deuschle::

Sven::

deuschle::

Sven::   Desde o anúncio do lançamento do novo Rococó, eu tinha em mente comprá-lo quando fosse lançado por aqui. Estava na espera... No entanto, após ver o preço de venda achei melhor parar para refletir. Para tudo na vida tem que se ter bom senso, inclusive para os hobbies. Independentemente de qualquer matemática que se faça ou qualquer que seja a tentativa de se explicar este preço, não acho saudável, para mim, gastar tanto dinheiro assim em um mero jogo de tabuleiro. Eu teria vergonha de responder às pessoas quanto eu paguei pelo jogo. Vivemos em um país onde muita gente não ganha esse valor para viver, por mês. Sinto que o hobby está perdendo o seu caminho. Com esses preços será inviável a entrada de novas pessoas no hobby a ponto de mantê-lo vivo. Não sou otimista em relação à continuidade do hobby em nosso país.

    Se a questão fosse apenas o dinheiro, eu compraria o Rococó, sem dúvida. Mas não é só o dinheiro, é o mal estar e a sensação ruim que eu sentiria comprando um jogo deste preço que me impede de adquiri-lo. Comecei a trabalhar com 10 anos de idade. Sei o quanto meu dinheiro vale e o tanto que suei para consegui-lo.

   Mas, para aqueles que comprarem o jogo desejo  boas jogatinas.

Grande abraço a todos.

Muito interessante o que vc falou. Me deixou pensativo de verdade tb!

O que te chamou a atenção, para te deixar pensativo?

Fiquei pensando que realmente não é uma questão apenas de dinheiro. Vai muito além da grana em si... Comprar algo que (mesmo que se tenha condições pra isso) no fundo te deixe de alguma forma incomodado não é lgl mesmo. Você comentou sobre ficar com um sentimento de vergonha caso comprasse e tivesse que responder às outras pessoas sobre o valor do jogo. Achei isso um bom exemplo de como ser honesto consigo mesmo e tb é um tapa na kra de todo mundo que pretende comprar o jogo e que não terá a coragem depois de falar o valor verdadeiro para um cônjuge, familiar ou amigo. 
É algo que vou procurar imitar e não poderia ter vindo em melhor hora. Ainda estou iniciando no hobby, quero sim montar uma coleção que me agrade mas quero fazer isso de uma maneira saudável e não a qualquer custo e quando falo isso estou pensando mais na minha relação comigo mesmo e com outas pessoas do que em qualquer outra coisa. Por mais legal que seja um determinado jogo, por mais que eu queira comprá-lo e até tenha condições para isso, vou me lembrar de pensar antes se isso poderia de alguma forma me deixar com uma sensação ruim ou até ter algum tipo de constrangimento em relação às pessoas próximas a mim. Essa é uma análise bastante pessoal que cabe a cada um responder por si. No meu caso já decidi que não quero perder o controle e ser dominado por algo que é apenas um hobby e nada além disso. Eu citei em um post anterior que tenho a impressão de que esses jogos realmente se tornaram um vicio pra algumas pessoas e eu não estou afim de cair nessa tb. Bem, acho que foi isso que me deixou pensativo e agradeço por ter compartilhado! Abraço

Vinícius,
fico muito feliz que meu texto tenha te tocado a esse ponto e concordo com tudo que você escreveu. Parabéns pela sua autenticidade e obrigado pelas palavras.
Grande abraço.
Rodrigo (Sven)

Acho que a discussão sobre o preço só fica válida quando é considerado um fator que não foi cogitado aqui ainda (pelo menos eu acho que não... é muito post):

...obviamente, a Mosaico NÃO paga U$130 pelo jogo.

O preço de U$130 é o que os gringos cobram depois de aplicar o lucro e todos os custos – inclusive o frete (tudo é feito na China) e certos impostos. Em regra, uma editora fica com 40% do valor MSRP quando vende para distribuidoras. Digamos que a Mosaico pagou 50%, num pior cenário possível.

Isso dá U$65 por cópia. (Em regra seriam U$52, mas vamos continuar numa estimativa pessimista).

No Brasil, o jogo está saindo a U$170. Significa que a Mosaico tem no mínimo U$105 de lucro e custos por unidade.

Em suma: será que o custo de enviar o jogo para Brasil é tão maior assim que o custo de enviar para os EUA, a ponto de justificar a diferença de U$40 no preço? O debate é esse.

Acho que o amigo Rodrigo Sven foi muito feliz nas suas palavras. Realmente é algo para se envergonhar. Já vi muitos colegas que embora não tenha dito, a expressão de vergonha era clara ao falar em valores dos jogos. 

Quem quer comprar bem, divirta-se!

Eu sou da turma que vai jogar o que adquiriu ao longo dos anos e aproveitar ao máximo!

Resta saber se terá o preço tão salgado quanto nas próximas levas.

