Mas o dia chegou! Era jogatina lá em casa e pedi pra ele trazer os dois jogos Começamos relendo o manual do Puerto Rico, do qual eu não lembrava absolutamente nada. Xicão chegou e pegou uma parte da explicação. Começamos uma partida-piloto em 3 e logo o Xupim também se juntou a nós. Por sorte ele sabia as regras e nos tirou as demais dúvidas. Achei o jogo muito bom, seria a redenção? Calma, isso foi só o começo.
Depois fomos aliviar a tensão com Mysterium, uma inesperada mistura de Detetive com Dixit. Um jogo legal, mas de fato não é o tipo de jogo que costumamos jogar. O Xupim resumiu bem o sentimento: 1 hora de jogo e discussão frenética pra decidir o jogo em uma votação cagada de 1 minuto. Vou reclamar do design? Não, mas é um jogo mais familiar, para um momento mais descontraído.
Outro dia de semana a tarde, e dois desempregados mais um cara de férias jogam Root em 3 jogadores. Acho que foi a primeira vez que fizemos isso. Foram Marqueses, Ribeirinhos e Rapinas. Partida muito boa com os Ribeirinhos sendo bem alimentados e levando o jogo por muito.
A seguir fomos de Puerto Rico, e ai meus amigos, eu acho que a fera começou a acordar. Jogamos em menos de 1 hora, e aquele nível de profundidade naquele tempo era tudo que eu havia pedido aos Antigos Deuses Caídos dos Euros.
No dia seguinte fomos de Viticulture novamente, dessa vez com 4 jogadores. Jogo delícia, corridinha pegada até o último turno!
Após a chegada do Xupim, que trouxe sua maleta com a coleção toda, resolvemos jogar algo mais levinho. Pedi para jogar Broom Service, o único jogo do Alexander Pfister que eu não havia jogado ainda. Demorou para cair a fixa, só no final na verdade, mas depois entendi um pouco melhor o jogo e até encontrei semelhanças com Oh My Goods. A Noiva odiou, sinal de que não posso ter em casa uma dessas cópias de 90 pila na queima de estoque.
Fechamos a noite com uma partida excelente de Puerto Rico, com pontuação muito apertada. QUE JOGO!
No próximo encontro aproveitamos a organização das cartas que o Lanzen fez no Trains e jogamos duas partidinhas em 3 jogadores. Ahhh como um deck building raiz é bom!
Seguimos com mais duas partidas de Puerto Rico (olha ele de novo ai!). Cada partida deve ter durado entre 35–40 minutos, foi surreal. Só melhora o jogo pois agora estávamos começando a manjar quais construções são combinam com quais estratégias. QUE JOGO 2!
Após uma semaninha de pausa organizamos o BoardBBQ, ou Meat And Play, ou seja lá o nome do nosso evento onde fazemos churrasco e jogamos. Eu preparei Briskets e Pork Ribs no Pit Smoker (meu novo hobby que, se tudo der certo, deve virar um novo negócio). A galera trouxe uma pilha de jogos enorme e foi jogando a medida em que iam chegando gente pra fechar mesa.
O primeiro do dia foi um Five Tribes, onde o Xupim ensinou o Michelzinho. Empatei em primeiro com Xupim e dividimos a vitória como bons sultões que somos.
Depois eu fiquei de fora de uma partida de The Wall of China do Lanzen.
A seguir rolou em paralelo um Broom Service e um Splendor. Desse vez entendi o que fazer no jogo da bruxinha. Melhorou nessa segunda partida.
Para o primeiro encontro, foi muito legal. Quem sabe não fazemos outro no futuro com mais convidados, hein?
Já no domingo, rolou a estréia do recém chegado The Estates. Visitando um casal de amigos, os meninos tomara um coro nas três partidas seguidas. Jogo sangue-no-zólho, no maior estilo old school alemão, onde as regras são só o pano de fundo para que os jogadores sim, façam suas próprias regras, conflitem e negociem bastante.
Naquele mesmo domingo, já em casa, começava o Ritual de Despedida do Michelzinho. Jogamos Puerto Rico rapidinho na casa do Lanzen e fomos enxotados a seguir.
Esse Puerto Rico rodou tanto e tão bem que merece o:
Prêmio Spiel des Djows de Melhor Experiência 3 anos depois da Pior Experiência com jogo que permite que o jogador a direita estrague a partida de todo mundo
No dia seguinte quis mostrar um jogo mais pesadinho ao Michelzinho, por isso fomos de Clãs da Caledonia. Apesar de eu não ser mais tão fã do jogo, fico querendo jogar ele novamente só pra ter certeza de que estou desgostando. Não sei explicar muito bem o sentimento. Essa partida foi o A Noiva que levou, mas Michelzinho adorou e foi o primeiro jogo com mais pegada econômica que aprendeu por aqui.
Finalizamos a noite com mais Puerto Rico, uma partida super rápida e um super longa, que terminou por falta de fichas de pontos. Ainda assim o jogo só melhora no meu conceito.
Despedida digna do Michelzinho, que esperamos, possa voltar em breve e em definitivo. Como um gesto de boa vontade, ele deixou Puerto Rico e Mysterium para o grupo, para que guardássemos até a sua volta.
Chegamos ao Carnaval. Pessoal vem de longe visitar, passar algum tempo sem grande preocupação, melhor época do ano para jogatina aleatória. Estávamos com um casal (Cassianourio e Karen) que realmente não jogam muito, decidi então desenterrar Tinco. Esse aqui tem um ROI muito bom pela diversão X tempo de jogo, no entanto pode enjoar rapidinho. Testamos pela primeira vez a variante onde se procura a cor da pedrinha e não o naipe da carta. Não recomendo com luz fraca.
