iuribuscacio::
Caros Brunastico15, Paulo Segundo e norDicoBR
Vocês têm toda a razão.
O problema não são apenas os preços altíssimos e completamente irreais, mas sim pagar esses preços e receber um produto com defeito, porque é exatamente isso que a Galápagos tem feito nos últimos anos: vender produtos defeituosos.
Infelizmente, além dos jogadores normais, que querem apenas comprar e jogar o jogo existe também uma parcela significativa do mercado consumidor de boardgames, composto por dois tipos de pessoas, os “colecionadores” e os “revendedores individuais”. Para esses, o jogo em si, o preço e a qualidade dos componentes não têm nenhuma importância.
Os colecionadores não querem jogar, mas apenas consumir pelo próprio consumo, como se adquirir um jogo, fosse um fim em si mesmo. É o comprar pelo prazer de comprar. Nessa lógica, a satisfação está muito mais focada em “comprar o jogo” do que em “jogar o jogo”. Depois o camarada coloca a caixa lacrada para enfeitar a estante e ficar com a sala igualzinha ao cenário daquele produtor de conteúdo legal, cheio de visualizações. Para esse “colecionador”, pouco importa o preço, porque ele pagará qualquer valor para ampliar sua coleção. Tampouco importa se o jogo tem erros ou não, porque ele talvez nem saia do plástico, para conservar melhor. Por incrível que pareça, eu vejo muito gente assim.
Os revendedores individuais, por outro lado, são aqueles que literalmente cagam para o jogo, e estão mais focados em comprar um jogo por X, e revendê-lo por X+50%. Para essas pessoas o preço não importa tanto, porque elas vão receber o dinheiro de volta, na revenda, e com lucros. O que importa é o baixíssimo tamanho da tiragem produzida e um grande hype em torno do lançamento, porque é isso que vai aumentar exponencialmente o lucro, quando o jogo se esgotar nas lojas, e só puder se comprado na mão do revendedor. Foi exatamente isso que aconteceu com o Gloomhaven, ou seja, hype e preço altíssimo, e tiragem baixíssima. O resto todo mundo já sabe como foi.
Do mesmo modo que o colecionador, o revendedor também está se lixando se o jogo terá erros grosseiros ou não. Isso porque sempre haverá alguém querendo comprar “o jogo sensação do momento”, mesmo que ele venha recheado de erros e falhas as mais grotescas (isso mesmo, eu estou olhando para vocês “Esperma de Baleia” do “A ilha do Tesouro” e “Guereira” do “Masmorra do mago Louco”). Então, para os revendedores, pouco importam as cagadas que a editora fizer, desde que ela promova um alta comoção ao redor do lançamento do jogo, publicando anúncio, pagando por resenhas positivas e mandando cópias para os produtores de conteúdo.
Apesar disso, me parece que a coisa está se modificando, pelo menos em relação ao preço. Aqueles que apostaram que o Nemesis seria um “segundo Gloomhaven”, sendo lançado a R$ 1.000,00, se esgotando em horas ou dias, e que depois seria revendido facilmente por R$ 1.500,00, tiveram uma surpresa desagradável. Já tem mais de um mês do lançamento do Nemesis (03/11), e o jogo ainda não se esgotou e pode ser comprado normalmente em lojas como RED Jogos, Play Easy, Caixinha Board Games, Bravo Jogos, entre outras, muitas delas com preço promocional. Até aqui no Ludopedia o Nemesis está sendo vendido a preços muito próximos do lançamento, muito diferentemente do que ocorreu com o Gloonhavem.
Desse modo, se as editoras, e os “revendedores individuais” achavam que iam continuar a vender jogos a R$ 1.000,00 tranquilamente, como se isso fosse “troco de pinga”, me parece que o “tom da rabeca” não é bem esse, não.
Obviamente, talvez ainda esteja muito cedo, para dizer que o Nemesis vai encalhar, ou que as pessoas começaram a se conscientizar de que R$ 1.000,00 é muito dinheiro por um boardgame. Principalmente quando ele vem todo cagado, como parece ser a regra hoje em dia, e a editora não dá a mínima para seus consumidores, nem se preocupa em limpar a cagada que fez.
Vamos torcer para que isso seja, ao menos, um indício de mudança no cenário do boardgame nacional.
Um abraço.
