Seria por causa dessa música maravilhosa protagonizada pela Rebecca Black em 2011?
Veja como fez sucesso, jovem! (e naquela época você já achava que as coisas não tinham como ficar pior? Hahahah :’( )
(Sim, jovem, eu uso o Youtube no modo Dark. Às vezes as pessoas de fora acham que eu estou em outro tipo de site :/ )
Até o Glee fez uma versão deles…
Jovem, pare aí mesmo! Já basta Rebecca Black, se você colocar Glee, eu juro que vou embora e ainda te xingo muito no twitter!
Ok, jovem, você venceu. Só não me xinga no twitter, que eu nem tenho. Tudo menos isso.
Humph!
Voltando… Talvez, na verdade, o que gostamos mesmo é da "sexta feira", aquela marreta que é tão pesada que você tem que usar na sexta porque você vai ficar todo torto no final de semana todo?
Sim, jovens, aqui o ritmo é frenético, mudamos de Glee para material de obra em uma sexta feira.
Seria por causa daquele dia especial do ano onde os preços dos produtos caem vertiginosamente e as pessoas ficam alucinadas querendo aproveitar boas promoções? Chegando ao ponto de correr o risco de serem pisoteadas em meio ao frenesi consumista?!
Isso mesmo, o Aniversário Guanabara. Achou que eu estivesse falando de quê? Black Friday? pfff…
Ok, eu menti pra vocês, todos sabem que o Aniversário Guanabara acontece umas 5 vezes por ano.
Afinal, de onde vem esse fascínio por esse dia que, quando cai no dia 13 do mês, as pessoas até fazem filmes de terror?
Não, jovens, a única razão explicável para nós gostarmos tanto desse dia é por causa disso aqui:
Mas Luis…
O que foi, jovem?
Esse jogo…
O que tem ele? É um jogo sensacional, muito bem feito…
ESSE JOGO TEM TEMA!
Pera, jovem, você está me dizendo que esse jogo tem tema?!
Sim, Luis...
Ahem, voltando. Agora que nos livramos daquele jovem herege infiel… onde já se viu? Eu jogando jogo com tema… Daqui a pouco vai me pedir pra fazer review de Ameritrash.
“Eu vou ao banheiro…” “Ok, você precisa fazer um teste de destreza!” “Quê?!” “Você precisa de jogar um D20 para ver se você foi ao banheiro com sucesso…” “...ok, eu acho...” “Você tirou 1! Isso significa que você se mijou violentamente nas calças, jovem! Na frente da sua família, amigos, seu chefe, um padre, os fantasmas dos seus ancestrais mais nobres e do amor da sua vida!” “Porcaria! Terceira vez nessa campanha!”
(Depois me diz se você sacou a referência do The Binding of Isaac no hyperlink do D20)
Sim, jovens. Já que o jovem intrometido que foi jogado pela janela do prédio, que Deus o tenha, colocou esse assunto no ar, Friday é inspirado no romance de Daniel Defoe escrito em 1719, intitulado Robinson Crusoe. O próprio nome do jogo é referência a um personagem do livro de mesmo nome, Friday, um nativo que interage com Robinson ao longo da história (sem muitos detalhes para evitar spoilers).
Mas você, jovem fiel seguidor do canal pode respirar aliviado, fique tranquilo, esse jogo não tem tema.
Poxa, Luis, que alívio, jovem. Achei que você fosse oferecer algo para a gente com…. eca, não consigo nem falar direito… Tema!
Não, jovem. Eu nunca faria uma coisa dessas com você.
Tá tudo bem, jovem. Tá tudo bem. Passou, passou, shhh…. não tem tema aqui. Só mecânicas e abstrações numéricas. Poderia ser tranquilamente um jogo sobre viagens espaciais, Egito antigo, Europa feudal, etc.
Aqui está uma versão do mesmo jogo feita por um fã com o tema da Marvel.
Na realidade, o designer muito provavelmente escolheu esse “””tema””” por uma simples razão: começa com F.
Acontece, jovem, que esse jogo foi criado por nada mais nada menos que Friedemann Friese e há duas coisas que você precisa saber sobre esse jovem pitoresco.
1 - Todo jogo dele tem uma caixa verde.
2 - Todo jogo dele começa com F.
Mas esse não é o cara do Power Grid? Power Grid começa com… P?
