LuisPerdomo::É engraçado como, de certa forma, às vezes a gente interpreta o lazer de se assistir uma série com trabalho. Já vi muita gente comentando coisas como "Tem quantos episódios essa série? Ah, tem 82 episódios? Nem vou assistir então, vai dar muito trabalho!". Oras, se a série é boa e vai lhe render entretenimento ao longo de muitas e muitas horas, por que as pessoas ficam com "preguiça" de assistir. A única explicação que eu encontrei é que as pessoas tendem a ser muito ansiosas e elas precisam completar as coisas que fazem. Se demora muito para completar o ciclo, por melhor que a jornada seja, elas se veem desmotivadas em fazê-lo.
Me expressei mal, não é questão de "ter" q ver os trocentos episódios. O problema é q até então eu só sabia q era uma série de humor, não conhecia mais nada sobre ela. Então não sabia nem se era alguma série com uma história a ser contada (tipo Lost, Walking Dead, Dark, etc) ou se os episódios até têm alguma continuidade, mas são basicamente independentes, como os Simpsons ou o próprio The Office. Naquele momento oq eu queria era exatamente episódios "standalone", pra desligar o cérebro e só curtir, mas se tivesse uma história q eu gostasse, me ressentiria de talvez não ter tempo para ver tudo.
Além disso, normalmente uma série de muitos episódios indica q ela talvez tenha se estendido um pouco demais. É difícil manter a qualidade o tempo todo como vc mesmo acabou constatando. Ver q era uma série longa de antemão poderia me afastar por conta desse receio tb.
Quanto a considerar o lazer um trabalho, eu tenho outra explicação, pelo menos para uma situação específica, mas q eu acho q acontece muito: há alguns anos eu comecei a acompanhar Walking Dead, e gostava. Além disso era bom pq uma galera do trabalho via tb, então sempre tinha aquele papo no almoço sobre o último episódio. Acontece q as temporadas foram passando e tudo começou a ficar bem ruim. Mas vc continua vendo, pq vc quer saber como a história vai acabar... Vira um misto de "já tô de saco cheio" com "já passei tanto tempo vendo isso, tenho o direito de saber o final". Aí acaba virando mesmo um "dever". Mas pra mim acabou não dando, o início da temporada 7 foi a gota d'água da chatice e enrolação e eu desisti mesmo. Ainda bem pq já está na 10a. e não acaba nunca...
LuisPerdomo::Em outro comentário você citou The Office. Eu assisti ao primeiro episódio há um certo tempo atrás, sei que a série fez bastante sucesso e tem o seu nicho cativo, mas confesso que nunca entendi direito sua proposta.
Realmente a 1a temporada pode não passar o tom certo da série. O Michael Scott ainda estava sendo "moldado", e na S1 ele tá muito mais parecido com a série inglesa original, ou seja, ele é basicamente um "escroto". Depois q o Steve Carell começou a ser conhecido no cinema na mesma época (por "Todo Poderoso"), o personagem foi "suavizado" para a S2, aí conseguiram encontrar o nível correto pra ele de escrotidão, inocência e loucura.
A proposta é basicamente destrinchar os estereótipos e as maluquices q acontecem em um escritório. O legal é vc se reconhecer em grande parte das situações, lógica q normalmente de uma maneira muito mais caricata (afinal assim é o humor) e com a vergonha alheia levada até as últimas consequências (afinal assim é The Office).
LuisPerdomo::Tem um episódio, "The bottle episode", que muita gente acha ruim justamente porque ele é o "Bottle episode". O Abed fica repetindo o tempo todo "That's it. We're totally making a bottle episode here". Ele simplesmente ignora todos os outros personagens e fica pensando alto para a plateia.
O termo original é "Bottle episode". Eu não sei como eles adaptaram na dublagem, se eles mantiveram "episódio da garrafa" mesmo ou se inventaram outra coisa mais próxima da gente. Até onde eu sei, nós não temos essa expressão.
Vi muito pouco, mas o episódio q ficou mais marcado pra mim até agora é disparado oq a Britta começa a pagar as aulas de cinema para o Abed. É logo no início da temporada, mas até então a história era mais centrada na paquera do Jeff com a Britta. Pra mim é nesse episódio q o Abed ganha os holofotes e o personagem mostra q consegue sustentar o seriado perfeitamente e não ser apenas um coadjuvante. A "manipulação" q ele faz com todos para fazer o filme dele é genial.
Quanto à esse "Bottle episode", de fato nem conhecia a expressão, mas entendi o conceito e consigo ver perfeitamente ele fazendo isso, mesmo sem ter visto o episódio ainda rs
Agora q o tópico do Hive virou resenha de seriados de vez rs
valeu tbm pela indicação da série Community, vou dar uma olhada.