GAVicente::Acho que o amigo Rodrigo Sven foi muito feliz nas suas palavras. Realmente é algo para se envergonhar. Já vi muitos colegas que embora não tenha dito, a expressão de vergonha era clara, ao falar em valores dos jogos. 

Quem quer comprar bem, divirta-se!

Eu sou da turma que vai jogar o que adquiriu ao longo dos anos e aproveitar ao máximo!

Obrigado pelas palavras, Vicente. Eu também sou desta turma, até mesmo porque já tive o Rococó, no passado longínquo e não gostei.
Grande abraço.
Rodrigo(Sven)

caieme::Acho que a discussão sobre o preço só fica válida quando é considerado um fator que não foi cogitado aqui ainda (pelo menos eu acho que não... é muito post):

...obviamente, a Mosaico NÃO paga U$130 pelo jogo.

O preço de U$130 é o que os gringos cobram depois de aplicar o lucro e todos os custos – inclusive o frete (tudo é feito na China) e certos impostos. Em regra, uma editora fica com 40% do valor MSRP quando vende para distribuidoras. Digamos que a Mosaico pagou 50%, num pior cenário possível.

Isso dá U$65 por cópia. (Em regra seriam U$52, mas vamos continuar numa estimativa pessimista).

No Brasil, o jogo está saindo a U$170. Significa que a Mosaico tem no mínimo U$105 de lucro e custos por unidade.

Em suma: será que o custo de enviar o jogo para Brasil é tão maior assim que o custo de enviar para os EUA, a ponto de justificar a diferença de U$40 no preço? O debate é esse.

Se você comprar pela Eagle, o custo do frete lá está em 86 dólares.
E tudo que você passou foi muito especulativo porque não tem como saber quanto aceitaram ter de lucro, pode ser a porcentagem que você falou ou algo consideravelmente abaixo disso, mas ganhando o suficiente na quantidade pra justificar a operação que estão fazendo.
O fato é que importar por conta própria dá praticamente o dobro dos 900 reais. Dificilmente teria como ficar muito abaixo disso mesmo que eles paguem mais barato por unidade.

caieme::Acho que a discussão sobre o preço só fica válida quando é considerado um fator que não foi cogitado aqui ainda (pelo menos eu acho que não... é muito post):

...obviamente, a Mosaico NÃO paga U$130 pelo jogo.

O preço de U$130 é o que os gringos cobram depois de aplicar o lucro e todos os custos – inclusive o frete (tudo é feito na China) e certos impostos. Em regra, uma editora fica com 40% do valor MSRP quando vende para distribuidoras. Digamos que a Mosaico pagou 50%, num pior cenário possível.

Isso dá U$65 por cópia. (Em regra seriam U$52, mas vamos continuar numa estimativa pessimista).

No Brasil, o jogo está saindo a U$170. Significa que a Mosaico tem no mínimo U$105 de lucro e custos por unidade.

Em suma: será que o custo de enviar o jogo para Brasil é tão maior assim que o custo de enviar para os EUA, a ponto de justificar a diferença de U$40 no preço? O debate é esse.

Esqueceu do transporte e das tarifas alfandegárias? Esse jogo é caro lá fora, isso porque ganham bem mais que aqui. Ninguém vende por um preço absurdo simplesmente porque quer. 
Entendo a frustração de não poder comprar todo jogo que quer, mas é a vida. Se você gosta dos jogos do autor, procure outros mais em conta. 

Sven::

anjocaido::

Sven::   Desde o anúncio do lançamento do novo Rococó, eu tinha em mente comprá-lo quando fosse lançado por aqui. Estava na espera... No entanto, após ver o preço de venda achei melhor parar para refletir. Para tudo na vida tem que se ter bom senso, inclusive para os hobbies. Independentemente de qualquer matemática que se faça ou qualquer que seja a tentativa de se explicar este preço, não acho saudável, para mim, gastar tanto dinheiro assim em um mero jogo de tabuleiro. Eu teria vergonha de responder às pessoas quanto eu paguei pelo jogo. Vivemos em um país onde muita gente não ganha esse valor para viver, por mês. Sinto que o hobby está perdendo o seu caminho. Com esses preços será inviável a entrada de novas pessoas no hobby a ponto de mantê-lo vivo. Não sou otimista em relação à continuidade do hobby em nosso país.

    Se a questão fosse apenas o dinheiro, eu compraria o Rococó, sem dúvida. Mas não é só o dinheiro, é o mal estar e a sensação ruim que eu sentiria comprando um jogo deste preço que me impede de adquiri-lo. Comecei a trabalhar com 10 anos de idade. Sei o quanto meu dinheiro vale e o tanto que suei para consegui-lo.

   Mas, para aqueles que comprarem o jogo desejo  boas jogatinas.

Grande abraço a todos.

Agora você deixou pensativo amigo. De verdade!

O que te chamou a atenção, para te deixar pensativo?

