Ovatsug Rednal::Não sei como você faz pra jogar solo, se controla dois players, se tem alguma alternativa.. 

Mas acho bem melhor no app justamente por que são, tantas contas, tantos cálculos, tantos detalhes de produção que é difícil manter tudo certo. 

E discordo completamente da parte de que "quem está se defendendo tem mais oportunidades de reagir" . Pelo contrário, o dia q vc jogar com outras pessoas, se pensar assim, vai ser alvo de todo mundo.

Sem contar que o fato de que aviões dobram o poder de estratégias militares, não é incomum na última era ver alguém com 50+ de força enquanto você está bonitinho com 20, se muito, e aí bastam duas guerra de cultura pra te deixar em último lugar.


Com certeza jogar jogos físicos é sempre melhor, mas acho q vc só vai ver toda a profundidade desse jogo quando jogar no app (já que ao vivo com outros vai demorar), pois até a IA mais fácil vai te dar belas surras antes de vc conseguir ganhar. 

Lembrando q jogar controlando 2 ou 3 ao mesmo tempo ate pode ser bom pra testar estratégias mas nunca vai ser eficiente pois o seu jeito de pensar será o mesmo, diferente se for realmente outro a controlar as peças.

Mas não entenda como crítica não. Seu texto foi bem legal e o jogo é muito bom mesmo 

Que isso, de forma alguma, muito pelo contrário. Agradeço o comentário e as observações muito pertinentes por sinal.
Concordo totalmente com o que você falou sobre o fato de jogar solo usando apenas o meu modo de pensar tornar todas as estratégias enviesadas. Até comentei isso numa resposta a outro colega em meio à discussão aqui.

Jogar com outras pessoas vai expandir esses horizontes muito rapidamente. Até mesmo contra a inteligência artificial. Lembro-me que já tinha jogado Dominion com meus amigos umas duas dezenas de vezes até que fui jogar online, inicialmente contra a inteligencia artificial mesmo do site. Nossa, tomei uma surra daquelas. Hoje não perco mais pra IA e contra os outros jogadores fica pescoço a pescoço pra ver quem vai pegar aquela última província e fechar o jogo.

Mas voltando ao TTA, apenas esclarecendo o que eu quis dizer com "quem está se defendendo tem mais recursos para se manter de pé" é que quando você joga uma agressão contra alguém, o jogador que sofreu a agressão tem a oportunidade de descartar cartas para aumentar a sua força e conter a agressão, assim como descartando as próprias cartas que garantem bônus de poder, enquanto que o papel do agressor se resume apenas em jogar a carta e ser mais forte do que ele a princípio; ele não pode contra-atacar jogando mais cartas para reforçar seu poder, como no caso do jogador defensor. Outra coisa é que declarar uma guerra, por exemplo, consome ações militares. Duas, às vezes três. Sendo que seu oponente ainda terá um turno para reforçar suas unidades militares com todas as ações militares disponíveis. Então, de certa forma sim, teoricamente, quem está se defendendo tem um certo fôlego para responder a um ataque. Não é simplesmente você pegar uma carta e "toma essa" como muitos jogos mais agressivos nesse sentido.

Obviamente, se tratando de um jogo competitivo, onde todos os jogadores estão num mesmo nível, ninguém vai deixar uma pessoa avançar abruptamente no track militar ficando isolado. É uma guerra fria, você está vendo o que o cara tá fazendo e terá a sua vez para responder à altura. Claro que em meados do jogo, jogadores terão mais ações civis e militares, mais recursos, mais trabalhadores disponíveis, tudo isso influencia e muito. Por isso que eu acho esse jogo tão fenomenal, ele preza pela eficiência das jogadas em todos os aspectos. Timing é algo essencial nesse jogo e uma pequena perda de fôlego em meio a uma jogada errada pode se tornar uma bola de neve uma era seguinte. Concordo.

Apenas uma curiosidade, ao final da live do Heavy Cardboard, Mark, o jogador mais experiente com algumas dezenas de partidas no jogo físico, faz alguns comentários sobre o jogo e cita um caso atípico onde um jogador mais inexperiente, que estava bem atrás no poderio militar, acabou por não se tornar o saco de pancadas do grupo porque para o jogador que estava em primeiro era mais vantajoso atacar diretamente o que estava em segundo, mesmo que este fosse mais forte militarmente e por isso mais propenso a se defender melhor, mas caso não se defendesse, a vantagem que o primeiro jogador abriria seria maior do que se ele batesse diretamente no saco de pancadas, mesmo com uma probabilidade de sucesso maior. Claro que esse é um caso muito particular, mas acontece.

Num universo ideal, todos os jogadores teriam o mesmo nível. Outro ponto interessante já citado anteriormente é que minhas pontuações têm subido no balanço geral, tanto para o "jogador que perde" quanto para o "jogador que ganha", significando que eu estou conseguindo aumentar a eficiência de minhas ações, i.e., fazendo mais com menos. Ainda baixo o app, mas gosto muito de pegar nas cartas e nos cubinhos para me incomodar em jogar solo .