Sim, jovem, análise cirúrgica da sua parte, Power Grid de fato começa com…. P. Acontece que o nome original do jogo é esse palavrão aqui:
A coisa mais temática sobre esse jogo é que você o joga inteiramente sozinho.
Nem venha você advogar sobre o quanto esse jogo é verdadeiramente temático, jovem! Você já viu o que aconteceu com o jovem anterior.
Luis, você tá agressivo hoje, jovem. Tá tudo bem?
Sei lá, jovem. Jogos temáticos mexem comigo. Eu fico meio exaltado, desculpa.
Shh… passou, passou. Fala pra gente como se joga isso?
Então Friday é um deckbuilding solo com aspectos de push your luck. Seu objetivo é sobreviver na ilha repleta de perigos, vencer os piratas e voltar para a civilizaçãoconseguir passar pelas três fases do jogo e obter o maior número de pontos de vitória que conseguir depois da conclusão do jogo.
Como todo bom deckbuilder que se preze, você começa com um deck fraco:
A maioria das suas cartas têm valores baixos como 0 e -1. Uma carta dessas lhe concede a habilidade de te dar 2 pontos de vida extras, o que é muito, muito bom (mais a seguir).
O jogo tem três baralhos: respectivamente seu baralho de combate (tabuleiro marrom), um baralho de velhice (tabuleiro azul) e o baralho de perigos (tabuleiro verde).
No começo de cada turno você saca duas cartas do baralho de perigo e escolhe uma para lutar contra.
Um dos aspectos de design mais interessantes que eu vejo nesse jogo é como as cartas de perigo são feitas. Elas são divididas em duas metades. A metade do perigo em si (na parte de cima da carta da direita) e a metade da habilidade adquirida caso você vença esse perigo. Em outras palavras, se você consegue vencer o perigo, essa carta agora fará parte do seu deck com o lado do Robinson. Você sente que está de fato ganhando experiência à medida em que você vai vencendo os perigos ^^. Luis, isso é um resquício de tema? Não, jovem, isso é uma mecânica colocada apropriadamente dentro de um contexto artificial. Você está vendo coisas, jovem…
Quando você vence um perigo, ele vai pra sua pilha de descartes juntamente com as cartas que você usou para vencê-lo. Como você faz isso? Bom, você está vendo aquele número na parte esquerda do perigo? (no caso do perigo da direita é um número 3 dentro de uma setinha branca). Isso significa que você pode sacar até três cartas do seu deck de combate, se a soma dos valores dela der 2 ou mais (valor dentro do círculo verde na direita), você vence o perigo e adquire a carta.
Mas e quanto aos outros dois valores ali naquele sinal de trânsito?
Ah.. ainda bem que você notou, jovem. O jogo tem 3 fases, a verde, a amarela e a vermelha, como na auto escola. Você sempre roda o baralho de perigos, quando esse baralho acabar, você o reembaralha com as cartas que sobraram nele e agora essas cartas estão um nível de dificuldade acima. Repare como no nível verde você precisa de um poder 2 sacando 3 cartas, mas no nível vermelho, você precisaria de 8!
Nossa, Luis, mas isso é tipo…. tipo 4 x o valor!
Exactamente, jhóvën
Mas e se eu não conseguir chegar ao valor indicado na carta? Aí, jovem, você tem duas opções:
Ou você continua comprando mais cartas além da contagem inicial, vou você perde.
Ah, que bobeira! Pra que que eu vou querer perder?! É só continuar comprando mais cartas, oras. Jogo quebrado.
Acontece, jovem, que para comprar cartas acima do limite estabelecido no perigo, você precisa pagar um preço (Uhh). Você precisa pagar com a própria vida… Mais especificamente com pontos de vida! Para cada carta extra que você comprar, é um ponto de vida que você paga.
Os pontos de vida são esses perecotecos verdes aí.
Você começa com 20 ou 16 pontos de vida, dependendo do nível de dificuldade que você quiser jogar.
“Se você perder todos os seus pontos de vida, você morre”.
- PERDOMO, Luis
Na verdade você perde se você tiver que perder vida e você não tiver como, ou seja, você não perde com 0 vida, mas com -1.
Ok, mas meu baralho é uma porcaria no começo. Ele está repleto de cartas -1. As chances de eu piorar a situação são grandes. O que acontece se eu declarar que eu perdi para aquele perigo?
