viniciusjf::Outra coisa, "Você precisa ter tudo que gosta sempre?"
Esta pergunta é essencial dentro do assunto, a chave, eu diria, mas relutamos em fazê-la a todo custo devido ao nosso narcisismo. É realmente uma armadilha muito perigosa.
Olha que coincidência, agora mesmo, enquanto digito isto, em minha mesa está um dos jogos out of print, que levei à casa de um amigo montem e que comprei por um valor bem alto recentemente, por ter "decidido" que o queria muito e pela dificuldade de encontrá-lo (coisa recente, porque estava pela metade do preço que paguei na shop4 no início da pandemia). O jogo é bom, excepcional na verdade, o ponto nem é o quanto ele é bom, no entanto um amigo meu conseguiu um lacrado semana passada por um preço bem menor do que o usado que eu comprei, além disto, depois da minha compra, já o vi em leilões por um preço menor do que paguei. Então, mesmo quando você de fato quer muito um jogo e ele, de fato, é um jogo excelente, pode valer a pena ter paciência!
Justamente, se formos aprofundar nessa questão do narcisismo que circunda o nosso hobby então... Não vai sobrar pano pra manga hahaha, essa discussão vai longe.
É interessantíssimo como nossa personalidade, medos, anseios, fraquezas, vulnerabilidades, se refletem em meio às atividades que compõem nossos interesses.
Eu prefiro nunca procurar pelos jogos que um dia comprei, sobretudo os que eu paguei caro porque... "Oh, meu Deus, Oh, meu Deus, só tem esse no mundo inteiro, se eu não comprar isso agora, ele vai se evaporar do universo!!!!". Sim, já agi muito em função dessa """lógica""" e paguei caro por isso, em todos os sentidos.
Aquele sentimento amargo em saber que paguei caro por um jogo que supostamente estava out of print, mas que volta e meia aparece aqui na Ludopedia mesmo ainda mais barato. Se arrependimento matasse, não é mesmo? Não sei o que é pior, se o dinheiro gasto à toa ou a dupla decepção ao perceber que estava errado e que agi por impulso em decorrência do emocional falando mais alto do que qualquer outra coisa.
Muitos desses jogos eu mal joguei, eram apenas troféus. Eu ficava mais empolgado em olhar para eles na estante do que abrir e jogar. É como se o valor contido neles, dentro da minha perspectiva ofuscada, fosse proveniente do fato de ter realizado aquela façanha de ter conseguido algo que muitos não conseguem, mas "eu teeenho, você não teeeem". Sendo que o verdadeiro mérito da coisa foi ter gasto mais dinheiro que os outros. Era como se, para mim, o jogo fosse melhor do que ele realmente aparenta só porque eu sabia que era raro. Definitivamente não era verdade, não à toa, eu vendi.