No dia seguinte fiz meu melhor pra ensinar The Estates a essa galera. Foram duas partidas muito divertidas, mas curiosamente a Karen (a menos jogadora de todos ali) foi quem levou as melhores pontuações, resultado muito parecido com as primeiras partidas que relatei mais acima. Seriam os gamers menos aptos a manipular dinheiro em licitações para construção civil?
Na terça-feira de Carnaval, aproveitei a ociosidade do N4t4n431 e Lanzen e começamos a jogatina desde de manhã. Deixei o almoço no forno e principalmente, o setup do Great Western Trail montado. A Noiva se juntou e tivemos uma épica partida em 4 players. Fazia 6 meses que não abria a caixa, mas para mim o jogo não perdeu nem um décimo da nota. Jogo bom é assim, fica guardado mas quando vai pra mesa mostra sua genialidade.
Seguimos com outro que estava há meses parado, Brass: Lancashire. Só de manusear aquelas moedas Iron Clays eu já me arrepiei. Jogaço também, em 4 ficou super competitivo. Durante o downtime aproveitei para preparar o café da tarde, com direito a pudim de leite do Lanzen. Essa partida quem levou foi o N4t4n431, construindo Cais atrás de Cais e ganhando aqueles 18 pontos reto!
Na sequência os rapazes perguntaram "pow, um dia queria jogar aquele teu Arkham Horror", e eu nem pensei muito e já puxei todas as cartas pra mesa. Não estava preparado para explicar as regras, mas fui montando decks com eles e explicando as regras aos poucos. Decidi começar uma campanha de The Night of the Zealot e assim jogamos The Gathering em umas 2 horas e pouco. Pessoal saiu com boa impressão, e eu adorei jogar multiplayer pela primeira vez. A principal dificuldade foi montar 3 decks com apenas a caixa base + Dunwich Legacy + Return To, pois faltam cartas e tem hora que você põe as cartas que sobraram.
Sem querer querendo, no mesmo dia joguei meu top 3 atual. Do euro moderno ao euro raiz, mergulhando direto no ameritrashzeira. Quem diria!
No dia seguinte me empolguei, remontei o deck da campanha The Dunwich Legacy e joguei Blood on the Altar.
Coleção
+ Bags Root (BGG Store)
Quando peguei Root falei pra galera que não ia fazer upgrade algum, e cá estou com sacolinhas inocentes para guardar as facções. Ao menos vou tentar me ater as frescuras que agregam em algo, seja setup ou gameplay, fugindo do que é apenas cosmético.
+ Return to The Dunwich Legacy (MM)
Bom timing para esse Return To chegar, pois já adiciona novas cartas e auxilia na organização da campanha atual. Também peguei sleeves para guardar os decks da galera para outras campanhas.
+ The Estates (MM)
The Estates foi paixão a primeira vista, desde que começaram a aparecer fotos no instagram já em 2018. Até então eu nem sabia o que era o jogo, mas depois saíram alguns reviews legais como do Tom Vasel e No Pun Included, e o jogo pareceu bem legal. Mas ele tinha um problema (na minha cabeça): era um jogo de puro leilão, e esse tipo de jogo eu sou muito podre e também enjoo rápido. Deixei de molho por mais de 1 ano até que saiu essa segunda edição com um preço mais camarada. Respirei fundo e comprei. Por enquanto tem sido uma agradável surpresa, e vamos ver até quando dura.
- Sonhando com Alice Ed. de Colecionador (Vendido)
Comprei esse jogo lá em 2017, bem no início da empolgação com o hobby. Paguei os olhos da cara comprando direto do designer, edição de colecionador, assinado, dedicatória. A idéia era fazer A Noiva ter um sentimento de propriedade pelo jogo, era pra ser "o jogo dela". Acabou que ela caiu forte nas drogas de papelão e madeira e achou Sonhando com Alice um jogo infantil e simples demais. Desde então ele ficou parado. Que tenha caído em boas mãos.
+ GWT: The 13Th Building Tile (BGG Store)
Como brinquei com o pessoal no instagram:
Quando não se sabe mais onde gastar dinheiro com jogos, você compra um boné (e algumas promos para seu jogo favorito).
Destaques
Apareceu uma editora chamada O Capturador, com algumas títulos até famosos pra serem publicado no Brasil. Nunca ouvi falar, e vocês?
Lançamentos destaques do mês no Brasil: Planet, o esquisito que parece brinquedo chegou. The Witcher RPG, que com o hype da série pode vender bem. As Tabernas do Vale Profundo, o jogo que promete ser o gateway que não é gateway definitivo.
Um canal de Youtube que eu nunca ouvi falar publicou um video muito comentado no BGG, chamado How To Keep A Lean Board Game Collection. Ele fala sobre boas práticas para manter uma coleção enxuta e o equilibrio entre quantidade de jogos X qualidade deles X volume de jogatinas.
Tivemos o início do Financiamento Coletivo dos organizadores Tabletop Master Game, belíssimos organizadores de madeira pra usar em todos os jogos. Já vi diversos projetos desse tipo no Kickstarter, mas nunca achei que veria no Brasil. Não peguei nada ainda porque fiquei em cima do muro em qual peças pegar.
ClubeNerd apareceu no SharkTank. Curte ai!
Spiel des Djows mandou ver com um post 2 meses atrasado. Curte ai o nosso encontro com umas das maiores feras do Board Game Brasiliense.
Tive uma quedinha (e ainda estou tendo) pelo Bloodborne: The Card Game. Será que vale a pena? Me parece uma diversão justa pelo preço, estilo de jogo e tema. O que vocês acham?
Até a próxima muralha de texto!