Ah, jovem, que bom que você está prestando a atenção. Algo mágico acontece nos deckbuilders: Trashing!
Vejamos esse exemplo. O jovem jogador decidiu que era hora de parar. Sua pontuação final para esse perigo na fase verde foi -1, mas ele precisava de 1 para vencê-lo. A diferença é de 2 pontos. Como punição por ter perdido para o perigo, você perde 2 pontos de vida. A parte boa é que você pode dar trash nos seus cards de acordo com o número de pontos de vida que você perdeu. Repare que no canto superior direito das cartas tem um perecoteco verde igual ao token de ponto de vida. Você pode dar trash em um deles para cada ponto de vida que você gastar.
Estão vendo como ganhar vida é muito importante? Até mais do que cartas que te dão a habilidade de comprar novas cartas, uma vez que, para comprar cartas extras, você normalmente paga aquela quantidade em pontos de vida. Em 99% dos casos, ganhar vida é melhor do que comprar cartas (tem um pirata que é exceção, você tem que pagar 2 pontos de vida por carta extra que você comprar… vida que sobrou contigo no final vale pontos).
Em meio à dinâmica desses perigos, você, de certa forma, vai que escolher as batalhas que decidirá perder a fim de limpar o lixo da casa. Só não perca muitas batalhas pois sua vida é limitada.
Agora, uma das sacadas mais geniais desse jogo: por que não simplesmente secar o deck de modo que você tenha um baralho fininho com apenas cartas boas?
O jovem se lembra quando eu falei que se o baralho de perigos acaba, os perigos onde você perdeu são embaralhados e voltam um nível de dificuldade acima? Sempre que você embaralha seu deck de combate, ainda que ele esteja mais forte, um ciclo do deck tematicamente (eca) representa um certo tempo passando na ilha, significa que você, ainda que mais experiente, fica também mais velho e fraco.
Sempre que seu baralho de combate é embaralhado, além das novas cartas de combate que você conquistou vencendo os perigos, uma carta do baralho de velhice é adicionada nele de forma aleatória. Não tenha um baralho fino demais ou você vai ter cartas horríveis no seu deck como essas:
Ah, mas você ainda pode dar trashing nelas pagando os pontos de vida. Acontece que elas têm efeitos negativos devastadores, fora que elas custam 2 perecotecos para saírem de cena. Lembre-se, quando você perde um combate, você perde em vida a diferença entre o número indicado no perigo e a sua força de combate. Esse -5 na sua cara dói, vai por mim. Se serve de consolo, as cartas com uma barba branca na parte de baixo da ilustração ficam no fundo do baralho, elas são as últimas a serem sacadas. Detalhe, você também morre de velhice depois que o deck de cartas de idade acaba. Há cartas no baralho de perigos que, se vencidas, te dão a habilidade de dar trash nas cartas que aparecem em meio ao jogo sem precisar de necessariamente perder o combate.
Estamos há muito tempo falando de teoria aqui, o jovem deve estar cansado. Faça uma pausa vendo o Carlton fazendo a sua dancinha:
Depois de sobreviver a isso tudo e quando enfim concluir o nível vermelho, o destemido não tão jovem Robinson vai enfrentar dois piratas pré selecionados aleatoriamente no setup do jogo.
Piratas são cartas que têm um poder de combate bem maior, mas também lhe permitem comprar mais cartas para combatê-las. Algumas delas têm habilidades negativas adicionais para dificultar ainda mais a situação, como já vimos anteriormente.
Vença os piratas e gg.
Não sei se o jovem reparou, mas eu falei que tem um tópico no BGG onde te ensina a jogar esse jogo competitivamente. Esse jogo não é solo?
Então, se você jogá-lo pelo aplicativo, existe um torneio chamado King of the Island onde jogadores jogam uma disputa de mano a mano para ver quem faz mais pontos com uma mesma distribuição de cartas para ambos os jogadores. Ao final de cada rodada, apenas metade dos jogadores sobrevivem e essa dinâmica segue até que só tenha um jogador ao final. O cara do tópico do BGG ganhou esse torneio 3 vezes seguidas e reconheço que ganhei bem mais partidas depois que eu li o tópico dele.
