo modo, hoje não é possível um patrão chicotear, nem castigar fisicamente um empregado, ao seu alvedrio. Mas é permitido ao patrão, mesmo que a conduta seja ilegal, praticar toda a sorte de abusos morais imagináveis, além, é claro, de pagar valores tão baixos e oferecer condições de trabalho tão ruins, que não chega a ser a escravidão de outrora, mas é o mais próximo que dela se pode chegar, na atual conjuntura. Quando alguém analisa tais condições sócio-econômicas, e inclui a cor da pele na equação, fica muito difícil para qualquer pessoa séria, defender justificadamente, que o racismo estrutural não acontece no nosso país, e que isso é "invenção de comunistas", que querem pintar de vermelho a nossa bandeira, e que deveriam se mudar para Cuba ou para Venezuela, ao invés de tentar acabar com os valores morais da tradicional família brasileira. Qualquer semelhança com o discurso de alguns políticos NÃO é mera coincidência.

    Tais condições desumanas de trabalho infelizmente não são uma exclusividade brasileira. Existe uma razão para os board games que nós todos amamos serem feitos na China. Não é porque a qualidade é melhor, porque se fosse assim, os jogos seriam produzidos na Alemanha. Na verdade, praticamente tudo hoje é produzido na China, porque o país tem um dos mais atraentes custos de produção para quase todos os bens de consumo, inclusive board games. Isso se deve a uma infra-estrutura industrial voltada para a produção em larga escala, associado a baixíssimos salários e péssimas condições de trabalho, que tornam a mão-de-obra chinesa uma das mais baratas do mundo. 

    É claro que eu não estou defendendo aqui, que se pare de jogar board games, porque eles vêm manchados com muito suor e com as lágrimas mais amargas que o sofrimento cotidiano pode produzir. Se formos pensar assim, não conseguiríamos ter nenhuma vida normal, porque praticamente tudo aquilo que utilizamos é produzido nessas condições. Porém, o mínimo que podemos fazer é tomar consciência da grande desigualdade social que assola o mundo, principalmente o Brasil, tanto no passado, quanto no presente, e termos um momento que seja de reflexão profunda, sobre o tanto que representam aquelas pecinhas coloridas, que manuseamos quando jogamos Puerto Rico.

    Para terminar eu deixo aqui a letra de uma música sobre a capoeira, com um final apoteótico e muito instrutivo, que sempre me emocionou bastante, de Paulo César Pinheiro e Mauro Duarte, gravada por Clara Nunes no LP de 1978 (é rapaziada, eu sou da época do LP) “Guerreira” (se escreve com com DOIS "r", viu Galápagos!!!!). Vale uma olhada no Youtube.

    “JOGO DE ANGOLA”

    No tempo em que o negro chegava fechado em gaiola,
    Nasceu no Brasil, quilombo e quilombola,
    E todo dia, negro fugia, juntando a corriola.

    De estalo de açoite, de ponta de faca, e zunido de bala,
    Negro voltava pra argola, no meio da senzala.
    E ao som do tambor primitivo berimbau maraca e viola,
    Negro gritava "Abre ala" vai ter jogo de Angola.

    Perna de brigar, camará... Perna de brigar, Olê...
    Ferro de furar, camará... Ferro de furar, Olê...
    Arma de atirar, camará... Arma de atirar,
    Olê... Olê...

    Dança guerreira, corpo do negro é de mola,
    Na capoeira, negro embola e desembola...
    E a dança que era uma festa para o dono da terra,
    Virou a principal defesa do negro na guerra,
    Pelo que se chamou libertação.

    E por toda força, coragem e rebeldia,
    Louvado será todo dia,
    Que esse povo cantar e lembrar no jogo de angola,
    Da escravidão no Brasil.




    Um abraço a todos e Feliz 2021.