LuisPerdomo::

Wilianson::Fiquei curioso só com uma coisa. Vc joga TTA solo simulando dois jogadores ou na caixa vem uma variante solo? 

Então, até onde eu vi, na caixa não tem nenhuma variante solo oficial. É possível que alguém no BGG tenha criado uma versão extra oficial, tem sempre alguém lá que faz isso, mas na prática eu simulo uma partida com 2~3 jogadores mesmo.

É bom quando você quer testar duas estratégias ao mesmo tempo. Exemplo: de um lado eu foco mais em militarismo, no outro em produção de tecnologias. No final das contas, não tem jeito, você meio que tem que equilibrar tudo, o que muda é a ordem com que você vai fazer isso de acordo com o custo de oportunidade. 

Na prática, serve como uma forma de estudo do jogo em várias camadas simultâneas. É como se você tivesse jogando um mesmo jogo 2~3 vezes ao mesmo tempo (não arriscaria 4, ficaria muito maçante de fazer sozinho). Como você está jogando sozinho, é como um grande laboratório, você pode se permitir fazer jogadas bem ousadas só pra analisar o que acontece no longo prazo.

A desvantagem é que você pensa tudo conforme a sua própria caixinha. Alguém de fora poderia ver algo que você não viu, por mais que você esteja explorando o mundo aberto por conta própria. Ainda assim, é um exercício interessante por si só. Sempre aprendo uma coisa nova simulando e percebo que a pontuação tem aumentado para "ambos os players". A curva de aprendizagem está surtindo efeito.

Funciona assim: a cada jogada, você pensa "na perspectiva desse jogador, nessa situação, com esses recursos, ações e cartas na mão e mesa, qual é a melhor jogada que eu poderia fazer?". E assim vai. Basicamente qualquer euro multiplayer solitaire dá pra fazer isso.

Nunca pensei por esse lado, mas como os amigos já disseram, e eu concordo, gosto muito de jogar TTA pelo steam. A IA é bem desafiadora. Contudo tenho muita vontade de ter o jogo físico só oq desanima um pouco é a certeza da dificuldade q será colocá-lo na mesa. 

Wilianson::
Nunca pensei por esse lado, mas como os amigos já disseram, e eu concordo, gosto muito de jogar TTA pelo steam. A IA é bem desafiadora. Contudo tenho muita vontade de ter o jogo físico só oq desanima um pouco é a certeza da dificuldade q será colocá-lo na mesa. 

Exatamente. Esse é outro ponto contra implícito que está relacionado ao jogo, porém não de forma direta, que é a dificuldade de colocá-lo na mesa.

A minha cópia chegou nas vésperas da quarentena, não deu nem pra levar para a jogatina com os amigos porque não teve como. Eu tenho uns 2 amigos que topariam jogar, mas apesar de gostarem do tema, jogos de civilização, jogos baseados em cartas, etc, eles não costumam ter muita paciência com jogos que demoram mais de 2 horas, aí fica complicado . Espero que o TTA mude a ideia deles quando esse isolamento social acabar. O jeito foi matar a vontade jogando solo mesmo. Eu normalmente faço isso pra fixar o jogo na mente, ajuda também na hora de explicar, mas esse jogo foi tão certeiro no meu coração que eu comecei a jogá-lo sozinho mesmo. Deixava já pronto arrumado na mesa pra jogar mais uma vez no dia seguinte. Quando me dava conta "olha, passaram-se 3 horas". Às vezes ficava até 1 da manhã "deixa eu só acabar a era II, amanhã eu fecho a III" e ia jogando o jogo parcelado. Coisa de doido, adorei esse jogo. Dá pra ver pelo post.

TTA é um jogo irônico. A graça do nosso hobby é justamente reunir a galera, sair do virtual e ter uma interação presencial, falando besteiras, rindo, pensando em como fazer uma jogada melhor que a do amiguinho. Acontece que Through the Ages foi tão longe no fator tempo de jogo que a sua versão digital tem atraído mais fiéis por razões óbvias. Praticidade, comodidade, dinamicidade. Até arrumar e guardar o jogo consomem tempo e dão trabalho. Sem contar, como os colegas já mencionaram pelo fórum, a possibilidade de errarmos uma conta na pontuação ou na marcação de algo. Isso a plataforma virtual não erra. A graça dessa ironia é que se todos fôssemos por esse lado, não seria Ludopedia, jogos de tabuleiro, mas isso aqui seria mais uma comunidade de jogos virtuais simplesmente.

Não quero pregar a raiva aos jogos virtuais, muito pelo contrário. Eles estão aí para agregar. O virtual nunca vai tirar o charme de você tocar nas coisas, não importa se eles conseguem colocar óculos de realidade virtual, sensores, etc., não é a mesma coisa. Mas em tempos de quarentena, a gente se vira como pode

Ovatsug Rednal::

Concordo com você e embora tenha apps virtuais de quase todos os boards lançados, nada pra mim substitui o jogo físico, nem que dure horas e horas e horas (meu jogo preferido é TI3, pois ainda não joguei o 4), então dá pra ver que tempo de jogo não é problema pra mim.

a questão é realmente o AP que o jogo cria, sendo que muitas vezes na sua ação não tem muito o que fazer e aí, esperar 30 minutos pra chegar sua vez e você jogar em 2 minutos, é frustrante.