Só para te dar uma ideia, jovem, eu comprei o jogo físico e o aplicativo, mesmo sendo solo. O app eu jogo quando estou na rua e por causa do King of the Island.
Friday conseguiu revolucionar outra mecânica que está bem batida que é o deckbuilder. Friedemann Friese deu um twist nas estratégias mais manjadas do gênero adicionando regras simples que mudaram completamente a sua forma de pensar a construção do seu baralho. Sem tirar, todavia, a essência que faz com que o deckbuilding em si tenha tanto apelo: a formação de combos de cascatas.
Não é um jogo tão popular quanto o jogo que merecidamente colocou o nome dele no hall da fama dos designers de boardgames, mas certamente é um dos jogos que mais admiro dele, além de seu jogo mais óbvio, FunkenschlagPower Grid. Com Power Grid, ele ganhou minha atenção, com Friday, ele ganhou meu interesse, assim como esse Friday aqui:
VOCÊ PROMETEU QUE NÃO IA COLOCAR ESSE VÍDEO!
Bom, se diferentemente do jovem revoltz, você ainda está aqui. Vamos aos prós e contras (preferencialmente ouvindo a música acima enquanto você lê haha. Por que não?)
Prós:
- Eu ia falar que é um jogo muito inteligente e muito bem feito, que proporciona decisões complexas e interessantes, mas todo prós eu começo com isso, chega a ser meio óbvio;
- É um jogo muito inteligente e muito bem feito, que proporciona decisões complexas e interessantes;
- Excelente opção solo para se jogar em menos de meia hora;
- Recompensa múltiplas partidas;
- Muito bem equilibrado;
- Sexta feira (graças a Deus);
Contras:
- Tem tema (???);
- Tem um certo fator sorte às vezes;
- A arte é de gosto duvidoso (“A ARTE É LINDA!”, disse o cara do avatar do Saint Petersburg);
- Não vende o jogo físico no Brasil, mas é possível comprar o app;
- O sleeve tem um tamanho fora dos padrões;
- Pode ficar um pouco enjoativo e repetitivo (já joguei mais de 100 vezes contando o app e o jogo físico, mas sou suspeito pra falar);
Se você ainda está por aqui, obrigado pela leitura e até a próxima, jovem. Abraço,
Esse review, excepcional, para o excepcional Friday criou três problemas pra mim:
1) Esqueci de colocar Friday no meu top 10 jogos solo para o top 100 da 1 player guilda brasil;
2) Agora eu quero, muito, esse Friday Marvel;
3) Eu não lembrava de existência do clipe Friday da Rebecca Black, e não conhecia a versão do Glee (nem lembrava de Glee também)...Isso foi um golpe muito baixo, agora pode levar anos até que eu esqueça de novo. Durante esse tempo, você será lembrado com rancor....
Júlio Ferreira::Esse review, excepcional, para o excepcional Friday criou três problemas pra mim:
1) Esqueci de colocar Friday no meu top 10 jogos solo para o top 100 da 1 player guilda brasil;
2) Agora eu quero, muito, esse Friday Marvel;
3) Eu não lembrava de existência do clipe Friday da Rebecca Black, e não conhecia a versão do Glee (nem lembrava de Glee também)...Isso foi um golpe muito baixo, agora pode levar anos até que eu esqueça de novo. Durante esse tempo, você será lembrado com rancor....
Hahahaha, que rebeldia é essa, jovem? Friday é amor. A música nem é tão ruim assim, vai? Hahaha. Desculpa, por isso, jovem.
Não nos responsabilizamos por eventuais danos mentais causados pelos vídeos contidos em meio ao texto.
Júlio Ferreira:::Esse review, excepcional, para o excepcional Friday criou três problemas pra mim:
1) Esqueci de colocar Friday no meu top 10 jogos solo para o top 100 da 1 player guilda brasil;
2) Agora eu quero, muito, esse Friday Marvel;
3) Eu não lembrava de existência do clipe Friday da Rebecca Black, e não conhecia a versão do Glee (nem lembrava de Glee também)...Isso foi um golpe muito baixo, agora pode levar anos até que eu esqueça de novo. Durante esse tempo, você será lembrado com rancor....
Hahahaha, que rebeldia é essa, jovem? Friday é amor. A música nem é tão ruim assim, vai? Hahaha. Desculpa, por isso, jovem.