Iuri Buscácio
Voce sofreu bulling por algum colecionador na sua infância? rsrsrs Quanto ódio!
Nada do que você descreveu representa um colecionador. Eu sou colecionador de quadrinhos a anos. Vou em convenções, faço amizades, leio todas as revistas que eu compro, guardo as revistas ordenadas e sou extremamente cuidadoso.
Falar que a QUALIDADE de um jogo não faz diferença para um colecionador??? Ficou maluco? O mercado de quadrinhos sobe e desce justamente com a qualidade das histórias, impressões, estado do produto. Existe um caso curioso onde várias revistas do aranha perderam um preço absurdo por causa de uma das piores sagas da história (a infame saga do clone) e as revistas anteriores a essa saga valorizaram.
ERROS? Reclamo na hora. Devolvo revista se ela tiver uma orelha dobrada! Se é para ter um item legal eu vou topar aceitar algo com defeito?? JAMAIS.
Alias, como já comentei, não acho que nenhum jogo no Brasil vale qualquer centavo para um colecionador sério. Eles são COPIAS dos jogos originais lançados no USA. Só servem para quem conhece português, que nem é uma das principais línguas no mundo. Se eu quero um item para falar que é colecionável, compro o first print na língua original.
Valor? Claro que faz diferença sim! Se eu sou colecionador, quero manter uma boa coleção. Comprar um item em um preço absurdo é deixar de comprar outros dois itens. Ninguém aqui tem conta sem limites! Então acho que os reais colecionadores são muito mais exigentes com o dinheiro deles, pois eles sabem que pagar caro vai fazer falta em uma outra situação futura. Além disso outros fatores pesam. Até espaço. Para que comprar uma revista que vai ficar jogada em um canto, tomando sol e desbotando? Na hora de comprar já verifico se tenho um local adequado pois ela pode desvalorizar se ficar mal guardada.
Ou seja, minhas compras são extremamente ponderadas, avaliadas e considero inúmeros fatores antes de fazer uma compra. E repito mais uma vez. NENHUM JOGO VENDIDO NO BRASIL TEM VALOR PARA UM COLECIONADOR. OS ITENS QUE REALMENTE VALEM SAO OS ORIGINAIS, NA LINGUA ORIGINAL DO PRODUTO, FIRST PRINT. Para um colecionador, Kickstart é um dos principais focos. Sendo que muitas vezes o pessoal nem gosta das versões Kickstarter por causa do preço, língua (que nao esta em português) e muitas vezes os erros. Muitos preferem a primeira versao "de linha" pos geralmente vem com melhorias e correções.
Alias, o unico jogo Brasileiro que eu considero colecionável é o Jogo da Fronteira, pois é exatamente a primeira edição, na língua original, do Sheriff of Nottingham
E o mais legal é que as pessoas sempre dizem que os colecionadores sao os OUTROS. rsrsrs. Eu escutei um cara reclamando, uma vez, que os GOLs GTIs primeira geracao, 89 tinham ficado muito caro por que os colecionadores tinham comprado eles todos. Ai eu perguntei: E para que voce quer um GOL GTI 89 e voce vai usa-lo todo dia? Ele respondeu: Ta louco? Nao, vou dar uma volta nos finais de semana e olhe la. Vou manter meu carro principal e dar umas voltas com o GOL uma vez o outra. Eu respondi: OK, entao voce E um colecionador e so esta puto por que outros compraram o item que voce queria na sua frente....
Tem um monte de gente que reclama dos preços de Gloomhaven, mas quando compra nao passa de 10 partidas e para. E ai guarda o jogo por mais 1 ano esperando achar o "grupo ideal". Desculpe, mas vocês SAO colecionadores. Eu olhei a lista de algumas das pessoas que estao reclamando de colecionadores e tem gente com mais de 130 jogos....
Acho que os seus argumentos são validos, mas não tem nada a ver com COLECIONADORES. Tem a ver com ESPECULADORES que querem ganhar dinheiro no hype de pessoas que compram jogos em valores absurdos. EU jamais pagaria 1.500 em um Gloomhavem. Prefiro pegar 4 outros jogos melhores. Alias, recentemente o jogo que eu aproveitei para comprar foi o Star Wars Rebellion que é um excelente jogo e que voce acha por 400 reais. METADE de um Nemesis.