Sem contar que o principal problema é realmente o tanto de cálculos e cubos que vão pra lá e pra cá, gerenciar efeitos de líderes que aumentam cultura ou bônus militar, lembrar de somar cartas de estratégia militar, etc, é um jogo que tem muitos tracks e trilhas (se levar em conta que ainda por cima, você geralmente tem o track de produção e o track de estoque) você praticamente tem que contar as coisas duas vezes.. enfim, é um jogo muito propenso a erros. e justamente por isso é acho o único boardgame que pra mim foi aposentado no lado físico.

Claro, não me negaria a jogar uma partida, mas a parte de reunir os amigos, jogar junto, etc, eu prefiro jogar qualquer outra coisa, mesmo com setup demorado.

Mas óbvio que isso é questão de gosto pessoal.

Não, isso que você falou faz todo o sentido. Talvez até por isso mesmo que eu não queira me aventurar pelo app, não quero aposentá-lo. Ainda no exemplo do Dominion, que tem o site oficial onde você também joga contra uma IA, é seguramente o jogo que eu mais joguei na vida. Devo ter jogado mais de mil vezes, das quais umas 950 online. É muito mais fácil e rápido, não tem que ficar embaralhando, fazendo setup. Você resolve tudo num click, fechou a tela, acabou, já tá guardado. Ainda não aposentou a cópia física porque fico morrendo de vontade de jogá-lo presencialmente, pegar nas cartinhas, mas olha que estamos falando de um jogo totalmente baseado em cartas, sem os diversos tracks e cubinhos.

Eu jogaria ele também na mesa física, mas de fato, saber que em meia hora você joga no app o que em pessoa levaria umas 4 horas é uma conta pesada, mesmo que sejam 4 horas bem servidas. Fora que tem esse aspecto que você falou. Não vou nem mencionar as possibilidades de erros de conta, de atualizar o track devidamente, porque jogo é pra se divertir e não ficar na secura de ser perfeccionista, ainda que ninguém goste de errar, voltar jogada, conferir conta. Se no final da partida descobrirmos que fizemos algo errado, mas todo mundo se divertiu, bola pra frente e acertar na próxima. Agora, você, que tá acostumado, já conhece bem o jogo, já tem intimidade com todas as cartas, as sinergias, as estratégias, chegar na sua vez, pá, pow, 2 minutos, "sua vez", e cada um dos outros levar 10 minutos pra jogar, é muito complicado. 

É difícil até pra amadurecer o pessoal no próprio jogo. Se o dono do jogo, que tá acostumado, fica na sede de jogar o jogo, fica desanimado de ter que esperar um tempão pra sua próxima jogada, imagina o cara que além disso, ainda está aprendendo o beabá e leva um tempão para fazer as próprias coisas? Senhores, somos um nicho de resistência, esses tais de boardgames pesados.

Excelente post, TTA é um jogasso. Eu também acabei vendendo minha cópia física, mas apenas porque gosto de ter uma coleção enxuta. O principal problema da partida ao vivo é o downtime, principalmente em 4p. Mas se me chamarem jogo fácil.

Quem quiser jogar com a gente, temos um grupo no telegram com um pessoal difícil de vencer (meta super agressivo). Temos um ranking semestral calculado pelo trueskill, estamos na 5a. temporada já.

Segue o link: https://t.me/joinchat/BXplp1AGsZR-gSP64W9dHQ

toledoesilva::Excelente post, TTA é um jogasso. Eu também acabei vendendo minha cópia física, mas apenas porque gosto de ter uma coleção enxuta. O principal problema da partida ao vivo é o downtime, principalmente em 4p. Mas se me chamarem jogo fácil.

Quem quiser jogar com a gente, temos um grupo no telegram com um pessoal difícil de vencer (meta super agressivo). Temos um ranking semestral calculado pelo trueskill, estamos na 5a. temporada já.

Segue o link: https://t.me/joinchat/BXplp1AGsZR-gSP64W9dHQ

Nossa, que irado. Ótima iniciativa, parabéns a todos os envolvidos. 

Parabéns pelo post, e aos comentários. Me deixaram curioso para dar uma olhada nessa jogo

Parabéns pelo texto. Comprei o jogo físico mas até hoje só joguei o jogo no app. 
Quanto tempo leva uma partida de 4 players? 
Todos diziam que o twilight Imperium 4 era de 8 horas em 4 pessoas mas aqui sempre durou umas cinco horas. 

rickness::Parabéns pelo post, e aos comentários. Me deixaram curioso para dar uma olhada nessa jogo

Muito obrigado!: Through the Ages é aquele jogo que você tem todo o direito de não gostar, em função dos pontos citados, mas ele definitivamente merece sua atenção.