Não nos responsabilizamos por eventuais danos mentais causados pelos vídeos contidos em meio ao texto.
Jovem falou bem da música, mas todos estão vendo o dislike no vídeo hahahaha
Anton10::
Jovem falou bem da música, mas todos estão vendo o dislike no vídeo hahahaha
Eu fico verdadeiramente satisfeito quando vocês notam essas sutilezas, jovens. Hahahaha. Eu dei o dislike totalmente de propósito com esse intuito. Obrigado por reparar nessa piada, jovem. Valeu a pena
LuisPerdomo::Talvez, na verdade, o que gostamos mesmo é da "sexta feira", aquela marreta que é tão pesada que você tem que usar na sexta porque você vai ficar todo torto no final de semana todo?
Quem disse q a coluna de Luis Perdomo não é cultura? Morri e não sabia q essa marreta se chamava sexta-feira.
LuisPerdomo::
Acontece, jovem, que esse jogo foi criado por nada mais nada menos que Friedemann Friese e há duas coisas que você precisa saber sobre esse jovem pitoresco. 1 - Todo jogo dele tem uma caixa verde. 2 - Todo jogo dele começa com F.
Ledo engano, Leda Nagle. America não tem caixa verde e não começa com F.
"Ah, mas tem outro designer além do Friese, ele não deve ser o autor principal"
Ah é? Então toma: Terra
Tem verde nas letras, mas todo mundo sabe q a Terra é azul. E não começa com F.
"Ah, mas é uma reimplementação de Fauna, q é do Friese e começa com F"
Ok, mas aí não é problema meu (e só pra constar, Fauna tb não tem caixa verde. E aliás America por sua vez tb é uma reimplementação de Terra, então provavelmente, na cabeça desse maluco, essas regras não valem para reimplementações... Ou não!)
LuisPerdomo::Não é um jogo tão popular quanto o jogo que merecidamente colocou o nome dele no hall da fama dos designers de boardgames, mas certamente é um dos jogos que mais admiro dele, além de seu jogo mais óbvio, FunkenschlagPower Grid. Com Power Grid, ele ganhou minha atenção, com Friday, ele ganhou meu interesse
Não conheço o Friday (infelizmente, mais um jogo q vc comenta q não posso opinar). Há cerca de 1 ano, em conversa em um grupo do Zapzap, quando ele lançou o Futuropia, eu escrevi esse texto dizendo oq eu achava do Friese:
"Acho q esse cara tá no hobby não pra fazer "jogos que todo mundo gosta" e sim experimentações, inovar, tentar quebrar barreiras e acho q isso tem o seu valor e saem novas ideias inclusive para outros designers. Ele fez aquela maluquice do 504, o Fear (um jogo sem manual) entre tantas outras loucuras, mas acabou ficando conhecido pelo jogo mais normal dele, Power Grid, que aliás eh excelente!"
E completei com essa epifania q me veio na hora. Senti tanto orgulho de mim mesmo pelas comparações q guardei comigo, e agora divulgo para a posteridade:
"Compararia o Friese ao Tarantino, no sentido de tentar sempre o novo, sair da zona de conforto. Já o Uwe eh o Tim Burton, tem um jeito único de fazer, vc sabe quando eh dele, mas tá sempre beirando o mesmo tema
E o Feld eh o Spielberg, faz jogo para a criança q existe dentro de vc"
LuisPerdomo::
- Eu ia falar que é um jogo muito inteligente e muito bem feito, que proporciona decisões complexas e interessantes, mas todo prós eu começo com isso, chega a ser meio óbvio;
- É um jogo muito inteligente e muito bem feito, que proporciona decisões complexas e interessantes;
Não sei do que eu gostei mais, se da análise das sextas-feiras do universo pop do @LuisPerdomo ou das assertivas do @tpcordeiro.
Quanto referência de D20, não peguei. Tirando o dado que batizou o sistema de RPG, D20 lembra infância.
Quanto ao jogo, você não joga com o Robinson Crusoé. Você joga com o Sexta-feira, e graças ao @danilopatro, não preciso jogar o texto no Google Translator:
"Você é Sexta-feira e vive em uma ilha deserta. Seus dias tranquilos se acabam quando Robinson aparace em sua praia depois de um naufrágio. Ajude Robinson a deixar a ilha e o ajude a melhorar suas habilidades de sobrevivência contra os perigos da Ilha. Se Robinson derrotar 2 piratas no final do jogo, ele conseguirá sair da ilha e você terá sua tranquilidade de volta..."
