jotaemilio::Creio que a postagem nos ensina uma lição importante. Erros podem acontecer. E aí, importa talvez mais como a editora se comporta no pós-venda talvez do que em todo o resto do processo.
No entanto, é importante não confundir um erro aleatório, com erros sistemáticos, que talvez demonstrem exatamente o que o tópico quer dizer. Se as editoras continuam a não tomar cuidado com seu produto (e nesse caso, não me refiro apenas à tradução, mas a outros defeitos) é porque existem pessoas que continuam a consumir esses produtos...
A produção brasileira de jogos tem melhorado muito (ou a coprodução em alguns casos). Mas existem ainda muito amadorismo e desrespeito com o consumidor.
Ainda não vi o jogo, e não sei como está a tradução no resultado final. De minha parte, não estou disposto a pagar o valor pelo qual atualmente vendem It's a wonderfull world. Conheci o jogo na versão gringa e achei muito, muito bom. Mas mesmo considerando a criação em si e o que ela proporciona, não acho que o conjunto valha o preço final proposto no Brasil. E essa é minha postura com vários outros jogos, sejam aqueles muito esperados (desculpem amigos do hobby. Não curto anglicismos e inglês desnecessário) ou não. Nos dias de hoje, tracei um limite financeiro para o que acho que devo gastar num jogo, e o que jogo precisa me oferecer para que eu quebre excepcionalmente esse limite.
Cada um sabe de si, mas é bom parar para pensar se a sua forma de consumir é razoável, é algo boa para si, ou até mesmo para a comunidade que consome e curte uma boa jogatina.
Caro jotaemilio
Eu acho que você tem toda a razão. O que falta hoje em dia ao mercado consumidor de bardgames é a consciência do quanto as coisas valem, acima de tudo. É óbvio que valor é subjetivo, e preço é objetivo, e, por isso, o que vale muito para mim, pode não valer nada para outra pessoa, por isso pode ser que um jogo realmente valha R3 350,00 para uma pessoa, e para outra não valha nem R$ 35,00. Do mesmo modo, todos aqui concordam, ou pelo menos deveriam concordar, que as pessoas devem ser totalmente livres para disporem do seu dinheiro, da maneira como lhes aprouver. Por isso, se a pessoa quiser gastar tudo o que possui comprando absolutamente todos os boardgames que forem lançados, por todas as editoras, apesar dos graves erros que ocorrem em vários jogos e que ficam sem solução, bom, o dinheiro é da pessoa, e ela tem o direito de fazer o que quiser com ele.
No entanto, se por um lado a pessoa deve ser livre para dispor de seu dinheiro, por outro lado, falta consciência, de que, se editoras como Galápagos e Conclave, lançam jogos com erros graves um atrás do outro (e não fazem nada para resolver esses problemas), com preços altíssimos ainda por cima, mas apesar disso tudo, as pessoas continuam comprando jogos dessa empresas, não é preciso pensar muito, para concluir que elas jamais vão se preocupar se os seus jogos são produzidos, e lançados, com defeito ou não. Por que a editora deveria se esforçar para que seu próximo jogo seja bem traduzido, e bem revisado, antes de produzi-lo e lançá-lo, se as pessoas vão comprar de qualquer jeito, esteja ele correto ou não, e custe o que custar.
Se uma, ou até mesmo dez pessoas, pararem de comprar jogos da Galápagos ou da Conclave, devido ao alto preço, que não está de acordo com o que o jogo entrega, ou devido à contumácia dessas empresas em lançar jogos com defeito, e não consertarem o problema, estas editoras não vão dar nenhuma importância. Mas se 1.000 pessoas deixarem de comprar os jogos dessas editoras por conta de suas práticas equivocadas, certamente ou elas começarão a lançar os jogos sem defeito e a corrigir eventuais ocorrências nesse sentido, ou simplesmente vão acabar fechando, dando lugar no mercado, a outras editoras, que tratem melhor seus consumidores.
Um abraço.
Iuri Buscácio
P.S. Um floco de neve é uma das estruturas mais frágeis da natureza, mas quando se juntam em uma avalanche, seu poder é devastador.