    Iuri Buscácio


    P.S. Luis, meu camarada, para si, especificamente, eu só posso desejar que você consiga vivenciar o princípio do kaizen “hoje melhor que ontem, amanhã, melhor que hoje”

    5
  • chiconeto13
    217 mensagens MD
    avatar
    chiconeto1301/01/21 16:13
    chiconeto13 » 01/01/21 16:13

    Texto perfeito

    1
  • iuribuscacio
    3125 mensagens MD
    avatar
    iuribuscacio01/01/21 18:53
    iuribuscacio » 01/01/21 18:53

    chiconeto13::Resto perfeito

    Caro chiconeto13

    Muito obrigado pelas palavras.

    A Internet é uma ferramenta tão fundamental hoje em dia, que nos séculos vindouros ela talvez seja colocada num patamar próximo ao do fogo e da roda. Mas como tudo na vida, a Internet tem um lado negativo, que é a sensação de anonimato que ela proporciona. Claro que esse pretenso anonimato é falso, porque as pessoas podem ser identificadas, mesmo usando pseudônimos. Porém, em termos práticos ele é real, porque é inviável rastrear todas as mensagens de ódio, racistas e preconceituosas, postadas diariamente nas redes sociais, com exceção, evidentemente, daquelas que geram grande repercussão e comoção junto à sociedade. As mensagens comuns, de ilustres desconhecidos, normalmente passam batidas.

    Infelizmente, a Internet, que como dizia Umberto Eco, “promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade”, ao proporcionar esse pseudoanonimato, fez com que boa parte da sociedade brasileira tirasse a sua máscara, e mostrasse a sua verdadeira face. Com isso, escudada pelos pseudônimos dos meios virtuais, essa verdadeira legião de imbecis pode mostrar, aquilo de que realmente transborda o seu coração, afinal, pelo menos ainda, quase ninguém bate no peito abertamente e com orgulho, na presença de amigos e familiares, para se dizer racista. Porém, é preciso ter muito cuidado nesse aspecto, porque caminhamos a passos largos para essa situação, afinal com o sexismo, com o fanatismo religioso, com o reacionarismo, e com o fascismo isso já ocorre.

    Sou um fervoroso defensor da liberdade de expressão, principalmente dos entendimentos divergentes (“é da discussão que nasce a luz”, como dizia Cartola), mas desde que isso seja feito de forma sensata, responsável e consciente de que o exercício de qualquer direito, inclusive deste, sempre gera repercussões e acarreta conseqüências. E eu tenho um sério receio de que, da mesma forma que, hoje em dia, “está na moda” ser reacionário e de ultra-direita (atenção, eu estou me referindo à “ultra-direita”, e não à “direita responsável”, que apesar de ter, na minha opinião, um ponto de vista político equivocado, ainda assim é válido), que daqui a pouco também entre na moda ser abertamente racista (porque no privado muita gente é, e só não reconhece porque ainda não pega bem, pelo menos ainda).

    Por isso, o texto do LuisPerdomo é tão importante, e vale tanto a pena, escrever e discutir sobre ele, para que todo esse retrocesso do desenvolvimento humano (racismo, sexismo, reacionarismo, e assemelhados), que muitas vezes pode ocorrer das formas mais sutis e dissimuladas, possa ser denunciado e confrontado. E esse tipo de denúncia pode ocorrer até mesmo através de board games, seja de forma menos intencional, como no caso do Puerto Rico e do Mombasa, ou mais propositada, como foi o caso do Endeavor.

    Por fim, acima de tudo, é fundamental que tais condutas, e formas de pensamento, tão eticamente condenáveis, sejam combatidas com todas as forças e em todos os lugares, até mesmo em um fórum de board games, por todos aqueles que desejam e acreditam em um mundo mais justo, mais fraterno, mais solidário, enfim, em um mundo mais humano.

    Um forte abraço.

    Iuri Buscácio.

    P.S. “A injustiça que se faz a um, é uma ameaça que se faz a todos.” Montesquieu

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