Então, você está treinando o sujeito para que ele pare de te amolar. Você escolhe os perigos que ele deve enfrentar. É um treino que deve ser o mais rápido possível para que você volte a sua vida de sombra e água fresca!
Devo discordar com a questão de "fator sorte", porque ele está incluído na mecânica. O resto é todo decisão:
- Você escolhe quando deve parar de puxar cartas.
- Você não precisa puxar todas as cartas que a carta de perigo indica.
- Você escolhe entre os dois perigos qual deve enfrentar (tanto pela dificuldade quanto pelo bônus se você vencer).
- O único limite de cartas que você tem para puxar, é a quantidade de vida disponível.
- Os piratas são escolhidos no setup.
tpcordeiro::Quem disse q a coluna de Luis Perdomo não é cultura? Morri e não sabia q essa marreta se chamava sexta-feira.
tpcordeiro::Ledo engano, Leda Nagle. America não tem caixa verde e não começa com F.
"Ah, mas tem outro designer além do Friese, ele não deve ser o autor principal"
Ah é? Então toma: Terra
Tem verde nas letras, mas todo mundo sabe q a Terra é azul. E não começa com F.
"Ah, mas é uma reimplementação de Fauna, q é do Friese e começa com F"
Ok, mas aí não é problema meu (e só pra constar, Fauna tb não tem caixa verde. E aliás America por sua vez tb é uma reimplementação de Terra, então provavelmente, na cabeça desse maluco, essas regras não valem para reimplementações... Ou não!)
Ah, jovem Cordeiro, você quase me pegou nessa. Acontece que quando o jovem está indo no canavial buscar milho, eu já estou de volta com a goiabada, jovem.
Agora eu te pergunto: qual é o esporte mais popular do planeta? Futebol. Aparentemente isso não tem absolutamente nada a ver com o tópico em questão, mas só aparentemente. Os alemães gostam de futebol. Qual é a nacionalidade do jovem Friese? Isso mesmo, jovem, alemão. Aí eu te pergunto, jovem juvenil, os americanos gostam de futebol?! A resposta é um grande NÃO em capslock! Os americanos desgostam tanto de futebol que eles são o único país do mundo que usam um nome diferente para futebol. Eles chamam o de "soccer". Eles têm inclusive um """futebol""" próprio onde os jogadores usam as mãos, a bola não é redonda, o gol fica lá no alto... tudo errado, tudo errado. A única coisa similar é que as pessoas saem na porrada e não recebem cartão. Qual é a cor do cartão que você deveria levar por entrar de voadora na canela do jovem do outro time? Amarelo, evidentemente! Arnaldo César Coelho que não me deixe mentir. Qual é a cor predominante na caixa do Terra? Azul. Qual é a cor da Terra? Azul. O jogo Azul é sobre azulejos, mas ele tem tema? Não! Tomem essa, ameritrashers. A Terra é uma bola (tomem essa, terraplanistas). Com a bola nós jogamos o quê? Futebol. A América fica aonde? No planeta Terra. Terra, planeta água. Qual é a cor da água?! Os desenhos animados e a piscina do meu vizinho não me deixam mentir, é azul. Por que estou insistindo tanto no azul? Qual era mesmo a cor do cartão, jovem? Isso mesmo, amarelo. Friese é alemão, logo gosta de futebol. Os americanos não gostam, então Friese não gosta dos americanos. Raciocínio lógico puro e simples. Percebe como tudo se encaixa perfeitamente?! Friese está mandando um cartão amarelo para os americanos. Agora você pega todo esse azul e mistura com amarelo. Eu não sou biólogo nem nada, mas até onde eu vi no whatsapp, azul + amarelo = verde. Qual é a cor dos jogos do Friese??? AAAAAAAAHHH.... Futebol começa com que letra, jovem?! AAAAAHHH... digo: F. Qual é a cor do campo de futebol??? Qual é a cor de uma abóbora? Isso mesmo, cor de abóbora. Os fatos são fatos, que também começam com F. Só não enxerga quem não quer. Qual é a cor da nota de dólar? Ein? As pessoas compram esse jogo nos Estados Unidos com que dinheiro? É a ironia perfeita. Eles pensaram em tudo. Ah, jovens, vocês são muito inocentes. Compartilhem no grupo da Família. Qual é a cor do whatsapp? Sem mais perguntas, meritíssimo.