Todo o seu texto, me identifiquei totalmente. Nos meus círculos de jogatina já tenho vergonha de falar que paguei R$400/R$500 em determinados jogos, R$900 então... O que acho que ameniza no meu caso é que não tenho jogo na minha coleção que está alí na estante só decorando pois tenho desfeito de alguns jogos e priorizado os que tem modo solo e o On Mars não será diferente mas a questão nem é essa, a questão é: eu preciso de novos jogos? Se sim, de quais? No caso do Rococó Deluxe eu fiz essa escolha no início do ano e decidi que queria sim uma edição melhorada de um dos meus jogos preferidos (com mais tiles de vestidos, com recursos bacanas no lugar de cubos, com track de pontuação no tabuleiro que é uma coisa que sempre me perguntei porque a edição que eu possuo não tem, etc), mas no caso do On Mars eu não sei, já tenho Lisboa e Vinhos que são excepcionais e o The Gallerist e Kanban que são bons. Acho que entrei no automático de querer ter a experiência de jogar um jogo novo, mas não com qualquer jogo, com jogos específicos, por exemplo, fiquei muito chateado por não conseguir pegar o Amsterdam pois Macao há anos é o topo da minha lista de prioridade, mas a Queen Games não facilitou para os brasileiros e não teve como, vida que segue. Tenho vários do Feld, não ter mais um fez alguma diferença? E aí estou pensativo agora, preciso do On Mars? Vai fazer diferença na minha coleção? Ou deixo a vida seguir mais uma vez? 

A grande diferença entre o aristocrata (que pode gastar a vontade) e o "crasse mérdia" esnobe (que não deveria gastar, mas gasta assim mesmo), é que o primeiro, em todo seu poder e prepotência, simplesmente ignora os plebeus que se queixam dos gastos da aristocracia; já o segundo precisa, a todo momento justificar (principalmente para si próprio) o gasto que teve com seu mimo! Daí chovem explicações sobre porque o "tomóvel" que ele comprou deve ser tão caro e porque merece custar o que custou (ou os óculos de sol, ou o tênis, a cerveja artesanal, a bicicleta, o gloomhaven/on mars, etc).

adolfocaetano::A grande diferença entre o aristocrata (que pode gastar a vontade) e o "crasse mérdia" esnobe (que não deveria gastar, mas gasta assim mesmo), é que o primeiro, em todo seu poder e prepotência, simplesmente ignora os plebeus que se queixam dos gastos da aristocracia; já o segundo precisa, a todo momento justificar (principalmente para si próprio) o gasto que teve com seu mimo! Daí chovem explicações sobre porque o "tomóvel" que ele comprou deve ser tão caro e porque merece custar o que custou (ou os óculos de sol, ou o tênis, a cerveja artesanal, a bicicleta, o gloomhaven/on mars, etc).

Eu acompanhei todo o post porque estava interessado no jogo e ninguém me pareceu prepotente, com exceção de alguns que ficaram se ofendendo (e quem mais ofendeu foi quem queria ser dono do dinheiro dos outros).

Fizeram as contas apenas pra mostrar matematicamente que a situação de pandemia e problemas econômicos no mundo todo + problema na China (maior produtora) + preço do jogo já caro lá fora + câmbio extremamente alto + taxas brasileiras são fatores que encareceram o jogo. Acho que algumas pessoas ainda não entenderam que se tentar importar esse jogo por conta própria vai dar por volta de 1700 reais. E também não entenderam que o momento é péssimo pra comprar jogo e os preços vão estar malucos mesmo. Assim como o preço impacta a gente a ponto de chegar a 1700, impacta a empresa que traz. Isso é uma importação, não está sendo produzido com ferramentas daqui.

Da forma como as coisas estão caóticas, matematicamente, esse preço é o resultado da soma acima. Não adianta você querer que 3x3 seja igual a 2.

Em um momento que temos os problemas citados acima, você quer um preço que seria viável em uma situação sem os problemas citados acima. Não adianta, não existe mágica nem caridade. A realidade atual é ruim e é isso.

Se uma pessoa que ganha salário mínimo quiser pegar um empréstimo e pagar o jogo porque ela acha que o jogo vale o suor dela e que essa é uma aquisição que ela quer, isso é problema dela. Seja ela classe baixa, média ou alta. Cada um com seu cada um. Não adianta ficar querendo ser dono do dinheiro dos outros.

Jogo nicho em momento péssimo pra economia brasileira e para a produção chinesa, paciência! Eu mesmo vou ficar sem o meu. Estava muito disposto a pegar, mas desisti.

A impressão que dá é que é mais fácil pra alguns ficar culpando quem quer comprar do que entender que o momento tá uma porcaria e que mesmo nesses momentos ruins, cada um decide o que faz com seu dinheiro.

Queria que todos tivessem acesso ao jogo (mas lembre-se, ele é nicho!!!) e queria que os preços fossem muito menores, mas infelizmente o momento gera isso. Tá ruim? Vamos esperar passar a pandemia, a China voltar a produzir, o câmbio cair e exigir melhora nos impostos.