Em um 2019 abarrotado de lançamentos de jogos nacionais, escolher um jogo foi uma missão bastante complicada. Foram dezenas (ou centenas) de opções em complexidade, estilo e duração. Embora as maiores editoras cada vez mais concentrem as licenças de grandes títulos, vez ou outra somos surpreendidos por jogos fantásticos que acabam chegando à Terra Brasilis por editoras mais modestas. Foi o caso de Spirit Island.

(Olha o lindão ai! O jogo ou eu? Nunca saberemos...)
Spirit Island é um jogo cooperativo sobre a exploração de uma ilha. Os exploradores querem popular a ilha e extrair seus recursos o mais rápido possível. Até aí parece um plot comum, contudo, o grande diferencial é a perspectiva desta estória. Em Spirit Island, os jogadores são os espíritos que protegem a ilha (e seus nativos, os Dahan que mais parecem Champignons) dos invasores. Cada jogador assume uma das 8 entidades disponíveis e juntos devem combater aterrorizando e destruindo os invasores.

(Não parece cogumelo?)
Os 8 espíritos são completamente assimétricos com poderes, fraquezas e habilidades únicas dando ao jogo uma altíssima rejogabilidade. Os jogadores recebem um tabuleiro com as habilidades do espírito e um pequeno deck de cartas (que vai crescendo ao longo da partida, com um pequeno Deck Building). Munidos disso, os jogadores têm a missão de eliminar os invasores da ilha (representada por um belo tabuleiro modular) num jogo de controle de área bastante apertado.

As ações dos espíritos são controladas pelas cartas que usam a cada rodada. Os jogadores escolhem quais ações vão tomar a cada turno e então, simultaneamente, revelam as cartas escolhidas. A seleção simultânea de ações é um dos grandes acertos do jogo que faz com que todos os jogadores tomem decisões importantes e com autonomia, reduzindo aquela sensação que os jogos cooperativos podem trazer de apenas seguir as ordens de um jogador da mesa.

Os invasores são controlados por um pequeno deck de cartas que indicam quais ações eles vão tomar, Explorar (espalhar-se pela ilha), Construir (estabelecer Vilas e Cidades) e Devastar (atacar nativos, corromper terrenos, devastar a natureza). Cabe aos jogadores reagir com inteligência a cada movimento pois os invasores são muito numerosos, qualquer erro pode custar muito caro.
A condição de vitória para os espíritos varia ao longo da partida baseado no nível de medo que foi causado aos invasores. Inicialmente, para vencer a partida, os espíritos precisam devastar todos os invasores. Esse objetivo vai se tornando menos rígido à medida que os jogadores aterrorizam os adversários. Se o nível de terror for alto o suficiente, os jogadores podem fazer com que os invasores fujam de medo da ilha, vencendo assim a partida.

Os espíritos perdem o jogo se pelo menos um dos espíritos for totalmente destruído do mapa, se o baralho dos exploradores acabar e em outras condições de cada cenário, como nível de corrupção da ilha por exemplo.
Com uma combinação pouco provável de Deck Building, Controle de Área, Seleção de Ação Simultânea e Jogo Cooperativo, Spirit Island traz um euro cooperativo inovador, desafiador, bonito e bem ambientado. As mecânicas usadas por cada espírito têm ligação temática forte, as ilustrações são muito bonitas e a produção da versão nacional está fantástica. Spirit Island, até aqui, foi a minha melhor descoberta de 2019.
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