tpcordeiro::Não conheço o Friday (infelizmente, mais um jogo q vc comenta q não posso opinar). Há cerca de 1 ano, em conversa em um grupo do Zapzap, quando ele lançou o Futuropia, eu escrevi esse texto dizendo oq eu achava do Friese:
"Acho q esse cara tá no hobby não pra fazer "jogos que todo mundo gosta" e sim experimentações, inovar, tentar quebrar barreiras e acho q isso tem o seu valor e saem novas ideias inclusive para outros designers. Ele fez aquela maluquice do 504, o Fear (um jogo sem manual) entre tantas outras loucuras, mas acabou ficando conhecido pelo jogo mais normal dele, Power Grid, que aliás eh excelente!"
E completei com essa epifania q me veio na hora. Senti tanto orgulho de mim mesmo pelas comparações q guardei comigo, e agora divulgo para a posteridade:
"Compararia o Friese ao Tarantino, no sentido de tentar sempre o novo, sair da zona de conforto. Já o Uwe eh o Tim Burton, tem um jeito único de fazer, vc sabe quando eh dele, mas tá sempre beirando o mesmo tema
E o Feld eh o Spielberg, faz jogo para a criança q existe dentro de vc"
Agora você que me surpreendeu fortemente, jovem Thiago. Sensacional a analogia. Estou sem palavras. (acho que gastei todo meu latim na lógica implacável do parágrafo anterior)
Não sabia que Fear não tinha manual. Bizarro, interessante e intrigante. Já ouvi falar de alguns jogos malucos dele, como o Fische Fluppen Frikadellen, que tem três caixas diferentes, A, B e C, e você poder literalmente jogar o jogo com 15 pessoas divididas em 3 mesas diferentes, mas é o mesmo jogo. Você sai de uma mesa e vai ver o que o jovem da outra mesa está fazendo, negocia com ele e volta para a sua mesa.
Um verdadeiro gênio louco.
Aquele momento que os jovens usam hiperlink para anexar memes. Eles crescem tão rápido
tuliobarros::Não sei do que eu gostei mais, se da análise das sextas-feiras do universo pop do @LuisPerdomo ou das assertivas do @tpcordeiro.
Quanto referência de D20, não peguei. Tirando o dado que batizou o sistema de RPG, D20 lembra infância.
Quanto ao jogo, você não joga com o Robinson Crusoé. Você joga com o Sexta-feira, e graças ao @danilopatro, não preciso jogar o texto no Google Translator:
"Você é Sexta-feira e vive em uma ilha deserta. Seus dias tranquilos se acabam quando Robinson aparace em sua praia depois de um naufrágio. Ajude Robinson a deixar a ilha e o ajude a melhorar suas habilidades de sobrevivência contra os perigos da Ilha. Se Robinson derrotar 2 piratas no final do jogo, ele conseguirá sair da ilha e você terá sua tranquilidade de volta..."
Então, você está treinando o sujeito para que ele pare de te amolar. Você escolhe os perigos que ele deve enfrentar. É um treino que deve ser o mais rápido possível para que você volte a sua vida de sombra e água fresca!
Sim, jovem, você está certíssimo. Tecnicamente, você é o sexta-feira. Isso seria uma afirmação imaculada se esse jogo tivesse tema . No caso, você é o jovem jogador atrás de uma partida solo em busca de pontos de vitória. Acordem pra vida, jovens. Mas sim, para essa juventude transviada que gosta de tema, esses jovens rebeldes, sim, essa informação é muito pertinente. Obrigado por chamar atenção para o detalhe.
tuliobarros::Devo discordar com a questão de "fator sorte", porque ele está incluído na mecânica. O resto é todo decisão:
- Você escolhe quando deve parar de puxar cartas.
- Você não precisa puxar todas as cartas que a carta de perigo indica.
- Você escolhe entre os dois perigos qual deve enfrentar (tanto pela dificuldade quanto pelo bônus se você vencer).
- O único limite de cartas que você tem para puxar, é a quantidade de vida disponível.
- Os piratas são escolhidos no setup.
Aí nesse caso respeitosamente devo discordar da sua discordância, jovem.
Sim, tecnicamente você sempre tem conhecimento de todas as cartas que estão no seu baralho de combate, no baralho de perigos, de idade, as cartas que foram jogadas para o lixo, cartas descartadas, etc. Você tem um controle sobre tudo o que já foi e o que ainda está por vir. Além disso, como você falou muito bem, você começa ali com uma gordura para queimar caso queira continuar escavando mais a fundo no seu push your luck. Contudo, o que eu caracterizo como sorte aí é a variável que você não tem o controle pleno como as citadas anteriormente: você não sabe a ordem das cartas toda vez que você embaralha o deck. E por mais controle estatístico que você possa ter da situação, há uma sorte envolvida no sentido de que tem cartas que você quer ver numa certa ordem e outras que você não gostaria de ver, ainda que você saiba que estão lá.
Você tem a consciência do risco, você controla as estatísticas, mas você não controla o que acontece na prática, mesmo que você possa blindar esse risco ao máximo com habilidade, experiência e uso adequado dos recursos. Alguns exemplos:
- Você abre a carta de idade "Stop" logo de primeira jogando contra os piratas ou um desafio alto. Ok, você sabia que a carta estava lá e que tinha 1/x chances dela ser a primeira do topo, mas não é como se você pudesse controlar o momento que ela vai aparecer (no máximo com a habilidade de "sort 3 cards", mas às vezes nem isso).
- Cartas muito boas aparecem juntas e cartas muito ruins também. Você abre um 4 quando você só precisava de 1. Você abre várias cartas de destruir, mas nada verdadeiramente ruim para ser jogado no lixo, suas cartas de idade estão no descarte.
- É o primeiro ciclo do seu baralho de combate. Você planeja perder um combate a fim de secar seu deck no começo do jogo e abre um 2 no "momento errado". Você então se vê naquele momento desconfortável onde você queria aquele 2 para ganhar uma carta mais relevante, você não vai dar tantos trashes quanto antes, alguns -1s vão ficar no seu deck para o próximo ciclo, etc. Você sabe que o 2 estava ali e que tinha 1/x de chances dele aparecer, mas você não sabe quando.
- Os dois perigos que aparecem são iguais e trata-se de um perigo que você não gostaria de combater naquele momento. Ex: dois canibais bem no começo, você já limpou um pouco do seu deck, então não é tão interessante assim dar mais trash, mas seu deck ainda não está bom o suficiente para ganhar de um canibal na raça. Ex 2: Você está com pouca vida na fase vermelha. Você sabe que suas chances maiores são contra perigos que te permitem comprar várias cartas porque assim você consegue forçar umas interações relevantes sem pagar muita vida. Você precisa de um perigo de valor alto para ter uma chance de fazer o seu baralho rodar devidamente, mas você abre dois perigos que só lhe permitem abrir uma carta só e o resto você paga com vida, que você tem pouca.
O não controlar a ordem é o que eu considero a "sorte" desse jogo, mas eu super entendi o seu ponto.
PS: Adorei a sua referência do D20 hahaha. Aquele D20 que eu coloquei é de um jogo eletrônico chamado The Binfing of Isaac. O D20 é um item muito forte do jogo. É um dos raríssimos jogos eletrônicos (não boardgames em versão digital) que eu ainda jogo de vez em quando. No caso estou há mais de um ano sem jogá-lo porque eu simplesmente já zerei praticamente tudo que dá pra fazer nesse jogo e estou esperando lançarem a última versão desse jogo Deus sabe lá quando (melhor pra mim porque eu não poderia jogá-lo nesse momento em que estou vivendo). O criador do jogo fez uma versão cardgame dele, mas é essencialmente um Munchkin, então é meio fraco em termos de mecânicas e só apela mesmo para quem gosta da franquia digital. Ele tem se aventurado pelo mundo dos boardgames recentemente e está criando outros cardgames do tipo, não necessariamente ligados aos jogos eletrônicos dele, mas nada que tenha chamado a minha atenção até então.
. No caso, você é o jovem jogador atrás de uma partida solo em busca de pontos de vitória. Acordem pra vida, jovens. Mas sim, para essa juventude transviada que gosta de tema, esses jovens rebeldes, sim, essa informação é muito pertinente. Obrigado por chamar atenção para o detalhe.
